Origens da
história judaica
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As
tentativa de sistematização de uma história judaica tem trazido diversos
problemas aos estudiosos, pois há inúmeros problemas a serem resolvidos ao
tratar-se deste assunto. Temos entre estes problemas a questão de determinar
precisamente quando se inicia uma história do povo judeu :
se como grupo étnico, religioso ou cultural, e as fontes que servem como base
de estudo para esta história. Geralmente os documentos extra-bíblicos
relacionados ao período mais antigo da história judaica são escassos e sujeitos
à debates, o que levou à duas ramificações de estudo: a postura maximalista, que diz que tudo que não pode ser comprovado como
falso e deve ser aceito como verdadeiro, e a postura minimalista que diz que os eventos que não são
corroborados por eventos contemporâneos devem ser descartados.
Versão bíblica
A
versão bíblica da história judaica considera que os judeus são
uma nação escolhida por Deus como um povo separado e santo, fiel
guardião das leis outorgadas por este Deus.
Assim a história bíblica de Israel é uma história onde Deus intervém
no mundo em cada situação de acordo com a relação de Israel para com Deus.
Os patriarcas e o êxodo
De
acordo com a tradição judaico-cristã, a história judaica começa com o chamado
de Deus ao caldeu Abraão.
Abraão teria sido um fiel seguidor do monoteísmoem uma época de idolatria,
o que fez com que Deus prometesse dar descendência a Abraão e fazer desta o
povo eleito deste Deus. Esta promessa se cumpriria com o nascimento de Isaac,
que daria origem a Jacó e que este seria pai de doze filhos, os quais seriam os
pais das doze tribos de Israel. Após a imigração para o Egito devido a uma
grande fome, a família de Jacó cresce em número e influência, o que leva à sua
escravização por parte dos egípcios, e o surgimento de um libertador, abraao,
que sob a mão de Deus tira
o povo do Egito, entrega-lhes às leis divinas e dá aos filhos de Jacó um
sentido de "nação". Após uma peregrinação de quarenta anos no
deserto, este povo teria, sob o comando de Josué conquistado
a terra de Canaã.
Os juízes e a monarquia unida
Os
israelitas conquistaram algumas regiões de Canaã,
mas ainda assim não mantiveram uma unidade nacional. Cada tribo mantinha suas
leis e costumes e uniam-se ou combatiam entre si de acordo com as suas
conveniências. Geralmente cada tribo era governada e julgada por juízes,
pessoas que seriam determinadas porDeus para tal cargo.
Posteriormente,
os israelitas querendo imitar outras nações, pedem um rei, e Saul,
escolhido por Deus torna-se rei de Israel.
Mas sua rebeldia ao seguir os mandamentos da Torá faz
com que perca o reinado, e após alguns contra tempos, Davi,
um pastor-guerreiro de Judá é escolhido por Deus para
ser rei. Aqui apresentam-se a primeira vez a unificação das tribos em uma única
nação, e inicia-se o período áureo da história judaica, que será consolidado
com o reinado deSalomão, filho de Davi.
A divisão dos
reinos
Com
o descontentamento constante das tribos sob o domínio de Salomão,
o reino se divide em duas partes sob o governo do filho de Salomão, Roboão. Dez
Tribos se rebelam contra impostos cobrados por Salomão e reivindicam a Roboão
negociá-las.Diante da negativa do jovem rei Roboão, dez tribos se rebelam um
formam um reino a parte. Assim, duas tribos ficam com Roboão,continuando
Jerusalém como sede do reino(I Reis 12),reino de Judá ao sul e o reino de
Israel, tendo Samaria como sede e Jeroboão,como rei. Jeroboão era filho de
Nebate, efrateu de Zereda, servo de Salomão (I Reis 11:26; 12:19-20) reino de
Israel ao norte. Diversas crises políticas e religiosas acabam levando à
decadência dos dois reinos: o reino de Israel é destruído pelos assírios,
enquanto o reino de Judá é destruído pelos babilônios. No exílio, o povo
israelita começa a tomar consciência do seu papel no "Plano de Deus"
e, após alguns anos, retornam para sua terra e reconstroem o Templo, reorganizando suas Escrituras. Com
estes fatos encerra-se a história do período das Escrituras
Hebraicas.
