Historia Croatas
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Croatas
Hrvati |
Chegada da tribo dos croatas, na região
da atual Croácia.
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População total
|
Entre
6,2 e 9 milhões (estim.)2
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Línguas
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Religiões
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Predominantemente católica romana.
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Grupos étnicos relacionados
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Outros povos eslavos, especialmente os eslavos do sul.
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Dubrovnik.
Os croatas (croata:
Hrvati) são um povo eslavo do sul habitando principalmente a Croácia,
Bósnia e Herzegovina e países vizinhos. Há
cerca de 4,6 milhões de croatas vivendo na Europa meridional,
enquanto estima-se um total de 9 milhões em todo o mundo. Devido a razões
políticas, sociais e econômicas, muitos croatas migraram para várias partes do
mundo, estabelecendo uma notável diáspora
croata. Grandes comunidades croatas existem em vários países, incluindo Estados Unidos,
Austrália,
Alemanha,
Chile, Brasil, Nova Zelândia
e África do Sul. Os croatas são conhecidos por sua cultura única
que, através dos tempos, tem sido de diversas maneiras influenciada pelo Oriente
e pelo Ocidente.
Os croatas são predominantemente católicos e sua língua é o croata.
Localização
A Croácia é o estado-nação
dos croatas, enquanto na vizinha Bósnia e Herzegovina eles são uma das tui]], a
província autônoma do norte da Sérvia,
onde a língua croata é oficial (junto com outras cinco línguas); a
vasta maioria dos šokci se considera croata, assim como muitos dos bunjevci
(estes últimos se estabeleceram na vasta e abandonada área após a retirada
otomana, assim como outras nacionalidades; as origens deste subgrupo croata
estão no sul, principalmente na região de Bačka).
- As comunidades šokci e brasilia
no condado de Bács-Kiskun na Hungria.
- Os croatas são um
povo reconhecido na República de Montenegro assim como a
língua croata em uso; eles vivem principalmente na baía de Kotor.
- Uma pequena
comunidade na região de Carso e Trieste na Itália.
Esta é a região mais ao norte habitada por croatas - eles foram na maior
parte assililados, mas há traços nos sobrenomes e em alguns nomes de
lugares.
- No litoral esloveno
(Primorska), Prekmurje e nas regiões de Metlika
e Baixa Carniola na Eslovênia.
- Nos condados de Zala,
Baranya
e Somogy
na Hungria, que são regiões de fronteira com a Croácia.
- Os krashovani na Romênia
geralmente se consideram croatas.
- Burgenland
na parte oriental da Áustria, as áreas de fronteira da Hungria ocidental
(condados de Vas
e Győr-Moson-Sopron) e da Eslováquia.
- Kosovo
(janjevci).
- Região de Molise
na Itália.
- A cidade de Szentendre
na Hungria, hungarizada, mas com lembranças de suas origens croatas (da Dalmácia).
- Na Eslováquia,
na região em volta de Bratislava nas vilas de Chorvátsky Grob, Čunovo, Devínska Nová Ves, Rusovce e Jarovce. A maioria foi assimilada,
mas uma pequena minoria preserva sua identidade croata.
- Na região da Morávia
na República Tcheca.
As estimativas populacionais são razoavelmente precisas
domesticamente: cerca de 4 milhões na Croácia e quase 600 mil na Bósnia e
Herzegovina, ou cerca de 15% da população total.
Diáspora
Um grande número de croatas foi forçado através dos
tempos por razões econômicas ou políticas a deixar sua terra natal tradicional,
e dessa forma existe hoje uma grande diáspora croata além dos limites de sua
tradicional terra natal.
A primeira grande emigração de croatas ocorreu nos
séculos XV e XVI, no início das conquistas otomanas
das regiões onde hoje estão Croácia e Bósnia e Herzegovina. A população fugiu para
áreas seguras no que hoje é a Croácia e para outras áreas do império dos
Habsburgos (atuais Áustria e Hungria). Esta migração resultou nas comunidades croatas na
Áustria e Hungria.
