História da
Áustria
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Por volta de 400 a.C., os celtas chegaram às regiões central e oriental da Áustria.
Por volta de 15 a.C.,
os romanos dominaram a parte ao sul do Danúbio
e tornaram esse território parte de seu Império. No final do século II
d.C., tribos do norte começaram a invadir a Áustria romana. Em 476 d.C., o Império
Romano ruiu. Durante o período de declínio, grupos asiáticos,
germânicos
e eslavos
se estabeleceram na Áustria.
Do final do século VIII a 814, a região foi dominada
por Carlos Magno.
O rei da Germânia, Oto I,
passou a reinar sobre a Áustria em 955, sendo coroado imperador em 962. Até 1806, o território
governado por reis germânicos constituiu o Sacro Império Romano-Germânico,
tendo a Áustria se tornado o Estado mais importante. Em 976, o imperador Oto II
passou o controle do nordeste da Áustria a Leopoldo I,
da família Babenberg. Em 1156, Frederico I declarou a região um ducado.
Os Habsburgo
Em 1246,
o rei Ottokar da Boêmia assumiu o controle dos ducados dos Babenberg. Os príncipes da Germânia
elegeram, em 1273,
Rodolfo I, da família Habsburgo, imperador do Sacro Império Romano-Germânico.
Rodolfo derrotou Ottokar.
No século XIV,
os Habsburgo
perderam a coroa do Sacro Império. Um dos maiores Habsburgo foi Maximiliano I. Em 1496, ele casou seu filho
Filipe com a filha do rei da Espanha. Filipe foi pai do rei Carlos I da Espanha, em 1516, e imperador Carlos V
do Sacro Império, em 1519.
Em 1556,
Carlos renunciou a seus tronos, e Fernando I, seu irmão, tornou-se imperador
do Sacro Império.
Guerras Napoleônicas
A Áustria perdeu muitos territórios nas Guerras Napoleônicas do final do século XVIII
e início do XIX. Napoleão
conquistou grande parte do Sacro Império Romano-Germânico
e, em 1806,
aboliu o Império. O imperador Francisco II da Germânia mudou seu título
de arquiduque para imperador da Áustria e governou como Francisco I. Napoleão
foi finalmente derrotado em 1815.
Confederação Germânica
O Congresso de Viena, que produziu o tratado de
paz que se seguiu às Guerras Napoleônicas, restituiu à Áustria seus territórios,
com exceção da Bélgica. Organizou a Confederação Germânica, uma união de Estados
independentes. A Áustria e a Prússia iniciaram uma luta pela liderança da
confederação. Em 1866,
ocorreu a Guerra Austro-Prussiana, na qual a Itália
e a Prússia em pouco tempo derrotaram a Áustria. A Confederação Germânica foi
dissolvida. A Prússia formou uma nova confederação sem a Áustria.
Império Austro-Húngaro
Áustria no império Austro-Húngaro
Em 1867,
os húngaros forçaram o imperador Francisco José I a dar à Hungria
o mesmo status que a Áustria detinha no Império Austríaco, criando a dupla monarquia da
Áustria-Hungria. Logo, os eslavos
e outros grupos minoritários da Áustria-Hungria passaram a exigir o direito de
se auto-governar. A Sérvia liderou o movimento nacionalista eslavo. Em 1914, os nacionalistas
sérvios assassinaram, em Sarajevo, na então província da Bósnia e Herzegovina, o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono
austro-húngaro. A Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia, dando início à Primeira Guerra Mundial. A Alemanha e
outros países se uniram à Áustria-Hungria contra a Tríplice Entente, que compreendia a Grã-Bretanha,
a França
e a Rússia.
República da Áustria
Áustria e Alemanha no período entre guerras
A Áustria-Hungria derrotada assinou o armistício
em novembro de 1918,
que entre outras coisas exigia sua dissolução. O Imperador Carlos I renunciou ao governo e partiu para o
exílio e a Áustria tornou-se uma República, terminando assim o multissecular
domínio dos Habsburgo.
Este novo país teve o nome de Áustria Alemã (1918-1919) e só depois Áustria
(1919-1938),
período que corresponde à Primeira República Austríaca.
Em 1920,
o país adotou uma Constituição democrática. Em 1938, as tropas alemãs se
apoderaram do país. Adolf Hitler anunciou, então, a união da
Áustria e da Alemanha Nazi, o chamado Anschluss.
Após a Segunda Guerra Mundial
Após a Segunda Guerra Mundial, a Áustria foi
dividida em zonas de ocupação americana, britânica, francesa e russa, que, no
entanto, lhe permitiriam estabelecer um único governo provisório. Após as
eleições de novembro de 1945,
formou-se um governo nacional. Em 1955, os Aliados suspenderam sua ocupação do país. Na Conferência de Potsdam foi estabelecido
que a a Áustria seria separada da Alemanha e não poderia aderir a tratados
militares, o que implicou sua neutralidade na Guerra Fria.
Por ser capital de uma nação neutra e ocupar uma posição estratégica, Viena tornou-se a sede de
algumas conferências sobre a Limitação de Armas Estratégicas (SALT), iniciadas em 1969 entre a União Soviética e os Estados Unidos.