A era talmúdica
Com
o retorno de algumas comunidades judaicas para a Judeia,
uma renovação religiosa levou a diversos eventos que seriam fundamentais para o
surgimento doJudaísmo como uma religião mundial. Entre estes eventos
podemos mencionar a unificação das doutrinas mosaicas, o estabelecimento de um cânon,
a reconstrução do Templo de Jerusalém e a adoção da noção do
"povo judeu" como povo escolhido e através do qual seria redimida
toda a humanidade.
A
comunidade judaica da Judeia cresceu com relativa autonomia sob o domínio persa,
mas a história judaica tomará importância com a conquista da Palestina porAlexandre Magno em 334
a.C..
Com a morte de Alexandre, o seu império foi dividido entre seus generais, e a
Judeia foi dominada pelos Ptolomeus e depois pelos Selêucidas, contra os quais os judeus moveram revoltas que
culminaram em sua independência ( ver Macabeus ).
Com
a independência e o domínio dos Macabeus como
reis e sacerdotes, surgem as diversas ramificações do judaísmo da época do Segundo Templo: os fariseus,
os saduceus e os essênios. As diversas intrigas entre as diversas divisões do judaísmo
levou à conquista da Judeia pelo Império Romano.
Cronologia
Era bíblica
·
Séculos XX -XVII
a.C. - Primeira emigração dos hebreus para Canaã.
Os Patriarcas bíblicos.
·
Séculos
XVII-XIII a.C.- Israelitas no Egito.
·
Séculos XII-XI
a.C. - Época dos juízes.
·
1067 -1055 a.C.
- Reinado de Saul.
·
1055 -1015 a.C.
- Reinado de Davi.
·
1015-977 a.C. -
Reinado de Salomão.
·
722 a.C. - Fim
do reino de Israel.
·
586 a.C. -
Destruição de Jerusalém.
·
520-516 a.C. -
Reconstrução do Templo em Jerusalém.
Era talmúdica
·
332 a.C. -Alexandre Magno conquista a Judeia.
·
320-198 a.C. -
Domínio Ptolomeu.
·
198-167 a.C. -
Domínio selêucida.
·
167 a.C. -
Revolução dos macabeus.
·
140 a.C. - A
Judeia conquista a independência.
·
Século I d.C. -
Início e expansão do Cristianismo .
·
Era medieval
·
882-942- Gaon Saadia.
·
Século XI -
Florescimento da cultura judaica na Espanha.
·
1066 -
Massacre dos judeus em Granada.
·
Séculos XII-XV -
Expulsão da Alemanha e emigração para a Europa Oriental.
·
1135-1205- Maimónides.
·
1290-
Expulsão dos judeus da Inglaterra.
·
1348-
A Peste Negra.
·
1506 Massacre
de cristãos-novos em Portugal.
Era moderna
·
1524-1532-
Movimento messiãnico de David Al-Roy e Salomão Molcho.
·
1534-1572- Isaac Luria.
·
1649-1656 -
O retorno dos judeus para a Inglaterra.
·
1666-Movimento
messiânico de Sabatai Zevi.
·
1787-Emancipação
na América.
Era contemporânea
·
1894- 1906 - Processo Dreyfus na França.
·
1897-
Primeiro Congresso
Sionista.Primeira convenção do Bund.
·
1925-
Fundação da Universidade Hebraica em Jerusalém.
·
1942 -
[[Solução final]. Dá início o extermínio de judeus no Holocausto.
·
1948-
Criação do Estado de Israel.Primeira guerra
árabe-israelense.
·
1961-
Seqüestro e condenação do oficial nazista Adolph Eichman.
