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Territórios aproximados
ocupados por diferentes dinastias, bem como modernos Estados políticos, ao
longo da história da China.
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A história da China está
registrada em documentos que datam do século XVI a.C. em diante e que demonstram
que aquele país é uma das civilizações mais
antigas do mundo com existência contínua. Os estudiosos entendem que a
civilização chinesa surgiu em cidades-Estado no
vale do rio Amarelo. O ano 221 a.C. costuma
ser referido como o momento em que a China foi unificada na forma de um grande
reino ou império, apesar de já haver vários estados e dinastias antes disso. As
dinastias sucessivas desenvolveram sistemas de controle burocrático que
permitiriam ao imperador chinês administrar o vasto
território que viria a ser conhecido como a China.
A fundação
do que hoje se chama a civilização chinesa é marcada pela imposição de um sistema de escrita comum, pela dinastia Qin no século III a.C., e pelo desenvolvimento de
uma ideologia estatal
baseada no confucionismo, no século II
a.C.Politicamente, a China alternou períodos de unidade e
fragmentação, sendo conquistada algumas vezes por potências externas, algumas
das quais terminaram assimiladas pela população chinesa. Influências culturais
e políticas de diversas partes da Ásia,
e mais tarde algumas da Europa levadas por ondas sucessivas de imigrantes,
fundiram-se para criar a imagem da atual cultura
chinesa.
Pré-história
História
da China
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História
Antiga
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Neolítico 8500 AEC – 2070 AEC
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Dinastia
Xia 2070
AEC – 1600 AEC
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Dinastia
Shang 1600
AEC – 1046 AEC
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Dinastia
Zhou 1046
AEC – 256 AEC
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História
Imperial
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Dinastia
Qin 221
AEC – 206 AEC
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Dinastia
Han 206
AEC – 220 EC
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Três Reinos 220–280
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Dinastia Jin 265–420
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Dinastias do Norte e do Sul
420–589 |
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Dinastia
Sui 581–618
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Dinastia
Tang 618–907
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(Segunda dinastia Zhou 690–705)
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Cinco Dinastias
e Dez Reinos 907–960 |
Dinastia
Liao
907–1125 |
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Dinastia
Song
960–1279 |
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Dinastia
Yuan 1271–1368
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Dinastia
Ming 1368–1644
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Dinastia
Qing 1644–1911
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História
Moderna
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República da China 1912–1949
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||
República Popular
da China 1949–presente |
República
da
China (Taiwan) 1949–presente |
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Relacionados [Expandir]
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Na pré-história,
a China foi
habitada, entre 550 mil a 300 mil anos antes de Cristo,
pelo Homo erectus,
antepassado do Homo sapiens cujo um dos espécimes mais
famoso é o Homem de Pequim, descoberto em 1927 em Zhoukoudian que
usava instrumentos de pedra e o fogo. Os primeiros indícios
de fogo são de há 460 mil anos pelo Homo Erectus, sessenta mil anos depois
alimentavam-se de carne, nozes e bagas. Também foram descobertos restos de
alimentos de frutos selvagens, especialmente ginginha do rei, juntamente com
rebentos de plantas e tubérculos, insetos, répteis, aves, ovos, ratos e grandes
mamíferos. Viviam em grutas, abrigos nos rochedos e acampamentos ao ar livre.
Os caçadores-recoletores primitivos de há 200 mil anos moviam-se duns sítios
para os outros aproveitando os vários e diferentes recursos sazonais[2] Entre
200 mil e 50 mil a.C. o Homo sapiens inicial habitou certas zonas da
China e o mais recente, o Homo Sapiens Sapiens esteve em Zhoukoudian 40
mil anos a.C.. Também esteve no mesmo sítio Homo Erectus há 1 milhão de anos.
Os homens Sapien fixaram-se no Nordeste da China há cerca de 25 mil anos atrás
a seguir da parte mais quente do Sul já ter sido explorado.
Neolítico
No início do
período Neolítico, que na China é entre 8000 e 2000 a.C, o clima da Ásia Oriental era
tropical. O Norte chinês possuía densas florestas, onde havia crocodilos e
elefantes. Descobertas arqueológicas recentes revelaram que várias culturas
regionais efetuaram separadamente a transição da recoleção para a produção de
alimentos. Nelas incluem-se as culturas de Yangshao no curso médio do rio Amarelo,
que cultivava painço e outros cereais a 6500 a.C, talvez 7000 e também
tinha galinhas e
porcos, a Dawenkou em Shandong.
Os agricultores do norte chinês tinham de enfrentar secas e cheias frequentes,
apesar dessas dificuldades a sofisticada cultura da aldeia de Yangshao usava
uma forma primitiva de irrigação, estava florescente em 5000 a.C. e tinha 100
casas[7] A Majiabang no curso inferior do
rio Yangzi (Iansequião)
e a Dapenkeng ao longo da costa sul e
de Taiwan.
A cultura Majiabang emergiu no sexto milénio a.C. e caracterizou-se pelo
cultivo de arroz à
cerca de 6500 a.C., apesar de já o terem aclimatado 1500 anos antes e de se
pensar que já era cultivado em 8500 a.C.. A agricultura chinesa tornou-se bem
organizada e intensiva ao longo dos séculos seguintes, especialmente no
sul. já possuindo porcos e búfalos aquáticos e pelo uso da cerâmica com
motivos gravados por incisão.
Perto da
costa chinesa o cultivo de tubérculos como
o inhame e
o taro foi
acompanhado pelo surgimento de alfaias mais
complexas para cavar e pintar.
