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Família caribe, por John Gabriel Stedman
Os caribes, caraíbas ou karibs (do tupi Kara' ib; sábio, inteligente) são
povos indígenas das Pequenas
Antilhas, que deram o nome ao mar do Caribe.
Sua origem estaria no sul das Índias Ocidentais e na costa norte
da América do Sul.
Embora os
homens falassem os idiomas caribes, seus ataques a tribos vizinhas
resultaram em tantas cativas aruaques que
não era incomum que as mulheres falassem o Kalhíphonao das línguas aruaques). No sul do Caribe,
coexistiram com um grupo que também falava um idioma caribe e com quem tinham
parentesco, os galibis, que viviam em aldeias distintas em Granada e Tobago,
e que se acredita que tenham sido os caribes do continente.
História
Acredita-se
que os caraíbas tenham deixado as florestas tropicais do Orinoco, na Venezuela,
para se estabelecer no Caribe. Nos séculos que antecederam a chegada de Cristóvão Colombo no arquipélago caribenho,
em 1493,
os caribes podem ter expulsado os igneris, povo de fala maipureana, da
região norte das Pequenas Antilhas.
Os ilhéus também saqueavam e comerciavam com os tainos das Ilhas Virgens e
de Porto Rico.
Os caribes eram a fonte do ouro que Colombo encontrou em posso dos tainos; o ouro
não era fundido pelos ameríndios das ilhas, mas sim obtido, através do
comércio, de tribos do continente. Os caribes eram hábeis
navegadores e construtores de embarcações, e aparentemente deviam sua hegemonia
da bacia caribenha ao domínio das artes da guerra.
Caribes, mulher
Os próprios
caribes foram desalojados pelos europeus,
e eventualmente foram todos exterminados ou assimilados durante o período colonial pelos
espanhóis. Conseguiram, no entanto, manter o controle de algumas ilhas,
como Domínica, São Vicente, Santa Lúcia e Trinidad.
Os caribes
negros, ou garifunas, de São Vicente, herdaram suas características
étnicas de um grupo de escravos negros que formaram quilombos depois
de um naufrágio em 1675, possivelmente após terem dominado a tripulação do navio. Em 1795 foram deportados
para a ilha de Roatán, na costa de Honduras,
onde seus descendentes, os garifuna,
ainda vivem hoje em dia. Os britânicos viam
os "caribes amarelos" como menos hostis, e permitiram que
permanecessem em São Vicente. A resistência caribe impediu a colonização de
Dominica pelos europeus, e as comunidades caribes que permaneceram em São
Vicente e em Domínica mantiveram um certo grau de autonomia até o século XIX.
Os últimos
falantes conhecidos do caribe ilhéu morreram na década de 1920. Um número
modesto de populações haitianas, dominicanas e vincentinas alegam descenderem dos caribes.
O povo
Devido ao
relevo acidentado de Dominica, os caribes puderam se esconder dos exércitos
europeus. Hoje em dia, na costa leste da ilha, existe um território de
3.700 acres doado pela
Coroa Britânica em 1903, onde vivem cerca de 3.000 caribes , sobreviventes de
muitos anos de tratamentos brutais pelos colonos espanhóis, franceses e
britânicos. Elegem seu próprio chefe e, em julho de 2003, celebraram o
centenário de seu território. Em julho de 2004 Charles Williams
foi eleito chefe caribe.[1] Diz-se
que são os remanescentes dos caribes. Alguns deles, no entanto, casaram com
membros da população local.
Existem
diversas centenas de caribes em Trinidad, assim como uma população caribe
significativa em São Vicente, cujo tamanho exato não se conhece. Algumas
comunidades caribe ainda subsistem na América do
Sul continental, em países como a Venezuela, Colômbia, Brasil, Guiana
Francesa, Guiana e Suriname.
O tamanho destas comunidades varia muito.
Tradicionalmente
as mulheres se encarregavam primariamente de tarefas domésticas e da agricultura,
e, no século XVII, viviam em casas separadas dos
homens (um costume que também sugere uma origem sul-americana).
As mulheres,
no entanto, eram altamente reverenciadas e possuíam um significativo poder
sócio-político. A sociedade caribe das ilhas era tida como mais igualitária,
socialmente, que a dos tainos. Embora existissem chefes de aldeias e líderes de
guerra, não existiam grandes estados ou aristocracias; a unidade básica de
governo parecia ser as "casas grandes" habitadas por homens ou
mulheres, e tipicamente governadas por um ou mais caciques,
que prestavam contas a um conselho tribal.
Religião
Acredita-se
que os caribeiginou da palavra caribe karibna ("pessoa") – registrada por Colombo como
um nome para os caribes.
Evidências
de canibalismo foram
registradas como um aspecto de rituais de guerra;
os membros das
vítimas eram levados para casa como troféus.
Enquanto os caribes mastigavam e cuspiam bocados de carne de um guerreiro
especialmente corajoso, para que esta coragem fosse assimilada pelo guerreiro
vitorioso, não há provas de que eles comiam humanos para satisfazer a fome.
Os caribes
também tinham a tradição de manter os ossos de seus
ancestrais em suas casas, o que foi tomado originalmente como evidência de que
eles comiam carne humana e que estes ossos seriam restos de banquetes canibais
(que nunca foram presenciados). Missionários como o padre Jean Baptiste Labat e Cesar de Rochefort descreveram
a prática caribe de se preservar os ossos de seus ancestrais nas casas como a
crença de que os espíritos dos antigos zelaria pela casa e protegeria seus
descendentes. Hoje em dia práticas similares são praticadas em certas
tribos amazônicas.
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