Judaísmo
A
religião principal da comunidade judaica que
ainda que não seja unificada (ver Religiosidade judaica) contém princípios
básicos que a distingue de outras religiões. De acordo com a
visão religiosa o judaísmo é uma religião ordenada pelo Criador através de um
pacto eterno com Abraão e sua descendência. Já os estudiosos crêem que o
judaísmo seja fruto da fusão e evolução de mitologias e costumes tribais da
região do Levante unificadas posteriormente mediante
a consciência de um nacionalismo judaico.
Ainda
que seja intimamente relacionada à História dos judeus, a história do judaísmo
se distingue por enfatizar a evolução da religião deste povo.
Origens do
judaísmo
Mosaísmo e crenças israelitas pré-exílio
Ainda
que o judaísmo só vá ser chamado como tal apenas após o retorno do Cativeiro em
Babilônia , de acordo com a tradição judaico-cristã a origem do judaísmo
estaria associada ao chamado de Abraão à
promessa de Abraão ,originário de Ur, teria sido um defensor do monoteísmo em um mundo de idolatria,
e pela sua fidelidade à YHWH teria sido recompensado com a
promessa de que teria um filho, Isaque do
qual levantaria um povo que herdaria a Terra da promessa.Abraão é chamado de primeiro
hebreu (do hebraico De acordo com a Bíblia, YHWH não
seria apenas o Senhor de Israel, mas sim o Princípio Uno que criou o mundo, e
que já havia se revelado à outros justos antes de Abraão.
Mas com Abraão inicia-se um pacto de obediência, que deveria ser
seguido por todos os seus descendentes se quisessem usufruir das bençãos de YHWH.Alguns
rituais tribais são seguidos pelos membros da família de Abraão que depois
serão incorporados à legislação religiosa judaica.
Até
mesmo a abstração da Divindade nos primeiros tempos do judaísmo é praticamente
inexistente : Deus existe como um ser diferente do ser
humano mas presente entre a humanidade através de teofanias e
manifestações de cunho patriarcalista aplicando provações, castigos e
promessas. Outro ponto de debate é que geralmente se considera a inexistência
ou inexpressão dos patriarcas bíblicos que seriam figuras regionais ou
mitológicas criadas posteriormente.
Conforme
a tradição Deus teria
dado a Terra de Canaã aos israelitas como uma promessa
eterna o qual de acordo com a religião tiveram de conquistar através de
numerosas batalhas com a intervenção divina, sendo que esta intervenção era
retirada ou contrária quando o povo israelita rebelava-se ou contrariava a
divindade. Assim a figura de Deus assumiu um caráter essencialmente
guerreiro.
A
religião mosaica pré-judaísmo só atingirá sua maturação com o início da
monarquia israelita e sua subsequente divisão em dois reinos: Yehuda (Judá) e
Yisrael (Israel).Esta divisão marcará uma separação entre os rituais religiosos
dos reinos do norte e do sul, que permanecem até hoje, entre o judaísmo e o judaísmo samaritano .
No
entanto, a visão histórica e bíblica mostram que esta religião mosaica não era
única e exclusiva . Durante todo o período pré-exílio as fontes nos informam
que os israelistas serviam diversas outras divindades, dos quais os mais
proeminente era baal.
Enquanto a maioria dos religiosos aceita que na verdade a mistura entre os
israelitas e os cananitas após a conquista de Canaã tenha corrompido a religião
israelita, a maioria dos estudiosos prefere aceitar que o mosaismo era apenas
mais uma das diversas crenças entre as tribos israelitas, e que só virá a se
firmar com os profetas e com o exílio.
A
hierarquia e os rituais de culto mosaico serão firmemente estabelecidos com a
monarquia ,onde serão elaboradas as regras de sacerdócio e estabelecidos os
padrões do culto com a construção do Templo de Jerusalém.Este novo local de culto
,substituto do antigo Tabernáculo portátil de Moisés,
serviu como centro da religião judaica ,ainda que em meio à outros cultos
estrangeiros.