Em
Hemudu
No sudeste
da China, em Hemudu tinha sido descoberta uma
povoação neolítica de 5000 a.C.. As descobertas incluem peças de terracota,
artigos de madeira e osso e ossadas de porcos e búfalo, havia igualmente apitos
feitos com ossos de aves, possivelmente destinados a atrair pássaros a
armadilhas. A descoberta com maior importância foi a de que o povo de Hemedu se
dedicava à orizicultura.
Em
Bampo
O sítio arqueológico
mais conhecido em Bampo, perto de Xi'an e
foi ocupado a partir de 4500 a.C.. até 3750 a.C. Bampo tinha 45 casas, mais ou
menos, e os seus habitantes cultivavam painço,
possuiam cães e porcos e
produziam cerâmica que além de decorada ocasionalmente possuía marcas gravadas.
Cerâmica
Como marcas
iguais têm sido descobertas em cerâmicas em outros locais da região, foi sugerido
que elas não seriam simples marcas de oleiro mas um estágio inicial da criação
de carateres chineses, sugestão algo polémica. Também foram descobertos
fragmentos de outro tipo de cerâmica, conhecida como cerâmica de Longshan,
descoberta em Chengziyai, no noroeste da
província de Shadong. Em vez de ser vermelha e às vezes pintada com
representações estilizadas de pássaros e flores como a de Yangshao, não era
pintada, era mais delicada e elevada numa base circular ou assente em três pés.
O provável é que as duas culturas se desenvolveram isoladamente e que a cultura
de Longshan, que se espalhou largamente na Ásia Oriental, se espalhou
lentamente até à Planície Central, onde a tradição da cerâmica pintada já
começara a esmorecer.
Abrigos
Os
agricultores iniciais do norte da China construíram aldeamentos
semi-permanentes, movendo-se quando precisavam de novas terras e voltando mais
tarde a seguir da terra recuperar a fertilidade. As casas, em concavidades ou
ao nível do solo, redondas ou quadradas, como paredes de taipa e telhados
de colmo feitos
de camadas canas e argila e hastes de painço, sustentados por traves.
Ornamentos
de osso
No norte
chinês e na Manchúria os primeiros ornamentos pessoais são de há
cerca de 7500 a.C.. Os caçadores que os criaram faziam agulhas e furadores de
ossos de tigre,
de leopardos,
de ursos e
de veados e
inscreviam desenhos em bocados de chifre. Perfuravam dentes de texugo e
de outros animais, fazendo colares com eles, medalhões e brincos.
História antiga
Dinastia
Xia
A dinastia
Xia é algo mítico. A tradição chinesa diz que os humanos têm a sua origem nos
parasitas do corpo do criador, Pangu. A seguir ao seu
óbito governantes sábios introduziram as invenções e instituições fundamentais
da sociedade humana. O primeiro governante chamava-se Fuxi, que domesticou os
animais e instituiu o casamento. Depois foi Shennong, que introduziu a agricultura,
a medicina e
o comércio.
Mais tarde veio Huangdi, o Imperador Amarelo, a quem foi atribuída a invenção
da escrita,
da cerâmica e do calendário. Séculos mais tarde surgiu o imperador Yao que
governou sabiamente e introduziu o controle de cheias. O seu feito mais notório
foi a sua decisão de não eleger o filho como futuro imperador, por não o
considerar digno, mas um sábio humilde de nome Shun. Os reinados de Shun e Yao seriam
mais tarde admirados como uma idade dourada. Voltando ao tema, Shun nomeou por
sua vez o seu fiel ministro Yu como sucessor. É nesta altura que a pré-história
da China se funde com a história. O reinado de Yu teve segundo a tradição
início em 2205 a.C, Yu terá alegadamente fundado a Dinastia Xia, a primeira das
três dinastias da China antiga: Xia, Shang e Zhou.
Quando as
escavações arqueológicas se iniciaram, na década de 20 do século passado, a
visão tradicional da dinastia Xia foi desafiada e Yu foi reduzido a figura
mítica. Mais recentemente, a posição da dinastia Xia foi restaurada, não como a
primeira de uma série de dinastias mas como o mais poderoso de muitos pequenos
estados existentes ao longo do vale do rio Amarelo, coexistindo com os estados
Shang e Zhou iniciais. O estado Xia que existiu aproximadamente entre 1900 e
1350 a.C., foi identificado com a localidade de Erlitou, na província de Henan, local onde
têm sido escavados edifícios apalaçados e túmulos e os mais antigos recetáculos
de bronze até
hoje conhecidos foram encontrados. A árvore genealógica dos seus governantes
foi mantida nos Shiji,
os Registos Históricos compilados
por Sima Qian,
grande historiador chinês, e futuramente provados por inscrições em ossos
oraculares.
Em 1900 a.C.
foi o ano das primeiras cidades descobertas na China.
Dinastia
Shang
Encontraram-se restos de sociedades avançadas e estratificadas datados
da época da Dinastia Shang no vale do rio Amarelo.
O registro
mais antigo do passado da China data da Dinastia Shang, possivelmente no século XIII a.C., na forma de inscrições
divinatórias em ossos ou carapaças de animais, segundo a tradição chinesa
começou em 1766 e acabou em 1122 a.C.
A dinastia
Shang teve uma série de capitais das quais a mais importante era Zhengzhou,
capital durante o período inicial e intermédio da dinastia que tinha uma
muralha com cerca de 6,4 quilómetros de comprimento e 10 metros de altura que
protegia um grande povoado, e Anyang ocupada
entre 1300 e 1050 a.C..