No princípio da década de 1970, foi iniciada a construção de uma sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em
Viena.
História recente
O país foi incorporado à União
Europeia (UE) em 1995. Em 1997, Franz Vranitzky renunciou ao cargo de
chanceler, após 11 anos de mandato. Viktor Klima
assumiu o cargo e governou até 1999.
Em 2000,
o presidente Klestil autorizou a coalizão entre o Partido Liberal Austríaco
(FPÖ), do líder de extrema-direita Jörg Haider,
e o Partido Popular Austríaco (ÖVP), do chanceler Wolfgang Schüssel. Essa autorização foi
decidida sob muitos protestos dos países da UE, que temiam uma ascensão nazista
ao poder. Em 1999,
o país aceitou adotar a moeda única europeia, o euro, que entrou em
circulação em 2002.
A coligação FPÖ-ÖVP foi desfeita em setembro de 2002, devido a
divergências internas, que culminaram na dissolução do parlamento e na
antecipação das eleições para novembro desse ano. O partido do
primeiro-ministro saiu vencedor, seguido pelos social-democratas. A
extrema-direita de Jörg Haider foi a grande derrotada, recebendo
pouco mais de um terço dos votos obtidos na eleição anterior, em 1999. Sem
maioria no parlamento, o ÖVP refez a coligação com o FPÖ em fevereiro de 2003, para compor o
gabinete do chanceler Schuessel. Em meados de 2003, uma proposta de
reforma da previdência, dificultando o acesso a aposentadoria, resultou nos
maiores protestos dos últimos 50 anos no país.
Anschluss
Cédula de votação de 10 de abril
de 1938.
O texto diz "Tu concordas com a reunificação da Áustria com o Império
Germânico realizada em 13 de março, sob o führer Adolf Hitler?.
Polícias alemã e autríaca desmontam um posto de
fronteira.
Anschluß ou Anschluss
é uma palavra do idioma
alemão que significa conexão ou anexação.
É utilizada em História para referir-se à anexação político-militar da Áustria
por parte da Alemanha em 1938. Este termo é o
oposto à palavra Ausschluß, que
caracteriza a exclusão de Áustria no Reino da Prússia.
No tratado de Saint-Germain-en-Laye
de 1919,
que pôs fim ao Império Austro-Húngaro, o artigo 88 estipulava
expressamente que a união de Áustria com Alemanha ficava proibida.
Como se sabe, a Áustria, na tradição do Império
Austro-Húngaro, era uma nação multi-étnica e multicultural.
Em Viena e
nas principais cidades austríacas viviam pessoas que falavam línguas diversas (alemão, húngaro, checo, croata, iídiche etc.) e praticavam as mais diferentes religiões (católicos,
luteranos,
judeus, cristãos ortodoxos).
O imperador da Áustria tinha sido a figura
política que tinha dado coesão à sociedade multicultural do Império
Austro-Húngaro. Esse papel centralizador não tinha então um correspondente na
nova sociedade austríaca. Muitas famílias judaicas, por exemplo, recordavam com
saudade esses tempos idos. A nova sociedade austríaca vivia sob o signo do antissemitismo/antijudaísmo
e das dificuldades da coexistência multi-cultural. Muitos austríacos, aqueles
que eram de origem germânica (como Adolf Hitler)
aspiravam a uma nação livre destas outras etnias, que eles desdenhavam. Aos
olhos de Hitler, o ideal a seguir era o do pangermanismo:
uma nação com uma só língua e etnia.
A 13 de setembro de 1931,
a milícia dos cristãos-socialistas tenta em vão tomar o poder
na Áustria pelas armas.
Depois da vitória nas eleições de abril de 1932, os nazistas não obtiveram
a maioria absoluta, o que os enfrenta à oposição. Os nazistas austríacos
lançam-se a uma estratégia de tensão e recorrem ao terrorismo.
O chanceler
social cristão Engelbert Dollfuss escolhe em 1933 governar por
decreto, dissolve o parlamento, o Partido Comunista da Áustria, o partido
nacional-socialista e a poderosa milícia social-democrata,
a Schutzbund. Seu regime
toma uma tintura fascista com uma preferência para Benito
Mussolini. Dollfuss reprime aos social-democratas que não querem
deixar morrer a democracia, seja pela mão de Dollfuss ou a dos nazistas.
A dura repressão da polícia depois de uma insurreição em Linz em fevereiro de 1934
causou entre 1000 e 2000 mortes, os social-democratas abandonaram o combate e
escolheram o exílio.
Enquanto isso os nazistas austríacos reforçaram-se e organizaram-se;
preferindo um fascismo mais germânico assassinaram o chanceler Dollfuss a 25 de
junho de 1934 e exterminaram seu clã, mas seu golpe de
Estado é frustrado.
O novo chanceler, Kurt Schuschnigg, negocia uma trégua com Hitler
em Berchtesgaden
em fevereiro de 1938.
O acordo é claro: entrada dos nazistas ao governo e anistia para os crimes em troca de uma
não-intervenção alemã na crise política.