No final do século XIX e começo do século XX, muitos
croatas emigraram, particularmente por razões econômicas, para destinos
além-mar, que incluíram as Américas do Norte e do Sul (sobretudo para Chile e Argentina),
Austrália
e Nova Zelândia.
Uma grande onda de emigração posterior, desta vez por
razões políticas, começou imediatamente após o fim da Segunda Guerra Mundial. Eles fugiram do regime
Ustaša e depois do regime comunista. Estima-se que durante e logo depois da
Segunda Guerra (de 1939 a
1948) cerca de 250.000 croatas tenham deixado o país.
Na segunda metade do século XX vários croatas, em grande
parte devido às dificuldades econômicas e condição de vida, deixaram o país
como trabalhadores imigrantes principalmente para a Alemanha,
Áustria e Suíça.
Além disso, alguns emigraram por razões políticas. Esta emigração diminuiu o
desemprego da Iugoslávia comunista naquela época e criou ao mesmo tempo, pelo
envio de dinheiro pelos imigrantes para suas famílias, uma grande fonte de
renda exterior.
Uma das muitas tumbas croatas no
cemitério municipal em Punta Arenas (Chile).
A última grande onda de emigração croata ocorreu durante
e depois das guerras iugoslavas, quando muitas pessoas da
região (não apenas croatas, mas também sérvios, bósnios e outros) fugiram como
refugiados. As comunidades migrantes que já estavam estabelecidas em países
como Austrália, Estados Unidos e Alemanha cresceram como resultado.
No exterior, os cálculos são apenas aproximados por causa
dos registros estatísticos incompletos e naturalizações, mas estimativas (elevadas) sugerem que a
diáspora croata equivale entre um terço e a metade do número total de croatas.
Os maiores grupos emigrantes estão na Europa ocidental, principalmente na
Alemanha, onde se estima que haja cerca de 450.000 pessoas com ancestralidade
direta croata.
Além-mar, os Estados Unidos
possuem o maior grupo croata emigrante (544.270 no censo de 1990; 374.271 no
censo de 2000, principalmente em Ohio, Pensilvânia, Illinois e Califórnia),
seguidos pela Austrália (105.747, de acordo com o censo de 2001, com
concentrações em Sydney, Melbourne e Perth) e pelo Canadá
(sul de Ontário, Colúmbia Britânica e Alberta). Os croatas também emigraram em
várias ondas para a América do Sul, principalmente para Argentina, Chile e
Brasil; as estimativas para a América do Sul variam muito. Há também pequenos
grupos no Bolívia,
Nova Zelândia
e África do Sul. As mais importantes organizações da diáspora
croata são a União Fraternal Croata (Hrvatska bratska zajednica), a
Fundação da Herança Croata (Hrvatska matica isljenika) e o Congresso
Mundial Croata.
Origens
A origem da tribo croata antes da grande migração dos eslavos é incerta. De
acordo com a teoria mais amplamente aceita teoria eslava do século VII,
a tribo croata se moveu da área a norte dos Cárpatos
e a oeste do rio Vístula (chamada de Croácia Branca) e migrou para oeste
dos Alpes Dináricos. Os croatas brancos formaram o Principado da
Dalmácia no alto Adriático.
Outra onda de migrantes eslavos da Croácia Branca subsequentemente fundou o Principado da
Panônia.
De acordo com o modelo autóctone, em grande parte
promovido pelo Movimento Ilírio no século XIX e depois abandonado, a terra
natal dos eslavos seria na verdade a região sul da Croácia, e eles se
disseminaram nas direções norte e oeste ao invés da rota inversa. Uma revisão
da teoria, desenvolvida por Ivan Muzić, argumenta que a migração
eslava a partir do norte não aconteceu, que o número real de colonizadores
eslavos era pequeno e que o substrato étnico ilírio foi predominante para a
formação das características étnicas croatas.