As casas e oficinas ali
(em Zhengzhou) encontradas indicam que a sociedade Shang era altamente
organizada e socialmente estratificada. Nos arredores de Anyang, em Xiaotun, foram descobertos indícios do que
teria sido o centro cerimonial e administrativo do estado Shang na sua fase
tardia. Em Xibeigang, 3 quilómetros a norte foram
descobertos 11 grandes túmulos cruciformes que podiam pertencer aos 11 monarcas
Shang, que segundo os registos existentes teriam reinado em Anyang.
Governantes
Shang
Os
governantes Shang faziam um importante papel cerimonial, mas também se ocupavam
da administração do estado e eram servidos por funcionários com funções
especializadas. Eram apoiados por vários clãs aristocráticos com os quais
tinham relações de parentesco ou de matrimónio. A aristocracia dedicava-se
a artes militares e lutava com carros puxados a cavalo. A relação entre os
Shang e os clãs era pessoal mas formalizada atráves de cerimónias de
investidura, nos quais o rei podia pedir serviços aos clãs, laborais e
militares. Os Shang bem como os seus apoiantes da aristocracia levavam a cabo campanhas
agressivas contra os vizinhos, obtendo prisioneiro e saque. Também se expandiam
graças a mandatos para a criação de novos povoados e da disponibilização de
novas zonas para a agricultura. Com estes meios o estado Shang expandiu-se do
seu núcleo territorial junto ao rio amarelo até ao vale do rio Wei até a atual
província de Shanxi.
Relações
dos Shang com outros
Os Shang
formaram relações com um estado chamado Shu, o que talvez
signifique que uma cultura se desenvolveu de forma independente na província
de Sichuan.
Economia
Shang
A base
económica do estado Shang era a agricultura e a sua colheita mais importante
era o milhete (ou
painço). O clima da planície do norte chinês era então mais tropical
e arborizado, necessitando assim de uma grande quantidade de mão de obra para a
libertar para a agricultura. Afirma-se muitas vezes, especialmente por
historiadores marxistas, como Guo Moruo, que a mão de obra utilizada
normalmente era escrava e que a sociedade Shang devia ser considerada como o
estágio esclavagista da evolução social chinesa. Tal ideia tem sido motivada
por indícios de sacrifícios humanos que faziam parte das cerimónias funébres da
realeza, e por certas inscrições oraculares. Há pouco tempo Jun Lisugeriu que não a maioria da
população não era composta por escravos, no sentido de serem comprados e
vendidos, e que esta usufría de liberdade individual. No entanto era obrigada a
trabalhos coercivos, como a construção de muralhas e tarefas agrícolas, sendo
também recrutada para serviços militares.
Fragmentos
de ossos oraculares
Muita da
informação disponível da sociedade Shang chegou até nós graças a inscrições
feitas em omoplatas de bovinos, ou com menos regular em carapaças de
tartarugas. Diziam que eram "ossos de dragão"
e era reduzidos a pó para fins medicinais. Foram descobertos mais 200 mil
fragmentos do ossos oraculares em Xiaotun. Os osso oraculares revelam nos as
mais variadas coisas sobre o estado Shang. Usavam de 3 mil grafemas diferentes
e incluíam uma semana de dez dias e um ciclo de 60 dias.
Metalurgia
chinesa Shang
Os indícios
acumulados nos últimos anos apoiam a teoria da descoberta independente da metalurgia na
China e da rápida transferência de técnicas cerâmicas para a manufatura de
objetos em bronze. A produção e utilização do bronze era controlada pelo imperador.
A quantidade de objetos encontrados demonstra que a extração de minério e a
manufatura de peças constituíam grandes indústrias.
Os recipientes Shang iniciais eram fundidos em moldes distintos sendo as várias
partes posteriormente unidas. Uma indústria em pequena escala surgiu em Gansu por volta do
ano 2000 a.C.. Este método foi a base sobre o qual se desenvolveu a produção de
bronze em grande escala.
Túmulos
Os reis
Shang eram sepultados em grandes túmulos cruciformes, cuja escavação exigia o
trabalho de centenas de pessoas. Os cadáveres eram postos em caixões de madeira
rodeados por objetos funerários. Nas rampas que conduziam ao fundo do túmulo
encontravam-se cadáveres humanos e de cavalos.
Religião
Graças as
provas pode se ter uma ideia da religião Shang. O povo
Shang adorava vários deuses, dos quais muitos eram ascedentes da realeza.
Outros eram espíritos da Natureza, e ainda outros possivelmente derivassem de mitos
populares ou de cultos locais. O culto do ancestrais era praticado por grande
parcela da população e permaneceu uma parte essencial do culto religioso até
aos tempos modernos. Um estudo recente mostra que Di significava
"deuses" coletivamente e apenas com os Zhous surgiria a ideia de um
deus principal. Os indícios descobertos nos túmulos mostra-se clao que acreditavam
na vida depois da morte, e as perguntas
oraculares podem ter sido dirigidas a antepassados falecidos. A corte Shang pode ter
sido frequentado por Xamãs e, possível, o próprio rei fosse um xamã. Se estas
opiniões estiverem certas o caráter da religião Shag era muito diferente da
abordagem racional das escolas filosóficas que tornariam-se prepoderantes
durante o período Zhou.