Exílio em Babilônia e o início da Diáspora
Um
dos elementos fortes da religião pré-judaísmo é o surgimento dos profetas ,
homens de diversas camadas sociais que pregavam e anunciariam profecias da
parte de Deus.Sua
pregação anunciando os castigos da desobediência para com Deus encontraram
eco com a destruição de Israel em 722 a.C. e
com a conquista de Judá pelos babilônios em 586 a.C..
Com
a dispersão dos reinos israelitas , muitos judeus assimilaram-se aos povos para
o qual foram dispersados.Mas as comunidades israelitas remanescentes
desenvolveram sua cultura e religião , criando o que temos hoje como Judaísmo.O
fortalecimento da comunidade e a descentralização do culto (através da criação
das sinagogas),além do estabelecimento de um conjunto de mandamentos que
deveria ser aprendidos pelos membros da comunidade e obedecidos em qualquer
lugar em que vivessem ,aliaram-se à esperança no restabelecimento novamente na
Terra Prometida ,dando aos judeus uma consciência messiânica . No entanto com a
liberação do retorno dos judeus para a Judeia poucas comunidades retornaram
para a Judeia.
O período do
Segundo Templo
Com
o retorno de algumas comunidades judaicas para a Judeia, uma renovação
religiosa levou à diversos eventos que seriam fundamentais para o surgimento do
judaísmo como uma religião mundial . Entre estes eventos podemos mencionar a
unificação das doutrinas mosaicas, o estabelecimento de um cânon das
Escrituras, a reconstrução do Templo de Jerusalém e a adoção da noção do
"povo judeu" como povo escolhido e através do qual seria redimida
toda a humanidade.
Modelo
do Templo de Herodes
A
comunidade judaica da Judeia cresceu com relativa autonomia sob o domínio persa,
mas a história judaica tomará importância com a conquista da Palestina por Alexandre Magno em 332 a.C..
Com a morte de Alexandre, o seu império foi dividido entre seus generais, e a
Judeia foi dominada pelos Ptolomeus e depois pelos Selêucidas, contra os quais os judeus moveram revoltas que
culminaram em sua independência (verMacabeus).
Com
a independência e o domínio dos Macabeus como
reis e sacerdotes, surgem as diversas ramificações do judaísmo da época do Segundo Templo: os fariseus,
ossaduceus e os essênios. As diversas polémicas entre as diversas divisões do
judaísmo levaram à conquista da Judeia pelo Império Romano (63 a.C.).
O
domínio romano sobre a Judeia foi em todo o seu período conturbado
principalmente em relação aos diversos governadores e reis impostos sobre Roma,
o que levou à Revolta judaica que culminou com a destruição do Segundo Templo e de Jerusalém em70 d.C. Muitas revoltas judaicas
explodiram em todo o Império Romano, que levaram à Segunda revolta judaica sob
o comando de Shimmon Bar-Kosiva e do rabino Akiva que
fracassou ,e em 135 ,com
sua derrota levou à extinção do estado judeu , que só retornaria em 1948.
As seitas da época do Segundo Templo e posterior desenvolvimento do
judaísmo
Por
volta do primeiro século D.C. havia várias
grandes seitas em disputa da liderança entre os judeus, e em geral todas elas
procuravam, de forma diversa, uma salvação messiânica em termos de autonomia
nacional dentro do Império Romano: os fariseus,
os saduceus, os zelotas e
os essênios. Entre estes grupos,os fariseus obtiveram grande
influência dentro do judaísmo, já que após a destruição do Templo de Jerusalém, a influência dos saduceus
diminuiu , enquanto os fariseus , que controlavam a maior parte das sinagogas
continuaram a promover sua visão de judaísmo, que originará o judaísmo rabínico.Os judeus rabínicos
codificaram suas tradições orais na obras conhecidas como Talmudes.