A teoria da origem iraniana dos croatas sugere que eles
sejam descendentes dos antigos iranianos (alanos),
dos quais observam-se semelhanças para os nomes Croácia e croatas. A mais
antiga menção do nome croata, Horouathos, pode ser vistas em duas
inscrições em pedra em língua e alfabeto gregos, datadas por volta do anos 200 A .D., encontradas na
cidade portuária de Tanais
no mar de Azov,
localizado na península da Crimeia próximo ao mar Negro.
Ambas as peças de pedra são mantidas no museu arqueológico de São Petersburgo,
Rússia.
Se o termo Horouathos é relacionado ao etnônimo "croata", isto
está aberto a conjecturas, porque as duas palavras podem ser origens distintas.
Geneticamente, pela linha do cromossomo Y, a maioria (>
87%) dos croatas pertence a um dos três haplogrupos
Y-DNA europeus - haplogrupo I (38%), haplogrupo R1a (35%) e haplogrupo R1b (16%).
Todos os três grupos migraram para a Europa durante o paleolítico superior
entre 30000 e 20000 a .C.
Depois, linhagens neolíticas, originárias do Oriente
Médio e que trouxeram a agricultura para a Europa, estão presentes em números
surpreendentemente baixos. os haplogrupos J, E e G somam juntos menos de
10% - significativamente menor que as outras populações na região. Além disso,
a presença dominante do Haplogrupo I é particularmente interessante. Este grupo
existe apenas na Europa e é bastante disseminado, mas em percentangens
relativamente pequenas. Sua frequência nos Bálcãs é alta, mas as únicas populações
que têm níveis similares do haplogrupo I são os escandinavos.
Acredita-se que o haplogrupo I tenha permanecido o último período glacial no
sul da península Balcânica, migrando para o norte (passando imediatamente pelo
que hoje é a Croácia) à medida que o gelo recuava.
Há inúmeras conclusões relevantes que podem ser retiradas
dos dados genéticos.
Haplogrupos croatas.
A primeira de todas elas fornece forte apoio à teoria de
que a região da atual Croácia serviu como refúgio para populações do norte
durante o último período glacial. Após isso, houve uma migração para o norte de
pessoas cuja descendência hoje forma uma porção significante das populações
escandinavas. Aqueles que decidiram permanecer são os ancestrais de cerca de
38% dos croatas modernos.
A segunda conclusão que pode ser retirada é que a teoria
de uma origem iraniana tem pouca sustentação genética. Os iranianos modernos
possuem uma distribuição de haplogrupos significantemente diferente, apesar de
milênios atrás a Pérsia ter sido o lar para vários povos distintos. Apenas uma
percentagem relativamente pequena dos croatas pertence a um dos haplogrupos que
é comum no Oriente Médio. A baixa frequência destes grupos é consistente
com a migração menor de fazendeiros neolíticos a partir do Oriente Médio que
ocorreu por volta de 10.000 anos atrás.
E a terceira conclusão é que os croatas modernos talvez
não tenham tanto em comum geneticamente com os croatas de origem proto-eslava.
O haplogrupo R1a que atinge normalmente os níveis entre 40 e 60% na maioria dos
países do Leste Europeu, é de 35% dentro da população croata. A
evidência genética aponta para o fato de que houve um alto grau de miscigenação
das tribos croatas recém-chegadas com as populações indígenas que já estavam
presentes na região da moderna Croácia. Portanto, a maioria dos croatas
modernos é descendente da população europeia original da região e que vivia no
território com outros nomes, como os ilírios
e seus ancestrais. Estes habitantes originais também desempenharam uma função
importante no repovoamento da Europa após a última era glacial.
História
O estado croata mais antigo foi o Principado da Dalmácia.
O príncipe Tromir da Dalmácia foi nomeado duque dos croatas em 852.
Em 925, o duque croata da Dalmácia Tomislav uniu todos os
croatas. Ele organizou um estado com a anexação do Principado da Panônia,
assim como manteve laços próximos com Pagânia
e Zaclúmia.
