31 dezembro 2013


República Checa


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 

 

Česká republika, Česko
República Checa / Tcheca

Lema: Pravda vítězí
(Checo: "A verdade prevalece")
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Localização da Chéquia / Tchéquia

Localização da República Tcheca (em vermelho)
No continente europeu (em cinza)
Na União Europeia (em branco)
Cidade mais populosa
Praga
 
 - Indepedência da Áustria-Hungria
 - Desunificação da Tchecoslováquia
 
 - Total
78.866 km² (117.º)
 - Água (%)
2
 
 - Estimativa de 2007
10.381.130 hab. (78.º)
 - Censo 2001
10.230.060 hab. 
130 hab./km² (77.º)
PIB (base PPC)
Estimativa de 2006
 - Total
US$ US 236.536 bilhões (41.º)
US$ US 16.372 (39.º)
IDH (2012)
0,873 (28.º) – muito elevado
25,4
Coroa (koruna) (CZK)
CET (UTC+1)
 - Verão (DST)
CEST (UTC+2)
CZE
+420
 
Mapa da Chéquia / Tchéquia
 

A República Checa ou República Tcheca (em checo Česká republika) ou, ainda, Chéquia ou Tchéquia (em checo, Česko) é um país da Europa Central, limitado a norte pela Polónia, a leste pela Eslováquia, a sul pela Áustria e a oeste e norte pela Alemanha. A capital do país é Praga. É membro da União Europeia desde maio de 2004.

Boémia, na parte ocidental do país, é cercada por morros baixos e forma uma bacia drenada pelo Labe (Elba) e Moldava (Vltava). Morávia, a parte oriental também é montanhosa e é banhada pelo rio Morava. Silésia, a parte do norte da Morávia, entre a Morávia e a Polônia.

Em 1º de janeiro de 1993, a Checoslováquia foi dividida em duas por decisão parlamentar. Desde então, a República Checa e a República Eslovaca (Eslováquia) são dois países independentes.

História



 

Tábor, uma cidade na Boêmia do Sul, fundada em 1420 pelos Hussitas.


 

A República Checa fez parte da Checoslováquia, um estado centro-europeu do século XX.

As terras checas emergiram nos fins do século IX quando foram unificadas pelos Premyslidas (Přemyslovci). O reino da Boémia foi uma potência regional com significado, mas conflitos religiosos como as Guerras Hussitas do século XV e a Guerra dos Trinta Anos do século XVII foram devastadoras. Mais tarde, a Boémia caiu sob influência dos Habsburgos e passou a fazer parte da Áustria-Hungria.

Depois do colapso deste estado, que se seguiu à Primeira Guerra Mundial, os checos e os seus vizinhos eslovacos juntaram-se e formaram a república independente da Checoslováquia em 1918. O primeiro presidente da Checoslováquia foi Tomás Masaryk. Este jovem país continha uma minoria alemã de grandes dimensões, na região dos Sudetas, o que iria levar à dissolução da Checoslováquia quando a Alemanha anexou a minoria por via do Acordo de Munique em 1938, e a Eslováquia também se separou. O estado checo remanescente foi ocupado pelos alemães em 1939.

Depois da Segunda Guerra Mundial, a Checoslováquia caiu na esfera de influência soviética. Em 1968, uma invasão de tropas do Pacto de Varsóvia pôs fim aos esforços dos líderes do país para liberalizar o regime e criar um "socialismo de rosto humano", durante a Primavera de Praga.

Em 1989, a Checoslováquia recuperou a liberdade por via de uma "Revolução de Veludo" pacífica. A 1 de Janeiro de 1993, o país separou-se em dois pacificamente, resultando em países independentes: República Checa e Eslováquia.

A República Checa aderiu à OTAN em 1999 e à União Europeia em 2004.

Geografia



 

Lago de Erzgebirge, na República Checa.