Os
historiadores chineses de períodos posteriores habituaram-se à noção de que uma
dinastia sucedia a outra, mas sabe-se que a situação política na China
primitiva era muito mais complexa. Alguns acadêmicos sugerem que os xias e os
shangs talvez fossem entidades políticas que co-existiram, da mesma maneira que
os zhous foram contemporâneos dos shangs.
Alimentação
A soja foi
introduzida em 1200 a.C..
Dinastia
Zhou
Segundo a
tradição a dinastia Zhou reinou entre 1122 e 256 a.C.. Este período enorme é
divido em Zhou Ocidental, de 1122 a 771 a.C., e Zhou Oriental, estando este
ainda subdivido nos períodos de Primavera e Outono, de 771 a 481 a.C., e dos
Estados Combatentes, de 481 a 221 a.C..
A capital
dos Zhou era perto da atual Xi'an. No apogeu do poder dos Zhou a China chegava
tão a norte como a Mongólia.
Segundo
o Shujing, o
Livro dos Documentos a queda dos Shang foi devida aos
erros do seu último governante, Zhou.
Resultante
da queda dos Shang o mandato do céu foi-lhes retirado. O rei Wen passou a ser
considerado um expoente de virtude e o seu filho, o rei Wu, depois de vencer os
Shang numa batalha num sítio chamado Muye. Os documentos indicam que os Zhou
faziam parte uma aliança de oito nações e eles ganharam porque as tropas Shang
se revoltaram por causa da crueldade do seu líder. Tudo isto se passou cerca de
1045 a.C., cerca de 80 anos depois da data do costume considerada como a queda
dos Shang.
Um pouco
mais tarde, possivelmente em 1043 a.C., o rei Wu faleceu, sucedendo-lhe o
filho, decisão diferente da adotada na dinastia Shang, onde a sucessão era
feita por um irmão.
Os Zhou tem sido
considerados feudais.
Origem
e localização
Imenso tempo
antes da queda dos Shang, os Zhou apareceram como um estado poderoso a ocidente
do principal centro de atividades Shang. A origem do povo Zhou não é clara.
Segundo Mêncio,
um discípulo de Confúcio, "o rei Wen erá um bárbaro ocidental",
a teoria que os Zhou teriam origem turca tem ganho algum apoio. No entanto não
há apoios linguísticos que assinalem uma origem distantes. Uma teoria mais
equilibrada sugere que a sua origem seria o vale do rio Fen, na província de Shanxi, tendo os
Zhou migrado mais tarde para o vale do rio Wei, a oeste de Xi'an, na adjacente
província de Shanxii. Lá, na proximidade do estado Shang, eles acabaram por
adotar muitos apetos da cultura vizinha, um processo que lhes permitiu adquirir
técnicas administrativas que tornou mais fácil a tomada de poder.
Período
das Primaveras e dos Outonos
No século VIII a.C., o poder político tornou-se
descentralizado, durante o chamado Período das Primaveras e dos Outonos, cujo
nome advém dos Anais das Primaveras e dos Outonos. Naquele período, chefes
militares locais empregados pelos zhous começaram a agir com autonomia e a
disputar a hegemonia. A situação agravou-se com a invasão de outros povos
a partir de nordeste, como os qins (ou chins), o que forçou os zhous a mover
sua capital a leste, para Luoyang. Isto marca a segunda grande fase da Dinastia Zhou: os
zhous orientais. Em cada um das centenas de Estados que vieram a surgir (alguns
meros vilarejos com um castelo), potentados locais detinham a maior parte do
poder político e sua subserviência aos reis zhous era apenas nominal. Por
exemplo, tais chefes locais passaram a envergar títulos reais. Este período viu
surgir movimentos intelectuais e filosóficos influentes como o confucionismo,
o taoísmo,
o legalismo e o moísmo,
parcialmente como reação às mudanças políticas da época.
Os Reinos Combatentes.
Período
dos reinos combatentes
Após um
processo de consolidação política, restavam, no final do século V a.C.,
sete Estados proeminentes. A fase durante a qual estas poucas entidades políticas
combateram umas contra as outras é conhecida como o Período dos Reinos Combatentes.
Durante a época dos Estados Combatentes. Os sete principados que disputaram a
supremacia neste período eram: Zhao,
Wei, Han, Qin, Qi, Yan e Chu.
A figura de
um rei zhou continuou a existir até 256 a.C.,
mas apenas como chefe nominal, sem poderes concretos. A fase final deste
período começou durante o reinado de Ying Zheng,
rei de Qin. Após lograr a unificação dos outros seis Estados e anexar outros
territórios nos atuais Zhejiang, Fujian, Guangdong e Guangxi em 214 a.C.,
proclamou-se o primeiro Imperador (Qin Shi Huangdi).
Qin Shihuang,
primeiro imperador da China.
China Imperial
Dinastia
Qin (221 – 206 a.C.)
Os
historiadores costumam denominar de China Imperial o período entre o início
da Dinastia Qin (século III a.C.) e o fim da Dinastia Qing (no
começo do século XX). Em 230 a.C, o Estado Quin iniciou
as várias campanhas que levaram à unificação da China. Os outros estados
formaram alianças para tentarem impedir o seu avanço, e em 227 a.C. houve uma
tentativa de assassinato do rei Zheng.
Os esforços de resistência fraquejaram e em 221 a.C o rei Zheng do estado Qin
assumiu o título de Qin Shi Huangdi, primeiro imperador da Dinastia Qin. Embora
seu reinado sobre uma China unificada tenha durado apenas doze anos, o
imperador qin logrou subjugar grande parte do que se constitui no cerne das
terras hans chinesas
e uni-las sob um governo altamente centralizado com sede em Xianyang (a
atual Xian).