O pacto não serve de nada: Schuschnigg perde o controle do país e vê como
último recurso organizar um referendo para beneficiar-se da legitimidade popular: o
exército alemão entra na Áustria a 12 de março
e coloca o ministro do interior nazista no posto de chanceler.
A 13 de março de 1938 a Alemanha anuncia
oficialmente a anexação da república austríaca e a converte numa
província do III Reich.
Em 10 de abril,
um referendo avaliza a anexação com 99% de aprovação da população.
A França
aceita a anexação de Áustria, que não voltará a ser soberana antes do final da Segunda Guerra Mundial, depois de ter sido
ocupada pelos Aliados da Segunda Guerra Mundial
(ver: Zonas ocupadas pelos Aliados na
Áustria).
Líderes políticos e militares austríacos na Alemanha Nazista
- Adolf
Eichmann
- Adolf
Hitler
- Alexander Löhr
- Alfred
Ritter von Hubicki
- Amon
Göth
- Arthur Seyss-Inquart
- Ernst Kaltenbrunner
- Franz
Böhme
- Odilo
Globocnik
- Julius
Ringel
- Kurt Schuschnigg
- Lothar Rendulic
- Otto
Skorzeny
Maria Leopoldina de Habsburgo
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Dona Maria Leopoldina de
Habsburgo
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Governo
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Reinado
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Consorte
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Antecessor
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Carlota Joaquina de Bourbon (imperatriz
honorária)
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Casa Real
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Dinastia
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Vida
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Nome completo
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Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena
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Nascimento
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Morte
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11 de dezembro de 1826 (29 anos)
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Sepultamento
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Filhos
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Pai
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Mãe
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Assinatura
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Dona Carolina
Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena (em alemão:
Caroline Josepha Leopoldine Franziska Ferdinanda von Habsburg-Lothringen(Viena, 22 de janeiro
de 1797
— Rio de Janeiro, 11 de
dezembro de 1826)
que, no Brasil,
passou a assinar Maria Leopoldina
e Leopoldina, foi arquiduquesa da Áustria, primeira imperatriz-consorte do Brasil, regente
do Brasil em setembro de 1821, e, durante oito dias, em 1826, rainha consorte de Portugal.
Origem e infância
Leopoldina pertencia à Casa de
Habsburgo, nobre
família e uma das mais antigas dinastias da Europa, a qual reinou sobre a Áustria de 1282 até 1918, dentre outros
territórios que imperaram e era a mais antiga casa reinante na europa quando
Leopoldina nasceu. Era filha do último imperador do Sacro Império Romano-Germânico
Francisco II (1768-1835), (o qual, a
partir de 1804,
passou a ser apenas o "Imperador da Áustria" com o título de
Francisco I, porque Napoleão I exigiu que ele renunciasse ao título
de imperador, no ano em que Napoleão era sagrado imperador dos franceses), e de
sua segunda esposa e prima Maria Teresa da Sicília ou de Bourbon -
Nápoles (1772-1807) princesa das Duas Sicílias,
de um ramo da Casa de Bourbon, pois filha do rei Ferdinando I (1751-1825) e de sua
esposa Maria Luisa (1745-1792).
Francisco, seu pai, era viúvo de Isabel Guilhermina Luísa von Württemberg,
morta sem descendência em 1790; casaria por terceira vez com Maria Ludovica d'Este, a
quem Leopoldina chamava «mãe», que não teve filhos e morreu em 1816; e casou uma quarta
vez com Carolina Augusta da Baviera, morta em 1873 sem filhos.
O nome completo da arquiduquesa, que viria a ser a primeira imperatriz do Brasil,
era Carolina Josefa Leopoldina
Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena, como informa o seu biógrafo e
grande estudioso de sua vida, Carlos H. Oberacker Jr, na obra "A
Imperatriz Leopoldina: Sua Vida e Sua Época.", confirmado também pela obra
"Cartas de uma Imperatriz", de Bettina Kann e outros autores. Em um
dos ensaios apresentados no livro, é citado um trecho do publicado no jornal
austríaco "Wiener Zeitung", de 25 de janeiro de 1797, dando a notícia
do nascimento da Arquiduquesa Carolina Josefa Leopoldina, acontecido três dias
antes, num domingo, dia 22 de janeiro. Informa Oberacker Jr. (p. 301 e
302) que o nome "Maria" não se encontra entre os nomes de batismo da
Arquiduquesa, o que de fato é verdade. Segundo ele, D. Leopoldina passou a
usá-lo já em sua viagem para o Brasil, ao tratar de alguns negócios particulares.
No Brasil, ela passou a assinar somente Leopoldina, ou utilizando o pré-nome
Maria, como pode ser visto no seu Juramento à Constituição do Brasil. Uma outra
hipótese também apresentada pelo mesmo autor é que D. Leopoldina teria adotado
o "Maria" por sua grande devoção à Virgem e pelo fato de todas as
infantas portuguesas usarem este nome.
Comitiva
Cresceu no
castelo de Schönbrunn até a data de seu casamento com D. Pedro de Alcântara
(1798-1834), em 1817, por procuração. D.