O
ramo dos saduceus dividiu-se em diversos pequenos grupos, que no século VIII adoptaram a rejeição dos saduceus pela lei oral dos
fariseus/rabinos registada na Mishná e
desenvolvida por rabinos mais recentes nos dois Talmudes),
pretendendo confiar apenas no Tanakh. Estes judeus criaram o judaísmo caraíta,
que ainda existe hoje em dia, se bem que os seus seguidores sejam em muito
menor número que o judaísmo rabínico. Os judeus rabínicos defendem que os
caraitas são judeus, mas que a sua religião é uma forma de judaísmo incompleta
e errónea. Os caraítas defendem que os rabinitas são idólatras e necessitam
retornar às escrituras originais.
Os
samaritanos continuaram à professar sua forma de judaísmo, e continuam à
existir até os dias de hoje.
Ao
longo do tempo, os judeus também foram-se diferenciando em grupos étnicos
distintos: os asquenazitas - - (da Europa de Leste e da
Rússia), os sefarditas (de Espanha, Portugal e do Norte de África),
os Judeus do Iêmen, da extremidade sul da
península Arábica e diversos outros grupos. Esta divisão é cultural e não se baseia
em qualquer disputa doutrinária , mas acabou levando à diferentes
peculiaridades na visão de cada comunidade sobre a prática do judaísmo .
Judaísmo na Idade Média
O cristianismo teria surgido como uma ramificação
messiânica do judaísmo no primeiro século d.C. Após o cisma que levou à
separação entre judaísmo e cristianismo, o cristianismo desenvolveu-se separadamente,
e também foi perseguido pelo Império Romano. Com a adoção do cristianismo
como religião do império no século IV, a tendência a querer erradicar o paganismo
e a visão do judaísmo como uma religião que teria desprezado Jesus Cristo, levou a um constante choque entre
as duas religiões, onde a política de converter judeus à força levava à
expulsão, espoliação e morte caso não fosse aceita.
Os
judeus e diversas minorias tornaram-se vítimas de diversas acusações e
perseguições por parte dos cristãos. A conversão ao judaísmo foi proibida pela
Igreja, e as comunidades judaicas foram relegadas à marginalidade em diversas
nações ou expulsas. O judaísmo tornou-se então uma forma religiosa de
resistência à dominação imposta pela Igreja, desenvolvendo algumas das
doutrinas exclusivistas de muitas tradições judaicas atuais.
Com
o surgimento do Islão no século VII d.C. e sua rápida
ascensão entre diversas nações, inicia-se a relação deste com o judaísmo,
caracterizado por períodos de perseguição e outros de paz, no qual deve-se
enfatizar a Idade de Ouro da
cultura judaica na Espanha muçulmana.
O desenvolvimento do judaísmo hassídico
O judaísmo hasídico foi fundado por Israel ben Eliezer (1700-1760),
também conhecido por Ba'al Shem Tov, ou pelo Besht. Os seus discípulos atraíram
muitos seguidores, e eles próprios estabeleceram numerosas seitas hasídicas na Europa.
O judaísmo hasídico acabou por se transformar no modo de vida de muitos judeus
na Europa, e chegou aos Estados Unidos durante
as grandes vagas de emigração judaica na década de 1880.
Algum
tempo antes, tinha havido um sério cisma entre os judeus chassídicos e
não-chassídicos. Os judeus europeus que rejeitavam o movimento hasídico eram
chamados pelos hasidim de mitnagdim,
(literalmente os contrários, oponentes). Alguns dos motivos para a
rejeição do judaísmo hasídico radicavam-se na exiberância opressiva da prece
hasídica - nas suas imputações não-tradicionais de que os seus líderes eram
infalíveis e alegadamente operavam milagres, e na preocupação com a
possibilidade de o movimento se transformar numa seita messiânica. Desde então,
todas as seitas do judaísmo hasídico foram absorvidas pela corrente principal
do judaísmo ortodoxo, e em particular pelo judaísmo ultra-ortodoxo.
Veja
os artigos sobre o judaísmo chassídico e os mitnagdim para
obter informação mais detalhada.