A doutrina do legalismo, pela qual se orientava o
imperador, enfatizava a observância estrita de um código legal e o poder
absoluto do monarca. Tal filosofia, embora muito eficaz para expandir o império
pela força, mostrou-se inservível para governar em tempo de paz. Os qins
promoveram o silenciamento brutal da oposição política, cuja epítome foi o
incidente conhecido como a queima de livros e o sepultamento de
acadêmicos (vivos).
A Dinastia
Qin é famosa por ter iniciado a Grande Muralha da China, que foi posteriormente
ampliada e aperfeiçoada durante a Dinastia Ming.
Incluem-se entre as demais contribuições dos qin a unificação do direito,
da linguagem escrita e da moeda da China,
bem-vindas após as tribulações dos períodos da Primavera e do Outono e dos
Reinos Combatentes. Até mesmo algo tão prosaico como o comprimento dos eixos
das carroças teve que ser uniformizado de modo a permitir um sistema comercial
viável que abrangesse todo o império.
Dinastia
Han (202 a.C. – 220 d.C.)
A Dinastia
Han emergiu em 202 a.C., como a primeira a adotar a filosofia do confucionismo,
que se tornou a base ideológica de todos os regimes chineses até o fim da
China Imperial. Durante esta fase dinástica, a China logrou grandes avanços nas
artes e nas ciências. O Imperador Wu consolidou e ampliou o império ao expulsar
os xiongnus (que
alguns identificam com os hunos) para as estepes do
que é hoje a Mongólia Interior, tomando-lhes o território
correspondente às atuais províncias de Gansu, Ningxia e Qinghai.
Isto permitiu abrir as primeiras ligações comerciais entre a China e o Ocidente:
a Rota da Seda.
Entretanto,
as aquisições de terras pelas elites gradualmente causaram uma crise
tributária. Em 9 d.C.,
o usurpador Wang Mang fundou a breve Dinastia Xin ("nova")
e deu início a um amplo programa de reformas agrária e econômica. As famílias
proprietárias de terras jamais apoiaram as reformas, que favoreciam os camponeses e
a pequena nobreza, e a instabilidade causada por sua oposição levou ao caos e a
rebeliões.
O
Imperador Guangwu reinstituiu
a Dinastia Han, sediada agora em Luoyang,
próximo a Xian,
com o apoio das famílias proprietárias e mercantis. Alguns denominam este
período Dinastia Han Oriental. O poder dos hans
declinou em meio a aquisições de terras, invasões e rixas entre clãs consortes
(isto é, clãs a que pertenciam a consorte do imperador) e eunucos.
A Rebelião do Turbante Amarelo, protagonizado pelos camponeses, estalou
em 184 e
resultou numa era de chefes guerreiros. No caos subseqüente, três Estados
buscaram a preeminência durante o chamado Período dos Três Reinos.
Dinastia
Jin
Embora os
três grupos tenham sido temporariamente unificados em 278 pela Dinastia Jin, os grupos
étnicos não-hans controlavam boa parte do país no
início do século IV e provocaram migrações de hans em grande escala para a
margem sul do YangTzé. Em 303, o povo di revoltou-se, capturou Chengdu e
estabeleceu o Estado de Cheng Han. Os xiongnus,
chefiados por Liu Yuan, rebelaram-se também e fundaram o Estado de Han Zhao.
Seu sucessor, Liu Cong, capturou e executou os dois últimos imperadores jins
ocidentais. O Período dos Dezesseis Reinos assistiu a uma pletora de breves
dinastias não-chinesas que, a partir de 303, governaram o norte da China. Os
grupos étnicos ali presentes incluíam os ancestrais dos turcos, mongóis e tibetanos.
A maioria daqueles povos nômades,
relativamente pouco numerosos, já havia sido achinesada muito antes de sua
ascensão ao poder. Na verdade, alguns deles, em especial os chiangs e os xiongnus, já habitavam as regiões de
fronteira no interior da Grande
Muralha desde o final da Dinastia Han,
com o consentimento desta.
Dinastia
Sui: reunificação
A
Dinastia Sui logrou
reunificar o país em 581, após quase quatro séculos de fragmentação política na
qual o norte e o sul se desenvolveram independentemente. Do mesmo modo que os
soberanos qin haviam unificado a China após o
Período dos Reinos Combatentes, os suis uniram
o país e criaram diversas instituições que terminaram por ser adotadas por seus
sucessores, os tangs.
Da mesma forma que os qins, porém, os suis sobrecarregaram seus recursos e caíram.
Dinastia
Tang: o retorno da prosperidade
Em 18 de junho de 618, Gaozu tomou o poder e estabeleceu
a Dinastia Tang. Iniciou-se então uma era de
prosperidade e inovações nas artes e na tecnologia. O budismo,
que se havia instalado gradualmente na China a partir do século I,
tornou-se a religião predominante e foi adotada pela família imperial
e pelo povo.
Os tangs, da mesma forma que os hans,
mantiveram abertas as rotas comerciais para o Ocidente e
para o sul; diversos comerciantes estrangeiros fixaram-se na China.
A partir de
cerca de 860,
a Dinastia Tang começou a declinar, devido a uma série de rebeliões internas e
de revoltas de Estados clientes. Um chefe guerreiro, Huang Chao, capturou Guangzhou em 879 e executou a
maioria dos seus 200.000 habitantes. Em 880, Luoyang caiu-lhe
nas mãos e, em 881, Changan.