Pedro de Alcântara de Bragança era príncipe da Beira, depois príncipe real
do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, e finalmente Imperador do Brasil como D. Pedro I e rei de
Portugal como D. Pedro IV.
No castelo, Leopoldina seguramente deve ter apreciado os salões chamados de
Bergl com pinturas murais de autoria de Johann Wenzl Bergl
realizadas em 1770
que mostram paisagens europeias com uma visão do Trópico, do período final do
Barroco. Nelas, a natureza é estudada, analisada, ordenada, planificada - uma
série de tapeçarias do patrimônio de Luís XIV, com motivos de paisagens
brasileiras, plantas e animais tropicais das coleções da América do Sul no
antigo Jardim Botânico (hoje, o palmarium), e do zoo de Schönbrunn
serviram como modelo.
Nas suas cartas, publicada no livro "cartas de uma imperatriz",
declara zelar muito pelos deveres de princesa.
Debret: Desembarque da princesa Leopoldina, 1817. Museu da Chácara do Céu.
Depois de chegar ao Brasil, para onde veio entusiasmada pois se interessava
por botânica e mineralogia, acabou respeitando e amando o país. Havia vindo
acompanhada por numerosos cientistas, botânicos e pintores.
Casamento em Viena
Teve enorme papel nas negociações do casamento o Marquês de Marialva, o mesmo que negociara,
aconselhado por Humboldt,
a vinda para o Brasil da Missão
Francesa. D. João tudo fez para incluir nas negociações a Infanta
Dona Isabel Maria (1801-1876) que seria Regente do
reino de Portugal de 1826
a 1828
e faleceria solteira. Marialva foi, por exemplo, quem garantiu que a corte
estava decidida a voltar para Portugal logo que o Brasil demonstrasse que havia
seguramente "escapado das chamas das guerras da independência que
avançavam nas colônias espanholas", obtendo assim o consentimento
austríaco ao casamento. O contrato foi concluído em 29 de
novembro de 1816,
e assinado. O noivo era filho de D. João VI
e de D. Carlota Joaquina de Bourbon, herdeiro do
trono do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve.
A cerimônia do casamento, celebrada pelo Arcebispo de Viena, se realizou na
terça-feira dia 13 de maio de 1817, por procuração, na
igreja de Santo Agostinho, em Viena. D. Pedro foi representado pelo arquiduque
Carlos Luís (1771-1847), ou Karl Ludwig,
grande chefe militar, herói da batalha de Aspern (casariam de novo em 6 de novembro
de 1817
no Rio):
"O ponto culminante das
cerimônias de casamento foi atingido no Augarten de Viena onde, a 1 de junho,
Marialva, que tinha tido poucas oportunidades para revelar o esplendor, riqueza
e hospitalidade de sua nação, deu uma suntuosa recepção para a qual fizera
preparativos durante todo o inverno.» Pouco tempo antes do casamento, duas
fragatas austríacas, a Áustria e a Augusta, partiram para o Rio,
com os móveis e decorações para a embaixada da Áustria recém instalada no Rio,
o equipamento para uma expedição científica ao interior do Brasil e numerosas
mostras de produtos comerciais austríacos."
O cortejo matrimonial deixou Viena com esplendor em 3 de junho,
em uma quinzena tinham atingido Florença, mas a esquadra portuguesa só chegou a
Livorno
a 24 de julho.
O comboio matrimonial partiu a 15 de agosto,
com D. Leopoldina, 28 pessoas da comitiva na nau D. João VI e o
embaixador austríaco conde de Elz com seus auxiliares na nau D. Sebastião.
Chegada ao Brasil
Retrato de Dona Leopoldina por Luís Schlappriz.
À chegada ao Rio, em 5 de novembro, a austríaca teria causado
espanto aos reis, que esperavam uma bela princesa. Consta que tinha uma bela
face e era obesa. Também era extraordinariamente culta para sua época, com
grande interesse pela botânica. A chegada, proporcionou a Jean Baptiste Debret ocasião para sua
primeira intervenção, onde teve 12 dias para ornamentar a cidade. O mesmo
possuía um atelier no bairro do Catumbi, onde na sua
qualidade de naturalista, fez mais tarde desenhos de plantas e flores para D.
Leopoldina. Diria ele: "J’ai été chargé d’exécuter gracieusement pour elle
quelques—uns de ces dessins, ce qu’elle (l’impératrice) osait demander,
affirmait-elle, au nom de sa soeur, l’ancienne impératrice des Français."
(ou seja, "Fui encarregado de executar graciosamente para ela alguns
desenhos que ela ousava pedir, dizia, em nome de sua irmã, antiga imperatriz
dos franceses.") Pois uma irmã mais velha de Leopoldina foi Maria Luísa, a segunda esposa de Napoleão
e segunda imperatriz dos franceses. No atelier, Debret desenhou os grandes
uniformes de gala da corte, em verde e ouro, as condecorações do novo Estado,
como a Coroa de Ferro criada por Napoleão em 1806 para o reino da
Itália. Debret desenhou também as insígnias da Ordem do Cruzeiro do Sul, comparáveis à da
medalha da Legião de Honra, e as da Ordem da Rosa,
instituída em homenagem à neta de Josefina, primeira esposa de Napoleão, D. Amélia de Leuchtenberg ou de Beauharnais,
duquesa de Leuchtenberg.