O desenvolvimento das seitas modernas em resposta ao Iluminismo
Nos
finais do século XVIII, a Europa foi
varrida por um conjunto de movimentos intelectuais, sociais e políticos
conhecidos pelo nome de Iluminismo. O judaísmo desenvolveu-se em
várias seitas distintas em resposta a este fenómeno sem precedentes: o judaísmo reformista e o judaísmo liberal, muitas formas de judaísmo
ortodoxo (ver também Hassidismo) e judaísmo conservador (ver
também Judaísmo liberal) e ainda uma certa
quantidade de grupos menores.
Judaísmo na atualidade
Na
maior parte das nações ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido, Israel e a África do Sul, muitos judeus secularizados
deixaram há muito de participar nos deveres religiosos. Muitos deles lembram-se
de ter tido avôs religiosos, mas cresceram em lares onde a educação e
observância judaicas já não eram uma prioridade. Desenvolveram sentimentos
ambivalentes no que toca aos seus deveres religiosos. Por um lado, tendem a
agarrar-se às suas tradições por razões de identidade, mas por outro lado, as
influências da mentalidade ocidental, vida cotidiana e pressões sociais tendem
a afastá-los do judaísmo. Estudos recentes feitos em judeus americanos indicam
que muitas pessoas que se identificam como de herança judaica já não se
identificam enquanto membros da religião conhecida como judaísmo. As várias
seitas judaicas nos EUA e no Canadá encaram
este facto como uma situação de crise, e têm sérias preocupações com as
crescentes taxas de casamentos mistos e assimilação entre a comunidade judaica.
Uma vez que os judeus americanos têm vindo a casar mais tarde do que acontecia
antigamente, têm vindo a ter menos filhos, e a taxa de nascimentos entre os
judeus americanos desceu de mais de 2.0 para 1.7 (a taxa de substituição é de
2.1). Nos últimos 50 anos todas as principais seitas judaicas têm assistido a
um aumento de popularidade, com um número crescente de jovens judeus a
participar na educação judaica, a aderir às sinagogas e a se tornarem (em graus
diversos) mais observantes das tradições. pois antes disso nao avia relações
estreitas, com os noemita, ou seja terroristas da epoca .
Judaísmo no Brasil
Notáveis Judeus brasileiros:
Henry Sobel • Marcelo Gleiser • Moacyr Scliar |
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População total
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107.329 (2010)1
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Regiões com população
significativa
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Línguas
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Religiões
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Grupos étnicos relacionados
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Ashkenazim, Sefaradim, Mizrahim e
outras divisões étnicas do Judaísmo.
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O Brasil conta hoje com uma população de
107.329 Judeus 2 sendo a
segunda maior comunidade judaica daAmérica Latina, perdendo apenas para a Argentina, e a décima primeira a nível mundial.
A imigração judaica no Brasil foi um
movimento migratório do início do século XIX até a
primeira metade doséculo XX, especialmente nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste. Somam hoje mais de 100 mil
praticantes doJudaísmo no
Brasil, sendo o número de ascendentes não
muito exato. O judeu brasileiro é um brasileiro que possui ascendentes e/ou crença judaica.
Também são consideradas judeus brasileiros as pessoas nascidas no exterior mas
radicadas no Brasil.
Os judeus no Brasil
colônia
O Brasil foi palco para a primeira
comunidade judaica estabelecida nas Américas. Com a expulsão dos judeus de Portugal,
logo após a sua descoberta, judeus convertidos ao catolicismo (cristãos-novos)
já se haviam estabelecido na nova colônia. Ao menos dois pisaram na terra
quando Pedro Álvares Cabral chegou em1500,
fazendo parte de sua tripulação: Mestre João, médico particular da Coroa Portuguesa e
astrônomo; eGaspar da Gama, intérprete (ajudara Vasco da Gama nas Índias,
onde vivia) e comandante da nau que trazia mantimentos.
A Kahal Zur Israel, no Recife emPernambuco,
foi a primeira sinagogadas Américas.