A partir da criação da união pessoal com a Hungria
em 1102, os croatas estiveram de vez em quando sujeitos a fortes germanização e
magiarização a partir do século XVII. A subsequente conquista otomana
e a dominação dos Habsburgos dividiu as terras croatas novamente
- com a maioria dos croatas vivendo na Croácia propriamente e na Dalmácia.
Grandes números de croatas também vivam na Eslavônia,
Ístria,
Rijeka,
Herzegovina
e Bósnia.
Nos últimos séculos sucederam-se ondas de emigrantes croatas, notavelmente para
molise
na Itália,
Burgenland
na Áustria
e finalmente para os Estados Unidos da América.
Após a Primeira Guerra Mundial, a maior parte dos
croatas foi unida no Reino dos Eslovenos, Croatas e Sérvios, criado
pela união das terras eslavas do sul que estiveram sob domínio austro-húngaro
com o Reino da Sérvia. Os croatas se tornaram uma das
nações constituintes do novo reino. O estado foi transformado no Reino da
Iugoslávia em 1929 e os croatas foram fundidos na nova nação com seus vizinhos eslavos do sul - todos passaram a ser
conhecidos como iugoslavos. Em 1939, os croatas receberam
um alto grau de autonomia quando a Banovina da Croácia foi
criada e uniu quanse todos os territórios croatas étnicos dentro do reino. na Segunda Guerra Mundial, as potências do Eixo criaram um estado fantoche - o Estado Independente da Croácia, liderado
pelo movimento fascista Ustaše,
que tentou criar um estado croata etnicamente limpo. Em resposta, muitos
croatas se juntaram ao movimento partisan antifascista
supra-étnico, liderado pelo Partido Comunista da Iugoslávia. Durante e
depois da guerra, entre 40.000 e 200.000 croatas perderam suas vidas.
A República Socialista Federal da
Iugoslávia do pós-guerra se tornou uma federação
composta de 6 repúblicas, com os croatas se tornando um dos dois povos
constituintes de duas delas- Croácia e Bósnia e Herzegovina (nesta última, um dos três
a partir de 1968).
Os croatas na Sérvia,
na província autônoma da Voivodina, nunca alcançaram tal status. Seguindo a onda de
democratização, acompanhada pelas tensões étnicas que emergiram na era pós-Tito, a
República da croácia declarou a independência em 1990, seguida pela guerra com
sua minoria sérvia, apoiada pelo Exército Popular Iugoslavo controlado
pelos sérvios. Nos primeiros anos da guerra, mais de 200 000 croatas foram
desalojados de seus lares como resultado das ações militares. No auge das
batalhas, cerca de 550.000 croatas foram desalojados no total durante as
guerras iugoslavas.
Durante a Guerra da Bósnia, que se seguiu à da Croácia,
os croatas bósnios-herzegovinos tentaram criar seu próprio estado independente
dentro da Bósnia e Herzegovina - a República croata de Herzeg-Bosnia - que
subsequentemente se juntou à Federação da Bósnia e Herzegovina.
A política do pós-guerra de facilitar a imigração de
croatas étnicos que estivessem no exterior encorajou muitos descendentes de
croatas a retornar para a Croácia. O influxo foi aumentado pela chegada de
refugiados croatas da Bósnia e Herzegovina. Após o final da guerra em 1995, a maioria dos refugiados
croatas retornou para seus antigos lares, enquanto alguns (principalmente
refugiados croatas da Bósnia e Herzegovina e janjevci do Kosovo) voltaram
para suas antigas posses na Sérvia.
Cultura e tradições
Gravata, uma invenção croata.
A área habitada pelos croatas possui uma grande
diversidade de influências históricas e culturais, assim como uma diversidade
de terrenos e geografia. As regiões litorâneas da Dalmácia
e da Ístria
estiveram sujeitas ao Império Romano e aos domínios da República de Veneza e da Itália;
as regiões centrais como Lika e Herzegovina
ocidental foram cenários de campos de batalha contra o Império Otomano,
e têm fortes tradições épicas. Nas planícies do norte, o domínio autro-húngaro
deixou suas marcas.