O historiador Carlos Oberacker, em seu livro "A Imperatriz Leopoldina
- Sua Vida e Sua Época", narra que era exímia caçadora e que acompanhou o
marido em caçadas na planície de Jacarepaguá
durante a lua-de-mel.
Ali, na sacristia da Igreja Nossa Senhora da Penha, existe uma cadeirinha, que,
segundo a tradição, serviu a Dona Leopoldina. Mais tarde, a cadeirinha foi
usada por D. Teresa Cristina, esposa de D. Pedro II
(1825-1891).
O jovem casal foi instalado em uma casa de campo nos terrenos da Quinta da
Boa Vista. Metternich interceptaria uma carta do barão de Eschwege a seu sócio em Viena em que
este dizia: "Por falar no Príncipe Herdeiro, posto que não seja destituído
de inteligência natural, é falho de educação formal. Foi criado entre cavalos,
e a Princesa cedo ou tarde perceberá que ele não e capaz de coexistir em
harmonia. Além disso, a Corte do Rio é muito enfadonha e insignificante, comparada
com as cortes da Europa".
Imigração
Na esteira de D. Leopoldina chegaram os primeiros imigrantes, colonos
suíços que se fixaram nos arredores da corte, fundando Nova Friburgo
e instalando-se na futura Petrópolis, residência de verão sobretudo do Segundo Império.
A partir de 1824,
devido à campanha brasileira na Europa organizada pelo Major
Schäffer, os alemães chegaram mais numerosos e se instalaram outra
vez em Nova Friburgo e nas regiões temperadas das províncias de Santa
Catarina e do Rio Grande do
Sul, onde a Colônia de São Leopoldo
foi criada em sua homenagem. Alguns da Pomerânia
foram para o Espírito Santo, vivendo até os anos 1880
em tão completo isolamento que nem falavam português.
Regente do Brasil
Dona Leopoldina, então Princesa Real-Regente do Reino do
Brasil, preside a reunião do Conselho de Ministros em 2 de setembro
de 1822.
Em 25 de abril
de 1821
a corte voltou para Portugal. Uma esquadra de 11 navios levou o rei, a corte, a
Casa Real e o tesouro real, e só o Príncipe D. Pedro permaneceu no Brasil como
regente do país, com amplos poderes contrabalançados por um Conselho de Regência.
A princípio, D. Pedro foi incapaz de dominar o caos: a situação estava dominada
pelas tropas portuguesas, em condições anárquicas. A oposição entre portugueses
e brasileiros tornou-se cada vez mais evidente. Vê-se claramente, na
correspondência de D. Leopoldina, que ela esposou calorosamente a causa do povo
brasileiro e chegou a desejar a independência do país, sendo por isso amada e
venerada pelos brasileiros.
Segundo Ezekiel Ramirez, abaixo citado, eram visíveis os sinais de uma
nascente unidade brasileira como nação independente nas províncias do sul, mas
o norte apoiava as Cortes de Lisboa e pediam independência regional. Se o
Príncipe Regente tivesse deixado o país naquele momento, o Brasil estaria
perdido para Portugal pois as Cortes de Lisboa repetiam o mesmo erro que levou
as Cortes espanholas a perderem as colônias, procurando estabelecer contactos
diretos com cada província em particular.
No Rio, milhares de assinaturas colhidas exigiam dos Regentes permanecerem
no Brasil. «A corajosa atitude de José Bonifácio de Andrada e Silva
contra a arrogância dos portugueses encorajou muito as aspirações de unidade
que existiam nas províncias meridionais, especialmente em São Paulo. Um grupo
de homens altamente cultos liderou este movimento.» Depois do dia do Fico, 9 de janeiro
de 1822,
organizou-se novo ministério sob a chefia de José Bonifácio, «no fundo rigoroso
monarquista», e o Príncipe Real cedo conquistaria a confiança do povo. Em 15 de
fevereiro de 1822
as tropas portuguesas deixaram o Rio, e sua partida representou a dissolução
dos laços entre o Brasil e a metrópole. O Príncipe foi triunfalmente recebido
nas Minas Gerais.
Imperatriz do Brasil
Juramento da imperatriz Maria Leopoldina à
Constituição do Brasil, 1824.
Quando o marido, príncipe regente, viajou a São Paulo em agosto de 1822, para apaziguar a
política (o que culminaria na proclamação da lndependência do Brasil em
setembro), D. Leopoldina exerceu a regência. Grande foi sua influência no
processo de independência. Os brasileiros já estavam cientes de que Portugal
pretendia chamar D. Pedro de volta, rebaixando o Brasil outra vez ao estatuto
de simples colônia, em vez de um reino unido ao de Portugal. Havia temores de
que uma guerra civil separasse a Província de São Paulo do resto do Brasil. D.
Pedro entregou o poder a D. Leopoldina a 13 de agosto
de 1822,
nomeando-a chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil,
com poderes legais para governar o país durante a sua ausência e partiu para
apaziguar São Paulo.