Nos dez anos seguintes, outro judeu
naufragou perto da costa brasileira e integrou-se aos indígenas: João Ramalho, que serviu de intérprete para
novos portugueses que foram chegando. No mesmo período, Fernão de Noronha extraía pau-brasil da costa atlântica; as árvores
ficariam conhecidas como "madeira judaica". Muitos judeus
portugueses, procurando fugir da intolerância católica em Portugal,
viam no "novo mundo" a oportunidade de praticar livremente seu culto,
incluindo-se aí os cristianizados que praticavam o judaísmo em
segredo - os cristãos-novos. Martim Afonso de Sousa era um dos cristãos-novos que chegaram
ao Brasil no século XVI, como governante de uma das capitanias hereditárias.
Mais judeus pioneiros chegaram ao país na
época das invasões holandesas do Brasil,
em 1630, uma vez que compunham na Holandauma
comunidade tolerada, razão pela qual os holandeses foram bem recebidos pela
comunidade judaica já estabelecida no Brasil. O Nordeste brasileiro ficou sob o
domínio holandês por
vinte e quatro anos e, neste período, muitos sefarditas se estabeleceram no país,
principalmente em Recife,
onde tornaram-se prósperos comerciantes e fundaram a primeira sinagoga das Américas. Com a
expulsão dos holandeses, a maioria dos judeus estabelecidos no Brasil fugiram
para os Países Baixos ou
outras possessões holandesas, como as Antilhas e Nova Amsterdã, que posteriormente seria
renomeada como Nova York após ser cedida aos ingleses. Ali
fundaram a primeira comunidade judaica dos Estados Unidos, e uma minoria se estabeleceu no
interior do Sertão,
o Seridó,
para assim fugirem da Inquisição.3
As últimas informações sobre a presença
destes judeus ibéricos no Brasil datam de meados do século XVIII. Nessa época, com o
desenvolvimento da mineração na
colônia, milhares de portugueses se deslocaram para a região das Minas Gerais, entre eles, um número
considerável de cristãos-novos. Através da Inquisição, muitos desses sefarditas foram julgados, enviados
à Portugal e condenados à prisão. De fato, muitos desses cristãos-novos não
mais mantinham ligações com o judaísmo, mas, por serem ricos comerciantes e
mineiros, eram acusados de praticar judaísmo por seus inimigos e dificilmente
se livravam das condenações da Inquisição.
No final do século XVIII, já não havia mais
relatos sobre judeus no Brasil. Todos haviam saído da colônia ou se convertido
ao Cristianismo, o que faz com que muitosbrasileiros possuam, mesmo sem saber, origens em
judeus portugueses.
A imigração a
partir do século XIX
Uma nova onda de imigrantes judeus, sefarditas,
começou a chegar ao Brasil em 1810,
vindos principalmente do Marrocos,
estabelecendo-se na Amazônia, principalmente em Belém,
onde fundaram em 1824 a mais antiga sinagoga em funcionamento no Brasil e, em 1848, o primeiro cemitério
israelita do país; e emManaus, onde chegaram em 1880. Boa parte dos
que chegaram no final do século vinham em função da época dourada da borracha, e sua vinda foi
financiada pelos que já estavam na região. Cametá,
no interior do Pará,
chegou a ter metade de sua população branca constituída de sefarditas.
As famílias mais ricas mudaram-se para o Rio de Janeiro com o declínio da borracha. Ainda
assim, a grande assimilação que tiveram na região, envolvendo também sincretismo religioso,
fez com que a proporção de descendentes de judeus entre a população branca da Região Norte (amplamente
de sefarditas)
seja a maior do país.