O Imperador Xizong fugiu para Chengdu e
Huang estabeleceu um governo que, embora posteriormente destruído por
forças tangs, lançou o
país num novo período de caos político.
Cinco
dinastias e dez reinos
Ao
interregno entre a Dinastia Tang e
a Dinastia Sung,
caracterizado pela fragmentação política, dá-se o nome de Período das Cinco Dinastias e dos Dez
Reinos. Com duração de pouco mais de meio século, entre 907 e 960, esta fase histórica
viu a China tornar-se uma pluralidade de estados. Cinco regimes sucederam-se
rapidamente no controle do tradicional coração territorial do país, no norte,
enquanto que dez regimes mais estáveis ocupavam porções do sul e do oeste da
China.
Divisão
política: os liaos, os sungs, os xias ocidentais, os jins
Mapa da Eurásia em cerca de 1200, anteriormente às invasões mongóis.
Em 960,
a Dinastia Sung (960–1279) logrou controlar
a maior parte da China e escolheu Kaifeng para
sua capital, dando início a um período de prosperidade econômica, enquanto que
a Dinastia Liao dos khitans governava
a Manchúria e
a Mongólia.
Em 1115, subiu ao poder a Dinastia Jin (1115-1234), dos jurchens[39] e,
em dez anos, aniquilou a Dinastia Liao. Tomou a China setentrional e Kaifeng
das mãos da Dinastia Sung, forçando-a a transferir sua capital para Hangzhou e
a reconhecer os jins como soberanos. A China encontrava-se, então, dividida
entre a Dinastia Jin, ao norte, a Dinastia Sung Meridional, ao sul e os xias
ocidentais, a oeste. Os sungs meridionais passaram por um período de grande
desenvolvimento tecnológico, possivelmente devido, em parte, à pressão militar
que sofriam na sua fronteira setentrional.
Os
mongóis e a Dinastia Yuan
O Império Jin foi derrotado pelos mongóis,
que em seguida subjugaram os sungs
meridionais ao cabo de uma guerra longa e cruenta, a primeira
na qual as armas de fogodesempenharam um papel importante.
Com isto, a China foi mais uma vez unificada, mas agora como parte de um
vasto Império Mongol. Neste período, Marco Polo visitou
a corte imperial em Pequim. Os mongóis dividiam-se então entre os que preferiam
manter sua base nas estepes e aqueles que desejavam adotar os costumes dos
chineses hans. Um destes era Cublai Cã,
neto de Gêngis Cã e fundador da Dinastia Yuan,
a primeira a governar toda a China a partir de Pequim.
Dinastia
Ming: nova hegemonia dos hans
A China sob
a Dinastia Ming (em 1580).
O forte
sentimento popular hostil ao governo "estrangeiro" levou a rebeliões
camponesas que terminaram por repelir os mongóis de
volta às estepes e
a instituir a Dinastia Ming em 1368.
Durante o
governo mongol, a população havia
sido reduzida em 40 por cento, para um total estimado em 60 milhões de pessoas.
Dois séculos depois, a população dobrara de tamanho, o que deu causa a uma
maior urbanização e à maior complexidade
da divisão do trabalho. Surgiram pequenas indústrias,
dedicadas à produção de papel, seda, algodão e porcelana,
em especial em grandes centros urbanos como Pequim e Nanquim.
Prevaleciam, porém, as pequenas cidades com mercados que comerciavam
principalmente comida mas também alguns itens manufaturados, como alfinetes
e azeite.
Apesar
da xenofobia e
da introspecção intelectual característica do neo-confucionismo, uma
escola crescentemente popular, a China do início da Dinastia Ming não se
isolara. O comércio exterior e outros contatos com o
mundo externo, em especial com o Japão,
cresceram bastante. Mercadores chineses exploraram todo o Oceano Índico e
atingiram a África Oriental com as viagens de Zheng He.
Zhu Yuanzhang (ou
Hongwu), fundador da Dinastia Ming, lançou as bases de um Estado menos
interessado em comércio do que em extrair recursos do setor
agrícola. Talvez devido ao passado camponês do imperador, o sistema
econômico ming enfatizava a agricultura, ao contrário do que fizeram as Dinastias
Sung e Mongol,
cujas finanças se baseavam no comércio. As grandes propriedades rurais foram
confiscadas pelo governo, divididas e arrendadas. Proibiu-se a escravidão privada,
o que fez com que os camponeses com a posse da terra predominassem na
agricultura, após a morte do Imperador Yongle.
Tais políticas permitiram aliviar a pobreza causada pelos regimes anteriores.
A dinastia
possuía um governo central forte e complexo que unificou o império. O papel do
imperador passou a ser mais autocrático, embora Zhu Yuanzhang precisasse lançar
mão dos chamados "Grandes Secretários" para auxiliá-lo a lidar com a
enorme burocracia, a qual mais tarde causaria o declínio da dinastia,
por impedir o governo de se adaptar às mudanças sociais.
O Imperador
Yongle procurou ampliar a influência da China além de suas fronteiras, ao
exigir que outros governantes lhe enviassem embaixadores para pagar tributo.
Construiu-se uma grande marinha, inclusive navios de quatro mastros com deslocamento de 1.500 t.