A princesa recebeu notícias que Portugal estava preparando ação contra o
Brasil e, sem tempo para aguardar o retorno de D. Pedro, D. Leopoldina,
aconselhada por José Bonifácio de Andrada e Silva,
e usando de seus atributos de chefe interina do governo, reuniu-se na manhã de 2 de setembro
de 1822,
com o Conselho de Estado, assinando o decreto da Independência, declarando o
Brasil separado de Portugal. A imperatriz envia-lhe uma carta, juntamente com
outra de José Bonifácio, além de comentários de Portugal criticando a atuação
do marido e de dom João VI. Ela exige que D. Pedro proclame a Independência do
Brasil e, na carta, adverte: "O pomo está maduro, colhe-o já, senão
apodrece".
O oficial chegou ao príncipe no dia 7 de setembro
de 1822.
Leopoldina enviara ainda papéis recebidos de Lisboa, e comentários de Antônio Carlos Ribeiro de Andrada,
deputado às Cortes, pelos quais o Príncipe-Regente se inteirou das críticas que
lhe faziam na Metrópole. A posição de D. João VI e de todo o seu ministério,
dominados pelas Cortes, era difícil.
Enquanto se aguardava o retorno de D. Pedro, Leopoldina, governante
interina de um Brasil já independente, idealizou a bandeira do Brasil, em que
misturou o verde da família Bragança e o amarelo ouro da família Habsburgo.
Outros autores opinam que Jean Baptiste Debret, o artista francês
que desenhou o que via no Brasil dos anos 1820, foi o autor do pavilhão
nacional que substituía o da vetusta corte portuguesa, símbolo da opressão do
Antigo Regime. Deve-se a Debret o projeto da bela bandeira imperial, em colaboração
com José Bonifácio de Andrada e Silva, em que o retângulo verde dos Bragança
representava as florestas e o losango amarelo, cor da dinastia
Habsburgo-Lorena, representava o ouro.
Foi coroada imperatriz em 1 de dezembro
de 1822,
na cerimônia de coroação e sagração de D. Pedro I.
Morte
Há divergências sobre a causa mortis da primeira imperatriz do
Brasil. Para alguns autores, teria falecido em consequência de uma septicemia
puerperal,5
enquanto o Imperador se encontrava no Rio Grande do
Sul, aonde fora inspecionar as tropas durante a Guerra da Cisplatina.
É no entanto muito difundida a versão de que D. Maria Leopoldina teria
morrido em consequência das agressões desferidas contra si durante acesso de
raiva de seu marido, o imperador, versão essa corroborada por historiadores como
Gabriac, Carl Seidler, John Armitage e Isabel Lustosa. Isso se teria dado em 20 de
novembro de 1826,
quando assumiria a regência do país para que D. Pedro pudesse viajar ao Sul
para tratar da guerra contra o Uruguai. Querendo demonstrar ser mentira os boatos sobre suas
relações extraconjugais e o clima ruim entre o casal, D. Pedro I resolveu que o
beija-mão à regente seria feito em sua presença, junto a Domitília de Castro, marquesa de Santos e dama
de companhia da imperatriz. D. Maria Leopoldina, arquiduquesa austríaca, achou
uma enorme humilhação ser recebida pela corte junto à amante de seu marido, e
afrontou D. Pedro recusando-se a entrar na sala do Trono. O imperador, de gênio
volátil, tentou arrastá-la pelo palácio, agredindo-a com palavras e chutes.
Acabou por comparecer ao beija-mão acompanhado unicamente pela marquesa de
Santos. Há que se ressaltar que não se conhece outra testemunha no momento do
fato além dos três, e que as suspeitas sobre as agressões sofridas teriam sido
levantadas pelas damas e médicos que ampararam D. Maria Leopoldina na
sequência. Contudo, a realidade dos fatos fora outra:
"Exagerou-se, que D. Pedro lhe dera um pontapé,
razão da doença. A cena, presenciada pelo agente austríaco [refere-se ao
embaixador austríaco, Filipe Leopoldo Wenzel, Barão de Mareschal], consistiu em
palavras desatinadas. O certo é que não faltaram motivos a Leopoldina para a
perturbação da gravidez, a cujo malogro sucumbiu."
A imperatriz, que há meses encontrava-se em grave processo de depressão e
na 12ª semana de gravidez, teve a saúde profundamente abalada. Em sua última
carta à irmã Maria Luísa, ditada à marquesa de Aguiar,
menciona um "terrível atentado" que sofrera pelas mãos de seu marido
na presença da amante:
São Cristóvão, 8 de dezembro de 1826, às 4 horas da manhã
Minha adorada mana!