Apesar do domínio estrangeiro, os croatas desenvolveram
uma cultura forte e distinta e um senso de identidade nacional, um tributo aos
séculos em que eles permaneceram distintos, evitando a assimilação das
populações soberanas. As características mais distintivas do folclore
croata incluem grupos klapa da Dalmácia e orquestras de tamburitsas da Eslavônia.
As artes populares são apresentadas em eventos especiais e festivais, sendo
talvez a mais distintiva a Alka de Sinj, uma tradicional competição de cavaleiros
celebrando a vitória contra os turcos otomanos. A tradição épica também é
preservada em canções épicas cantadas acompanhadas pela gusla, uma espécie de rabeca monocórdia.
Vários tipos de danças kolo circulares também são encontradas por toda a
Croácia.
A língua croata
tem a mais longa tradição escrita de todas as línguas eslavas do sul, com
documetos como a tabuleta de Baška, que data de antes de 1100. A moderna língua
padrão é baseada no dialeto shtokaviano ijekaviano. Há dois outros dialetos, o
chakaviano (falado na Ístria e na Dalmácia) e o kajkaviano (falado em Zagorje e
na região de Zagreb),
que em parte têm sido influenciados e substituídos pelo dialeto padrão, apesar
de ainda manterem suas respectivas formas vernaculares. Apesar da diversidade,
os croatas consideram sua língua como uma marca forte de consciência nacional e
são claramente negativos quanto à influências estrangeiras.
Os croatas são majoritariamente católicos romanos, e a igreja tem uma função
significativa no encorajamento da identidade nacional e na etnogênese croata.
A República de Ragusa e a Dalmácia são os berços
da literatura croata. Ela se desenvolveu grandemente durante o Renascimento,
com trabalhos de autores dálmatas e de Ragusa
como Marko Marulić e Marin Držić, e continuou no período barroco
com Ivan Gundulić, no romantismo
com Ivan Mažuranić e August Šenoa até os dias atuais.
Arte
No século VII os croatas, junto com outros eslavos
e com os ávaros,
chegaram do norte da Europa para a região onde vivem autalmente. Os croatas
estavam abertos à arte e cultura romanas, e antes de tudo ao Cristianismo.
As primeiras igrejas foram construídas como santuários reais, e influências da
arte romana foram fortes na Dalmácia onde a urbanização foi abundante e tinha
um grande número de monumentos. Gradualmente, esta influência foi abandonada e
simplificada, alterando as formas herdadas e até mesmo criando edifícios
originais.
A maior e mais compicada igreja de base central do século
IX é a de São Donato em Zadar.
Da mesma época, do mesmo tamanho e beleza nós podemos apenas comparar a capela
de Carlos Magno
em Aachen.
O altar
fechado e as janelas destas igrejas foram generosamente decorados com ornamentos
superficiais. às vezes, inscrições na escrita croata antiga - glagolítica - apareciam. Logo, as inscrições
glagolíticas foram substituídas pelo latim nas bordas dos
altares e nas arquitraves das antigas igrejas croatas.
A arte românica
apareceu na Croácia no começo do século XI com forte desenvolvimento de monastérios
e reforma da igreja. Nesse período, muitos monumentos e artefatos importantes e
ao longo da costa croata foram feitos, como a catedral da Santa Anastácia em
Zadar (século XIII). Na escultura românica croata, acontece uma transformação
do modelo decorativo para o figurativo. Os melhores exemplos da escultura
românica são as portas de madeira da catedral de Split, feitas por Andrija Buvina (c. 1220) e o portal de
pedra da catedral de Trogir, feito pelo artesão Radovan
(c. 1240). Antigos afrescos são numerosos e melhor preservados na Ístria. Neles
pode-se observar a mistura de influências do ocidente e do leste europeus. as
mais antigas miniaturas são do século XIII - um livro de evangelhos de Split e
Trogir.