Criou-se um exército regular de um milhão de homens. As forças chinesas
conquistaram parte do que é hoje o Vietnã,
enquanto que a frota imperial navegava pelos mares da China e o Oceano Índico,
chegando até a costa oriental da África. Os chineses estenderam sua influência
até o Turquestão. Diversas nações asiáticas pagaram
tributo ao imperador. Internamente, o Grande Canal foi ampliado, com
impacto positivo sobre o comércio. Produziam-se mais de 100.000 t de ferro por ano. Imprimiam-se livros com o
uso da tipografia. O palácio imperial da Cidade
Proibida atingiu então ao seu atual esplendor. Enfim, o período
ming parece ter sido um dos mais prósperos para a China. Também foi naquela
época que o potencial do sul da China veio a ser totalmente explorado.
O período
ming testemunhou a última ampliação da Grande Muralha da China.
Dinastia
Qing
A Dinastia Qing (1644–1911) foi fundada após a
derrota dos mings, a última dinastia han chinesa,
pelas mãos dos manchus. Estes, anteriormente conhecidos como jurchens, invadiram a China a partir
do norte no final do século XVII.
Embora os manchus fossem conquistadores estrangeiros, adotaram rapidamente as
tradicionais regras de governo confucianas e
terminaram por governar na mesma linha das dinastias nativas anteriores.
Os manchus
obrigaram os hans a adotar o seu estilo de penteado e de vestimenta, sob pena
de morte.
O
Imperador Kangxi ordenou
a criação do mais completo dicionário de caracteres chineses até então. Durante o
reinado do Imperador Qianlong, compilou-se um catálogo das obras mais importantes
sobre cultura chinesa.
Para evitar
uma assimilação completa pela sociedade chinesa, os manchus estabeleceram um
sistema de "oito estandartes" (ou "bandeiras"), divisões
administrativas - oriundas de tradições militares manchus - nas quais as
famílias manchus se distribuíam. Os manchus na China empregavam a sua própria
língua, mantinham suas tradições, como o tiro com arco e
o hipismo,
e detinham privilégios econômicos e legais nas cidades chinesas.
Ao longo do
meio século seguinte, os manchus consolidaram o seu controle sobre o território
antes pertencente aos mings e ampliaram sua esfera de influência para
incluir Xinjiang,
o Tibete e
a Mongólia.
O século XIX testemunhou
o enfraquecimento do governo qing, em meio a grandes conflitos sociais,
estagnação econômica e influência e ingerência ocidentais.
O interesse britânico em continuar o comércio de ópio com
a China colidiu com éditos imperiais que baniam aquela droga viciante, o que
levou à Primeira Guerra do Ópio, em 1840. O Reino Unido e
outras potências ocidentais, inclusive os Estados
Unidos, ocuparam "concessões" à força e ganharam
privilégios comerciais. Hong Kong foi cedida aos britânicos
em 1842pelo Tratado de Nanquim. Também ocorreram naquele
século a Rebelião Taiping (1851–1864) e o Levante dos Boxers (1899–1901). Em muitos aspectos,
as rebeliões e os tratadosque os qings se viram forçados a assinar com
potências imperialistas são sintomáticos da
incapacidade do governo chinês em reagir adequadamente aos desafios que
enfrentava a China no século XIX.
A Renda per
capita chinesa caiu implacavelmente durante a dinastia Qing. Em
1620, era aproximadamente a mesma de 980. Em 1840, havia caído quase um terço.
O declínio da monarquia
As
duas Guerras do Ópio e o tráfico daquela droga
foram custosos para a Dinastia Qing e o povo chinês. O tesouro
imperial quebrou duas vezes, por conta do pagamento de indenizações devidas às
guerras e à grande evasão de prata causada pelo tráfico de ópio.
A China sofreu duas fomes extremas vinte anos após cada uma das Guerras do Ópio
nos anos 1860 e 1880,
quando a Dinastia Qing se mostrou incapaz de acudir a população. Tais eventos
tiveram um profundo impacto ao desafiar a hegemonia de que os chineses gozavam
na Ásia há
séculos e mergulharam o país no caos.
Uma vasta
revolta, a Rebelião Taiping, fez com que cerca de um-terço
do país passasse ao controle de um movimento religioso pseudo-cristão chefiado
pelo "Rei Celestial" Hong Xiuquan.
Somente ao cabo de catorze anos é que as forças qings lograram destruir o
movimento, em 1864.
Estima-se que a rebelião teria causado entre vinte e cinquenta milhões de
mortos.
Os líderes
qing suspeitavam da modernidade e dos avanços sociais e tecnológicos, que viam
como ameaças ao seu controle absoluto sobre a China. Por exemplo, a pólvora,
que havia sido largamente empregada pelos exércitos das Dinastias
Sung e Ming,
fora proibida pelos qings ao assumirem o controle do país. Por este e outros
motivos, a dinastia encontrava-se despreparada para lidar com as invasões ocidentais.
As potências ocidentais intervieram militarmente para reprimir o caos
doméstico, como nos casos da Rebelião Taiping e do Levante dos Boxers.
Nos anos
1860, a Dinastia Qing logrou sufocar revoltas, com enorme custo e perda de
vidas. Isto minou a credibilidade do regime qing e contribuiu para o surgimento
de senhores da guerra locais. O Imperador Guangxu procurou
lidar com a necessidade de modernizar o país por meio do Movimento de
Auto-Fortalecimento. Entretanto, a partir de 1898, a Imperatriz
regente Cixi manteve
Guangxu preso sob a alegação de "deficiência mental", após um golpe militar por
ela orquestrado com o apoio da facção conservadora, contrária às reformas.