Reduzida ao mais deplorável estado de saúde e tendo
chegado ao último ponto de minha vida em meio dos maiores sofrimentos, terei
também a desgraça de não poder eu mesma explicar-te todos aqueles sentimentos
que há tanto tempo existiam impressos na minha alma. Minha mana! Não tornarei a
vê-la! Não poderei outra vez repetir que te amava, que te adorava! Pois, já que
não posso ter esta tão inocente satisfação igual a outras muitas que não me são
permitidas, ouve o grito de uma vítima que de tu reclama - não vingança - mas
piedade, e socorro do fraternal afeto para meus inocentes filhos, que orfãos
vão ficar, em poder de si mesmos ou das pessoas que foram autores das minhas
desgraças, reduzindo-me ao estado em que me acho, de ser obrigada a servir-me
de intérprete para fazer chegar até tu os últimos rogos da minha aflita alma. A
Marquesa de Aguiar, de quem bem conheceis o zelo e o amor verdadeiro que por
mim tem, como repetidas vezes te escrevi, essa única amiga que tenho é quem lhe
escreve em meu lugar.
Há quase quatro anos, minha adorada mana, como a ti tenho
escrito, por amor de um monstro sedutor me vejo reduzida ao estado da maior
escravidão e totalmente esquecida pelo meu adorado Pedro. Ultimamente, acabou
de dar-me a última prova de seu total esquecimento a meu respeito, maltratando-me
na presença daquela mesma que é a causa de todas as minhas desgraças. Muito e
muito tinha a dizer-te, mas faltam-me forças para me lembrar de tão horroroso
atentado que será sem dúvida a causa da minha morte. Cadolino, que por ti me
foi recomendado, e que me tem dado todas as provas da maior subordinação e
fidelidade, é quem fica encarregado de entregar-te a presente, e declarar-te o
que por muitos motivos não posso confiar a este papel. Tendo ele todas as
informações que são precisas sobre este artigo, nada mais tenho a acrescentar,
confiando inteiramente na sua probidade, honra e fidelidade.
Faltaria ao meu dever se, além de ter declarado ao
Marechal e a Cadolino que tenho dívidas contratadas (ou contraídas?) para
sustentar os pobres, que de mim reclamarão algum socorro, e para as minhas
despesas particulares, não dissesse a ti que o Flach, de quem tenho muitas
vezes escrito, é digno de toda tua consideração e de meu Augusto Pai, a quem
peço-te remeter a inclusa.
Este virtuoso amigo, além de ter se sacrificado e
comprometido a si mesmo e seus negócios para me servir, não desprezou meio
algum para me procurar socorros. Peço-te por quanto tens de mais sagrado de lhe
prestares todo o auxílio, de modo que ele possa satisfazer aquelas dívidas que
por mim tem contraído. Recomendo este exemplo da mais virtuosa amizade.
Cadolino te dirá qual foi o procedimento de Marechal para comigo. A Marquesa de
Aguiar fica encarregada de dar a ti os mais miúdos detalhes sobre quanto diz
respeito às minhas queridas filhas. Ah, minhas queridas filhas! Que será delas
depois da minha morte? É a ela que entreguei a sua educação até que o meu
Pedro, o meu querido Pedro não disponha o contrário. Adeus minha adorada mana.
Permita o Ente Supremo que eu possa escrever-te ainda
outra vez, pois que será o final do meu restabelecimento.
L. S. B. Marquesa de Aguiar Escrevi.
Durante a agonia de d. Leopoldina surgiram os mais diversos boatos: de que
a imperatriz era prisioneira na Quinta da Boa Vista, de que estava sendo
envenenada por seu médico a mando da marquesa de Santos entre outros. A
popularidade de Domitília de Castro, que já não era das melhores, piorou, tendo
sua casa em São Cristóvão sido apedrejada e seu cunhado, camareiro da
imperatriz, alvejado por dois tiros. O direito de presidir as consultas médicas
à imperatriz, como sua dama de companhia, lhe foram negadas, e ministros e
funcionários do paço sugeriram que ela não deveria continuar frequentando a
corte.
O comunicado emitido em 11 de
dezembro ao imperador sobre a morte de sua esposa relata convulsões,
febre alta e delírios. O filho que carregava no ventre morreu consigo. Gozando
de grande apreço pela população, que lhe admirava muito mais do que ao marido,
teve sua morte chorada por grande parte da nação.
Esta versão dos acontecimentos foi propagada até a Europa, tendo a
reputação de D. Pedro ficado de tal modo manchada que o seu segundo casamento
tornou-se deveras dificultoso. É dito que o primeiro galardoado da Imperial Ordem de Pedro Primeiro,
Francisco I da Áustria, teria recebido a
comenda como um pedido de desculpas do imperador brasileiro.
Morte e preservação da memória
Cortejo fúnebre da Imperatriz Da. Leopoldina, por Debret.
Morreu no Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, bairro na zona norte do
Rio de Janeiro, em 11 de dezembro de 1826. Seu corpo, revestido
do manto imperial, foi colocado em três urnas: a primeira de pinho português, a
segunda de chumbo (com a inscrição latina
própria, sobre a qual havia uma caveira com duas tíbias cruzadas e, sobre esta
o brasão imperial em prata) e a terceira de cedro.
Foi sepultada no Convento da Ajuda, na atual Cinelândia.
Quando o convento foi demolido, em 1911, os restos foram transladados para o Convento de Santo Antônio,
também no Rio de Janeiro, onde foi construído um
mausoléu para ela e alguns membros da Família Imperial. Em 1954, foram transferidos
definitivamente para um sarcófago de granito verde ornado de ouro, na Capela
Imperial, sob o Monumento do Ipiranga, na cidade de São Paulo.