O relevo é montanhoso, devido a cadeia montanhosa dos Cárpatos, a nordeste, na divisa com a sua ex-irmã política Eslováquia. Ao norte, na tríplice fronteira com a Polônia e a Alemanha, localiza-se os montes Sudetos com o ponto mais elevado do país (1.602 m.) no pico Snezka. Os climas da República Checa são o temperado e o continental, com verões moderados e invernos um pouco rigorosos. A vegetação é basicamente a Floresta Temperada, que possui folhas em forma de agulha que caem no inverno (caducifólia).


Demografia



 

Evolução demográfica da República Checa desde 1993.

A maioria dos 10,2 milhões de habitantes da República Checa são étnica e linguisticamente checos (95%). Outros grupos étnicos incluem germânicos, ciganos e polacos. Após a divisão de 1993, os eslovacos compõem cerca de 2% da população actual.

A fronteira entre a República Checa e a Eslováquia é aberta para pessoas com cidadania da antiga Checoslováquia. As Leis que estabelecem a liberdade religiosa foram criadas pouco após a revolução de 1989, revogando regras opressivas promovidas pelo regime comunista.

A maior comunidade religiosa é a Católica Romana (27% da população). Uma grande percentagem da população checa alega ser atéia (59%) .

A comunidade judia soma alguns milhares hoje; uma sinagoga em Praga é memorial de mais de 80.000 checoslovacos judeus que foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial.

 

 
Cidades mais populosas do República Checa

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
1 272 690
 
 
 
 
 
 
 
2
384 277
 
 
 
 
 
 
 
3
302 456
 
 
 
 
 
 
 
4
169 688
 
 
 
 
 
 
 
5
102 247
 
 
 
 
 
 
 
6
100 043
 
 
 
 
 
 
 
7
95 003
 
 
 
 
 
 
 
8
94 242
 
 
 
 
 
 
 
9
93 883
 
 
 
 
 
 
 
10
91 073
 
 
 
 
 
 
 

Religião


A República Checa é o país mais secularizado de toda a Europa, apesar de historicamente ser considerado um país religioso dividido entre os católicos e protestantes. O censo de 2001 verificou que 59% da população não tem religião. Apenas 26,8% da população se considera católica e cerca de 2% são protestantes. 30% dos checos se declaram ateus, enquanto cerca de 50% acreditam em algum tipo de força espiritual, não sendo necessariamente Deus.

Política



 



Palácio de Wallenstein, sede do Senado.

O cenário político da República Checa abrange um amplo espectro de partidos políticos, desde o semi-reformado Partido Comunista da Boêmia e Morávia na extrema-esquerda até os vários partidos nacionalistas na extrema direita. Geralmente, a direita liberal é dividida, exceto no caso específico do gigantesco Partido Democrático Cívico, e tem falhado a várias tentativas de unificação.

O eleitorado checo se mostrou dividido nas eleições parlamentares de junho de 2002, dando maioria à coalizão dos social-democratas (ČSSD), de centro-esquerda, e dos comunistas. Não houve possibilidade de formar-se um governo funcional por causa do ferrenho anticomunismo de Vladimír Špidla. Os resultados levaram a um governo de coalizão do ČSSD com os democrata-cristãos (KDU-ČSL) e os liberais (US-DEU), enquanto os democratas cívicos (ODS) e comunistas (KSČM) ficaram na oposição. Após os resultados da eleição de junho de 2004 para o Parlamento Europeu, o governo promoveu uma reforma ministerial com a mesma base aliada, mas excluindo Špidla após uma revolta em seu próprio partido. Nas eleições de 2006, o parlamento entrou em um impasse, pois dois grupos se dividiram em exatamente 50 por cento das cadeiras, demorando meses até que o partido de direita, ODS, conseguiu fazer de Mirek Topolánek primeiro-ministro, em coligação com o Partido Cristão-Democrata (KDU-ČSL) e o Partido Verde. Foi a primeira vez na história que o Partido Verde checo conseguiu os necessários mínimos 5 por cento dos votos para entrarem no Parlamento. O partido US-DEU foi encerrado, depois de serem rejeitados nas urnas.