A arte gótica
no século XIV foi apoiada pela cultura das câmaras municipais, promovendo as
ordens (como a dos franciscanos) e a cultura cavalheira. Foia
Idade do Ouro das cidades dálmatas livres que estavam comercializando com a
nobreza feudal croata no continente. O maior projeto urbano daquela época foia
construção completa de duas novas cidades - a Pequena e a Grande Ston, e cerca
de um quilômetro de muralhas com torres de guarda entre elas (século XIV).
Depois da Muralha de Adriano na Escócia,
é a maior muralha da Europa. Os tártaros
destruíram a catedral românica em Zagreb durante a sua invasão em 1410, mas
logo depois de que eles se foram, Zagreb conseguiu o status de cidade livre do
rei húngaro Bela IV. Logo depois, o bispo Timotej começou a
reconstruir a catedral no novo estilo gótico.
Zadar
era uma cidade independente da República de Veneza. Os mais belos exemplos de
humanismo gótico em Zadar são esculturas em metal dourado como o Arco de São
Simão, feito por artesãos de Milão
em 1380. A
pintura
gótica foi menos preservada, e delicados trabalhos estão na Ístria em afrescos
de Vicente de Kastv na Igreja de Santa Maria em Škriljinah próximo a Beram, de
1474. Desta época são duas das melhores e mais decoradas liturgias feitas pelos
monges de Split -
Hvals’ Zbornik (que está atualmente em Zagreb) e o Missal do duque
bósnio Hrvoje Vukčić Hrvatinić (que está atualmente em Istambul).
Catedral de São Jacó em Šibenik, de
1555, patrimônio mundial da UNESCO.
Uma página ilustrada do missal Colonna
de Juraj Klović, Biblioteca Universitária John Rylands,
Manchester, Reino Unido.
No século XV, a Croácia estava dividida entre três estados - o
norte da Croácia era parte do Império Austríaco, a Dalmácia estava sob o
domínio da República de Veneza (com exceção de Dubrovnik)
e a Eslavônia estava sob ocupação otomana.
A Dalmácia estava na periferia de várias influências, e então a arquitetura
pública e religiosa com claras influências da renascença italiana floresceu. Três trabalhos
daquele período são de importância europeia, e contribuíram para o
desenvolvimento posterior do Renascimento: a catedral de São Jacó em Šibenik,
terminada em 1441 por Juraj Dalmatinac; a capela
de João de Trogir Santificado, 1468, Nikola Firentinac; e a vila
de Sorkočević em Lapad, próximo a Dubrovnik, de 1521.
No noroeste da Croácia, o início das guerras com o
Império Otomano causou muitos problemas, mas numa visão mais ampla, reforçou a
influência do norte (que tinha os austríacos como governantes). Como o perigo
permanente dos otomanos no leste, houve uma modesta influência do Renascimento,
enquanto fortificações floresciam, como a cidade
fortificada de Karlovac em 1579 e a fortaleza da família
Ratkay em Veliki Tabor do século XVI. Alguns dos artistas croatas famosos da
Renascença viviam e trabalhavam em outros países, como os irmãos Laurana
(Vranjanin, Franjo e Luka), o miniaturista Juraj Klović (também conhecido como Giulio Clovio)
e o famoso pintor manerista Andrija Medulić (professor
de El Greco).
Nos séculos XVII e XVIII a Croácia foi reunificada com as
partes do país que estavam ocupadas pela República de Veneza e pelo Império
Otomano. A unidade contribuiu para o súbito florescimento da arte em todos os
seguimentos. Grandes fortificações com plano radial, canais e e várias torres
foram construídas por causa da constante ameaça otomana. As duas maiores
estavam em Osijek
e Slavonski Brod. Depois elas se tornaram
grandes cidades. O planejamento urbano do barroco é sentido em várias novas
cidades como Karlovac, Bjelovar, Koprivnica, Virovitica, etc. As cidades da Dalmácia
também tiveram torres barrocas e baluartes incorporadas em suas velhas muralhas, como as de Pula, Šibenik ou Hvar. Mas a maior obra
barroca aconteceu em Dubrovnik no século XVII após um terremoto catástrófico em
1667 quando quase toda a cidade foi destruída. Uma florescente pintura de
parede foi experimentada em todas as partes da Croácia, de afrescos
ilusionistas na Igreja de Santa Maria em Samobor, de Santa Catarina em Zagreb à igreja
jesuíta em Dubrovnik. Uma permuta de artistas entre a Croácia e outras partes
da Europa aconteceu. o mais famoso pintor croata foi Federiko Benković que
trabalhou quase toda sua vida na Itália, enquanto um italiano, Francesco Robba,
fez as melhores esculturas barrocas da Croácia.