Guangxu faleceu um dia antes da imperatriz regente (segundo alguns, por ela
envenenado). Os "novos exércitos" qings (treinados e equipados
conforme o modelo ocidental) foram fragorosamente derrotados na Guerra Sino-Francesa (1883–1885) e na Guerra Sino-Japonesa (1894–1895).
No início
do século XX,
o Levante dos Boxers, um movimento conservador antiimperialista que
pretendia fazer o país regressar a um estilo de vida tradicional, ameaçou o
norte da China. A imperatriz regente, provavelmente com o fito de garantir o
seu controle sobre o governo, apoiou os boxers quando estes avançaram
sobre Pequim.
Em reação, a chamada Aliança dos Oito Estados invadiu a China. Composta de
tropas britânicas, japonesas, russas, italianas, alemãs, francesas, norte-americanas e austro-húngaras, a aliança derrotou os boxers e
exigiu mais concessões do governo qing.
A República da China
Frustrados
com a resistência da corte qing em
reformar o país e a fraqueza da China, jovens funcionários, oficiais militares
e estudantes - inspirados nas ideias revolucionárias de Sun Yat-sen -
começaram a defender a derrubada da Dinastia Qing e a proclamação da república.
Um levante militar, conhecido como Levante Wuchang,
iniciou-se em 10 de outubro de 1911 em Wuhan, e levou à formação
de um governo provisório da República da China em Nanquim,
em 12 de março de 1912. Sun Yat-sen foi o
primeiro a assumir a presidência, mas viu-se forçado a entregar o poder a Yuan Shikai,
que comandara o Novo Exército (tropas chinesas treinadas e equipadas à maneira
ocidental) e fora primeiro-ministro durante a era qing, como parte do acordo
para a abdicação do último monarca da dinastia. Nos anos seguintes, Shikai
aboliu as assembleias nacional e Provinciais e declarou-se imperador em 1915. Suas ambições
imperiais encontraram forte oposição por parte de seus subordinados, de modo
que terminou por abdicar, morrendo em 1916 e deixando um vácuo
de poder na China. Com o governo republicano em frangalhos, o país passou a ser
administrado por coligações variáveis de chefes militares provinciais.
Um evento
pouco notado, ocorrido em 1919 - o Movimento do Quatro de Maio -,
haveria de ter repercussões a longo prazo para o restante da história da China
no século XX.
O movimento teve início como uma resposta ao que teria sido um insulto imposto
à China pelo Tratado de Versalhes, que encerrara
a Primeira Guerra Mundial, mas tornou-se um
movimento de protesto contra a situação interna do país. Entre os intelectuais
chineses, a adoção de ideias mais radicais seguiu-se ao descrédito da filosofia
liberal ocidental, o que resultaria no conflito
irreconciliável entre a esquerda e a direita na China que dominaria a história
do país pelo restante do século.
Nos anos 1920,
Sun Yat-sen estabeleceu uma base revolucionária no sul da China e lançou-se à
unificação de seu fragmentado país. Com auxílio soviético, ele aliou-se ao Partido Comunista da China (PCC).
Após a sua morte em 1925, um de seus protegidos, Chiang
Kai-shek, assumiu o controle do Kuomintang (Partido
Nacionalista, ou KMT) e logrou reunir sob seu governo a maior parte do sul e do
centro da China numa campanha militar conhecida como a Expedição do Norte. Após
derrotar os chefes guerreiros daquelas regiões, Chiang obteve a fidelidade
nominal dos líderes do norte. Em 1927, voltou-se contra o
PCC e expulsou os exércitos comunistas e
seus chefes de suas bases no sul e no leste da China. Em 1934, as tropas do PCC
empreenderam a Longa Marcha, através da região mais inóspita
da China a noroeste, onde estabeleceram uma base guerrilheira em Yan'an,
na província de Shanxi.
Durante a
Longa Marcha, os comunistas reorganizaram-se sob um novo chefe, Mao Tse-tung.
O conflito entre o KMT e o PCC continuou, aberta ou clandestinamente, ao longo
dos catorze anos da invasão japonesa,
apesar da aliança nominal entre ambos os partidos para opor-se aos japoneses
em 1937.
A guerra civil chinesa continuou após a
derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial em 1945. Em 1949, o PCC já ocupava a
maior parte do país.
Chiang
Kai-shek refugiou-se, com o resto de seu governo, em Taiwan,
onde declarou Taipé a capital provisória da República da China e
afirmou seu propósito de reconquistar a China continental.
A China do presente
Com a
proclamação da República Popular da China (RPC)
em 1 de outubro de 1949, o país viu-se
novamente dividido entre a RPC, no continente, e a República da China (RC), em Taiwan e
outras ilhas. Cada uma das partes se considera o único governo legítimo da
China e denuncia o outro como ilegítimo. Desde os anos 1990,
a RC tem procurado obter maior reconhecimento internacional, enquanto que a RPC
se opõe veementemente a qualquer envolvimento internacional e insiste na "Política de uma China".
Politicamente,
o governo deixou de ser heterodoxamente comunista após a morte de Mao Zedong em
1976, apesar do Partido Comunista continuar no poder. Deng Xiaoping,
mesmo não sendo o presidente de direito, foi de fato quem comandou a China
durante a década de 1980. Em 1991 Jiang Zemin assumiu
a presidência do país, governando até 2003, quando entregou o poder ao seu
sucessor, Hu Jintao.
Para a
história da China após a Guerra Civil Chinesa, ver História da República Popular da
China e História de Taiwan.
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