O primeiro-ministro é o chefe de governo e mantém poderes consideráveis, incluindo o direito de determinar a maior parte da política interna e externa, mobilizar a maioria parlamentar e nomear ministros.

Václav Klaus, agora ex-presidente da República Checa, ex-presidente dos democratas cívicos (ODS), ainda é um dos políticos mais populares do país. Como chefe-de-Estado formal, tem poderes específicos como o direito de veto, nomear juízes do Tribunal Constitucional, indicar o primeiro-ministro e dissolver o parlamento sob raras e especiais condições.

O parlamento é bicameral, com uma Câmara dos Deputados e um Senado. Após a divisão da antiga Tchecoslováquia, os poderes e responsabilidades do agora extinto parlamento federal foram transferidos para o Conselho Nacional Tcheco, que se renomeou como Câmara dos Deputados. Os deputados são eleitos a cada quatro anos em eleições proporcionais com cláusula de barreira de 5% dos votos. Há 14 distritos eleitorais que coincidem com as regiões administrativas do país.

Como o sistema nas condições checas produz repetidamente governos fracos (um problema específico é que o apoio recebido pelos comunistas, cerca de 20% do eleitorado, é rejeitado por todos os outros partidos) há debates constantes sobre mudanças, mas com poucas chances reais de fazer avançar as reformas. Uma tentativa de ampliar elementos de maioria "tweaking" os parâmetros do sistema (mais e menores distritos, por exemplo) proposta pelo ČSSD e o ODS durante seu "acordo de oposição" em 1998-2002, foi veementemente rejeitada por partidos menores e impedida pelo Tribunal Constitucional como contrária demais ao princípio de representação proporcional.

O primeiro Senado foi eleito em 1996; seus membros têm mandato de seis anos, sendo um terço dos senadores renovados a cada dois anos. Este sistema segue o modelo do senado dos EUA mas cada distrito tem aproximadamente o mesmo tamanho e a eleição acontece em dois turnos. O Senado é relativamente impopular na opinião pública e sofre com baixo comparecimento eleitoral (até 10% em alguns distritos).

A instância judicial máxima do país é a Suprema Corte. O Tribunal Constitucional, que arbitra questões constitucionais, é nomeado pelo presidente e seus 15 juízes têm mandatos de 10 anos.

Subdivisões


A República Checa consiste de 13 regiões (checo: kraje, singular - kraj) e de uma cidade capital (hlavní město), marcada por um *:

Czech regions.PNG

Núm.
Região (em checo)
Capital
01
Karlovy Vary (Karlovarský kraj)
02
Ústí nad Labem (Ústecký kraj)
03
Liberec (Liberecký kraj)
04
Hradec Králové (Královéhradecký kraj)
05
Pardubice (Pardubický kraj)
06
Olomouc (Olomoucký kraj)
07
Morávia-Silésia (Moravskoslezský kraj)
08
Plzeň (Plzeňský kraj)
09
Boémia Central (Středočeský kraj)
Praga (Praha)
10
Praga* (Praha)
 
11
Boémia do Sul (Jihočeský kraj)
12
13
Morávia do Sul (Jihomoravský kraj)
14
Zlín (Zlínský kraj)

Economia



 

Praga, capital e maior cidade do país. Desde a década de 1990 a cidade tornou-se um dos maiores pólos turísticos da Europa.

A economia da extinta Tchecoslováquia era essencialmente baseada em indústrias siderúrgicas, metalúrgicas, automobilísticas, de bebidas e de cristais. Mais recentemente, a República Checa, já capitalista, desenvolveu uma agricultura baseada na produção de trigo para exportação. Outros produtos agropecuários produzidos em larga escala no país incluem beterraba, cevada, batata, lúpulo e carne de bovinos, suínos, caprinos e aves.