O isolamento imposto aos sefarditas na
Amazônia chamou a atenção de rabinos no Marrocos. No início do século XX,
decidiram enviar um rabino à Amazônia para angariar fundos para uma yeshivá no Marrocos (ou em Jerusalém, não se
sabe ao certo) e fiscalizar o cumprimento das normas religiosas pela comunidade
estabelecida na floresta. Shalom Emanuel Muyal chegou à região em 1908 ou 1910,
mas, dois anos depois de chegar a Manaus,
morreu, provavelmente depois de contrair febre amarela. Curiosamente, o rabino Muyal
acabou por ganhar fama de santo milagreiro entre os católicos locais. Foi
enterrado no cemitério cristão, pois não havia, então, cemitério judeu na
cidade, e sua sepultura tornou-se local de peregrinações. Zeloso, o rabino da
sinagoga de Manaus mandou construir um muro ao redor do túmulo, mas foi pior:
os devotos católicos passaram a usar o muro como suporte para placas e quadros
em que fazem seus pedidos ao rabi Muyal e também proclamam as graças
alcançadas. "Ele se tornou o santo judeu dos católicos da Amazônia",
admite Isaac Dahan, da sinagoga de Manaus. Nos anos 1960,
quando seu sobrinho, então ministro de governo do já criado Estado de Israel, tentou trasladar os restos
mortais do santinho, houve protestos populares, e o governo do Amazonas
pediu-lhe que não o fizesse. Enfim a sepultura do rabi Muyal foi para o
cemitério judaico, anexo ao católico, e o santo rabi continuou a ser venerado
no Amazonas.4 5
A saga dos judeus amazônidas foi levantada
no livro Eretz Amazônia,
de Samuel Benchimol.
Em fins do século XIX, uma outra onda de imigração judaica já se fazia
presente no sul do Brasil,
inserida dentro do fenômeno da grande imigração no Brasil, que ocorreu principalmente
entre 1870 e 1920. Neste período, cerca de 5,5 milhões de imigrantes
desembarcaram no Brasil, sendo o número de judeus não muito expressivo, pois
estes preferiam imigrar para os Estados Unidos.
Sinagoga Beth-El, localizada nocentro de São Paulo.
Com a Proclamação da
República do Brasil, uma Constituição foi promulgada, garantindo
liberdade religiosa no Brasil, o que facilitou a vinda de imigrantes judeus,
desta vez um grande número de asquenazes:
a maior parte era proveniente do Leste europeu, regiões da atual Polônia, Rússia e Ucrânia.
A maioria desembarcava no porto de Santos e rumava para a cidade deSão Paulo onde
rapidamente constituiu-se uma próspera comunidade de comerciantes judeus. Com a
ascensão do nazismona Alemanha na década de 1930, formou-se um maior contingente
de imigrantes judeus (asquenazes em sua maioria) rumando para o Brasil. Além de
São Paulo (principalmente no Bom Retiro), os
judeus marcaram presença no Rio de Janeiro, no Sul do Brasil e em outras
partes do país. No Rio Grande do Sul possui a fazenda Philipson, fundada no ano
de 1904. Ela é considerada como a formadora da primeira escola judaica no
Brasil e está localizada no município de Itaara ao lado da BR-158.
Posteriormente os imigrantes e descendentes migraram do Bom Retiro para regiões nobres da cidade de São Paulo, como Higienópolis e Jardins.6
No Brasil, os imigrantes judeus
praticamente não encontraram resistência religiosa e ficaram isentos de
preconceito por parte da população local, o que tornou sua adaptação muito mais
fácil que as comunidades judaicas norte-americana e argentina, por exemplo.
Hoje em dia, a comunidade judaica brasileira participa ativamente na sociedade
e estão bastante integrados no país.
Origem dos judeus
brasileiros
Perguntados sobre sua origem étnica, os
judeus brasileiros responderam:7
·
Brasileira (39,11%)
·
Judaica (16,73%)
·
Polonesa (6,46%)
·
Italiana (6,05%)
·
Indígena (5,83%)
·
Alemã (5,64%)
·
Portuguesa (4,0%)
·
Árabe (2,11%)
·
Libanesa (1,62%)
·
Negra (1,46%)
·
Africana (0,81%)
·
Outra
(10,18%)
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