Túmulo de Dona Leopoldina (Cripta Imperial - São Paulo
- Brasil).
Descendência
D. Maria Leopoldina e seus filhos.
1.
D. Maria da Glória (4 de abril
de 1819
- 15 de
novembro de 1853),
rainha de Portugal, casou-se em 1835 com D. Augusto de Beauharnais e em 1836 com Fernando de Saxe-Coburgo-Gota;
3.
D. João Carlos (6 de março
de 1821
- 4 de
fevereiro de 1822);
4.
D. Januária Maria (11 de março
de 1822
- 13 de março
de 1901),
casou-se em 1844
com Luís de Duas Sicílias príncipe de Nápoles;
5.
D. Paula Mariana (17 de
fevereiro de 1823
- 16 de janeiro
de 1833);
6.
D. Francisca Carolina (2 de agosto
de 1824
- 27 de março
de 1898),
casou-se em 1843
com Francisco Fernando de Orléans, príncipe de
Joinville, filho do rei Luís Filipe I de França; era apelidada de
"La Belle Françoise".
7.
D. Pedro de Alcântara (2 de dezembro
de 1825
- 5 de dezembro
de 1891),
segundo imperador do Brasil, casou-se em 1842 com Teresa de Duas Sicílias.
Títulos e tratamentos
- 22
de janeiro de 1797 – 11 de agosto de 1804: Sua Alteza Real,
Arquiduquesa Leopoldina da Áustria
- 11
de agosto de 1804 – 6 de novembro de 1817: Sua Alteza Imperial e
Real, Arquiduquesa Leopoldina da Áustria
- 6
de novembro de 1817 – 12 de outubro de 1822: Sua Alteza Real, a
Princesa Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, Duquesa de
Bragança
- 12
de outubro de 1822 – 10 de março de 1826: Sua Majestade Imperial,
a Imperatriz do Brasil
- 10
de março de 1826 – 28 de maio de 1826: Sua Majestade Imperial e
Fidelíssima, a Imperatriz do Brasil e Rainha de Portugal
- 28
de maio de 1826 – 11 de dezembro de 1826: Sua Majestade Imperial,
a Imperatriz do Brasil
Representações na cultura
A imperatriz Leopoldina já foi retratada como personagem no cinema e na
televisão, interpretada por Kate Hansen no filme "Independência ou Morte"
(1972), Maria Padilha na novela "Marquesa de Santos" (1984) e Érika
Evantini na minissérie "O Quinto dos Infernos" (2002).
A vida de D. Leopoldina também foi tema do enredo de 1996 da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, cujo próprio
nome já deriva indiretamente do seu (porque a escola é sediada na zona da
Estrada de Ferro Leopoldina, assim batizada em homenagem à imperatriz). Na
ocasião, a carnavalesca Rosa
Magalhães recebeu apoio do governo da Áustria
para a realização do desfile.
Em 2007,
a atriz Ester Elias
deu vida a uma Leopoldina no musical Império, de Miguel
Falabella, que conta parte da história do Império do Brasil.
No seriado mexicano Chaves, exibido no Brasil pelo SBT, no episódio
"Independência do Brasil", Chaves faz de conta que é D. Pedro I, e
Quico, o Chalaça. Porém, Chaves acaba comentando, em uma das piadas do
episódio, que Quico era a Dona Maria Leopoldina de Habsburgo.
Notas
1. ↑ Estudos recentes demonstram que essa última carta de
Leopoldina pode ser uma fraude. A original, em francês, nunca foi encontrada em
qualquer arquivo, no Brasil ou no exterior. A cópia existente no Arquivo
Histórico do Museu Imperial, em Petrópolis, está escrita em português, com uma
única frase em francês dizendo que a transcrição foi feita de acordo com uma
original expedida em 12 de dezembro de 1826. Essa cópia, utilizada por todos os
estudiosos até então, só surgiu no Rio de Janeiro em 5 de agosto de 1834 —
quase oito anos após a morte de Lepoldina — para ser registrada junto ao
tabelião Joaquim José de Castro. Serviram como testemunhas para atestar a
origem da carta: César Cadolino, J. M. Flach, J. Buvelot e Carlos Heindricks.
Desses, comprovadamente com dois, Cadolino e Flach, d. Leopoldina fizera
grandes dívidas e nada melhor, para os credores, do que ter uma confissão delas
feita pela própria imperatriz. (REZZUTTI, Paulo. Titília e o Demonão. Cartas
Inéditas de D. Pedro I à Marquesa de Santos. Geração Editorial, 2011.)
Ligações externas
Precedida por
Nenhuma |
Sucedida por
D. Amélia de Leuchtenberg |
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Precedida por
D. Carlota Joaquina de Bourbon |
Sucedida por
D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota |
|
Sucedida por
Marquês de Caravelas Senador Vergueiro Barão de Barra Grande |
Precursores
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1.ª geração
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D. Pedro I • D.Leopoldina de
Áustria • D. Amélia de Leuchtenberg
|
|
2.ª geração
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3.ª geração
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4.ª geração
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5.ª geração
em diante |
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