Cultura


Entre os cineastas checos da atualidade com projecção internacional encontram-se Jan Svěrák, Jan Švankmajer, Jan Hrebejk, Milan Cieslar, Frank Mellaneh e Gregor Stenpovich.

Desporto


O hóquei no gelo é, ao lado do futebol, o esporte mais popular da República Checa, tendo como atuais jogadores populares Patrik Elias, Jaromir Jagr, Tomas Kaberle, Filip Kuba, Michal Rozsival, Radim Vrbata, entre outros.




Imigração checa no Brasil


Embora os checos ou tchecos representem proporcionalmente uma pequena parcela do total de imigrantes que desembarcaram no Brasil, a imigração checa é significativa quando considerada em valores absolutos. Evidência disso é o fato de que uma pesquisa na lista telefônica de 2007 da cidade de São Paulo revelava que todos os dez sobrenomes masculinos mais comuns na República Checa no ano de 2006 eram também encontrados entre os assinantes da capital paulista. Além disso, o peso da imigração checa ainda é marcante em vários aspectos do dia-a-dia de certas regiões do país.

Há 500 mil checos e descendentes no Brasil.

Os primeiros checos


Os primeiros checos a pisar o solo brasileiro foram, provavelmente, membros da Companhia de Jesus, ainda no século XVII como, por exemplo, o jesuíta Valentin Stansel da cidade de Olomouc.6 Os primeiros imigrantes a desembarcar no Brasil, entretanto, chegaram no ano de 1823. Dentre eles, encontrava-se um carpinteiro de Třeboň, Jan Nepomuk Kubíček, um dos bisavós maternos do ex-presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira.


Século XX


Ao longo do século XX, chegaram ao Brasil três grandes ondas de imigrantes checos. A primeira ocorreu nos anos de 1930. Novos imigrantes entraram no país a partir de 1948, quando do golpe comunista na Checoslováquia. Por fim, uma terceira onda iniciou-se a partir de 1968, após a invasão da Checoslováquia pelas tropas do Pacto de Varsóvia.

Distribuição geográfica


A maioria dos checos que chegaram ao Brasil fixaram-se na região sul do país. Nesses estados, os primeiros imigrantes começaram a chegar ainda no século XIX, tornando-se, freqüentemente, uma minoria em áreas de colonização majoritariamente alemã ou polonesa.

Em Santa Catarina, os checos ocuparam principalmente as mesorregiões do Vale do Itajaí e Norte Catarinense, incluindo as microrregiões de Joinville, São Bento do Sul e Mafra, entre outras.

No Rio Grande do Sul, distribuíram-se principalmente na região da Serra Gaúcha (notavelmente no município de Nova Petrópolis), no Litoral Norte, na região das Missões e na Depressão Central.

No Paraná, os checos estabeleceram-se principalmente na região norte do estado, nos municípios de Londrina, Rolândia e Cambé, entre outros. Na região de Londrina, destaca-se o distrito rural de Warta, onde checos e polacos disputaram as terras disponíveis para o cultivo de café entre os anos de 1932 até a década de 1940, ao passo que, em Cambé, fixaram-se na parte alta da Colônia Bratislava entre os anos de 1931 e 1932.

No século XX, muitos checos migraram também para a região centro-oeste do Brasil. Esses imigrantes chegaram principalmente nas décadas de 1940 e 1950, liderados por Jan Antonín Baťa, irmão de Tomáš Baťa, ambos empresários da indústria de calçados que haviam deixado a Checoslováquia após a ocupação dos Sudetos pelos nazistas em 1938. Jan Baťa fundou várias cidades no Brasil: Batayporã Gerenciada por Jindrich Trachta - www.cmjt.org, Bataguassu, Batatuba e Mariápolis.

A colonização de parte da região sudeste do Mato Grosso do Sul foi possível graças à Companhia Viação São Paulo-Mato Grosso do Sul, propriedade de Baťa administrada por Vladimir Kubik.

Curiosidades


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