Nas nações austríacas no começo do século XIX o movimento
romântico
na Croácia foi sentimental, gentil e sutil. No final do século XIX, o arquiteto
Herman Bolle se responsabilizou por um dos maiores projetos do historicismo
europeu - um longo arco de meio quilômetro neo-renascentista com vinte domos no
cemitério Mirogoj em Zagreb. Ao mesmo tempo, as cidades na Croácia realizaram
importantes remodelações urbanas. Uma pseudo-construção que enfatiza todas as
três artes visuais é o antigo edifício do "Ministério da Reza e da
Educação" (chamado de "Salão Dourado") em Zagreb (H. Bolle,
1895). Vlaho Bukovac trouxe o espírito do impressionismo
de Paris,
e ele influenciou fortemente os jovens artistas (incluindo os autores do
"Salão Dourado"). Na "Esposição do Milênio" em Budapeste,
eles estavam aptos de estar lado a lado das outras opções artísticas da
Áustria-Hungria.
O turbulento século XX reorientou politicamente a Croácia
em muitas ocasiões e a afetou de muitas formas, mas não poderia
significativamente alterar sua já peculiar posição como encruzihada de muitas
culturas diferentes.
Símbolos
A atual bandeira da Croácia, incluindo
o atual brasão de armas.
A bandeira da Croácia é uma bandeira tricolor
composta por três faixas horizontais vermelha-branca-azul, como o brasão de armas da Croácia no centro. Esta
bandeira tricolor foi escolhida porque estas eram as cores do pan-eslavismo,
popular no século XIX.
O grb (escudo tradicional).
O brasão de armas é composto do quadriculado tradicional
vermelho e branco ou grb, que significa simplesmente "brasão de
armas". Ele tem sido usado para simbolizar os croatas por séculos; alguns
especulam que ele derive da Croácia Branca e da Croácia Vermelha, terras
históricas da tribo croata. O desenho atual adiciona cinco escudos sobre o
brasão que representam as regiões históricas das quais a Croácia se originou.
O quadriculado vermelho e branco tem sido um símbolo dos
reis croatas desde pelo menos o século X, variando em tamanho de 3x3 a 8x8, mas
mais comumente 5x5, como o atual brasão. Supõe-se tradicionalmente que as cores
orignalmente representavam duas antigas tribos croatas, os croatas vermelhos e os croatas brancos, mas geralmente não há
provas aceitáveis para esta teoria. A fonte mais antiga comfirmando o brasão
como um símbolo oficial é a genealogia dos Habsburgos,
datada de 1512 a
1518. Em 1525, ele foi usado como uma medalha votiva.
O mais antigo exemplo conhecido da šahovnica na
Croácia é encontrado nas asas de quatro falcões numa fonte batismal doada pelo
rei Petar Krešimir IV
da Croácia (1058-1074) ao arcebispo de Split.
Diferente de muitos países, os projetos croatas mais
comumente usam o simbolismo do brasão de armas, e não da bandeira croata. Isto
é devido parcialmente ao desenho geométrico do escudo que o torna apropriado
para o uso em muitos contextos gráficos (por exemplo, na insígnia da Croatia Airlines
ou no desenho da camisa da Seleção Croata de Futebol), e parcialmente
devido ao fato de que os países vizinhos como a Eslovênia
e a Sérvia
usam as mesmas cores pan-eslavas em suas bandeiras que a
Croácia.
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