Origem:
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A História
do Peru
se estende desde as civilizações pré-incas até os dias de
hoje.
Culturas
litorâneas tais como os Moche e os Nazca floresceram entre 700 a.C.
e 100 a.C..
A cultura Moche produziu notáveis instrumentos de metal e os mais excepcionais
trabalhos em cerâmica da antiguidade, enquanto a cultura Nazca é
conhecida pelo seu trabalho com têxteis e as enigmáticas Linhas de
Nazca.
Tais culturas
litorâneas começaram a declinar como resultado das intempéries que
freqüentemente atingiam a região, causando enchentes durante certos períodos e
secas em outros períodos. Logo, as culturas que habitavam o interior do
território, como os Huari
e os Tiwanaku,
se tornaram as culturas predominantes de uma vasta região, que abrange muito do
que hoje são o Peru
e a Bolívia.
Vice-reino
do Peru
Massacre de Cajamarca, 1532, batalha que
determinou a Conquista do Império Inca pelos espanhóis.
Quando o povo
espanhol chegou, em 1531,
o território peruano era de domínio da civilização inca, e se centralizava em Cuzco. O Império Inca
se estendia por uma vasta região, que ia desde o norte do Equador
até o centro do Chile.
Quando o conquistador espanhol Francisco
Pizarro chegou à região, procurando por riquezas incas, encontrou um
império debilitado por uma recente guerra civil. Este capturou e executou o
imperador inca, Atahualpa, durante a Batalha de Cajamarca, em 16 de
novembro de 1532.
Em 23 de março
de 1534,
Pizarro já havia restabelecido a cidade de Cuzco, porém como uma nova
colônia espanhola.
A constituição
de um governo estável foi adiada devido a revoltas dos nativos contra conquistadores
(liderados por Pizarro e Diego de
Almagro). Os espanhóis estabeleceram um sistema chamado encomienda,
pelo qual obrigavam a população local a trabalhar em seu favor, tributando-os e
em troca forneciam-lhes proteção e catequização.
O título de toda a terra pertencia ao rei da Espanha,
que a arrendava aos desbravadores. Como governador do Peru, Pizarro usou o
sistema de encomienda para
ganhar poderes ilimitados sobre os nativos, formando a base social da colônia.
A população indígena do Peru era agora obrigada a criar gado, galinhas e
trabalhar na plantação e colheita das culturas agrícolas trazidas do velho mundo.
Em 1541, Pizarro foi
assassinado por uma facção liderada por Diego de
Almagro (El Mozo), e
a estabilidade do regime colonial foi abalada pela subseqüente guerra civil.
Em (1542)
foi criado o Vice-reino do Peru, abrangendo quase todo o
domínio espanhol nas Américas; mas que acabou se dividindo em 1717 com a criação do Vice-reino de Nova Granada e em 1776 com o surgimento do Vice-reino do Rio da Prata.
Em resposta aos
conflitos internos que surgiram na província com a morte de Pizarro, a Espanha
enviou à colônia em 1544
Blasco Núñez Vela, assentado como o primeiro
vice-rei da região. Este acabou sendo assassinado pelo irmão de Pizarro, Gonzalo
Pizarro, mas logo um novo vice-rei foi colocado no poder: Pedro de la Gasca, que
conseguiu restaurar rapidamente a ordem, capturando e executando Gonzalo.
As cidades incas
foram todas rebatizadas com nomes cristãos, e reconstruídas como vilas
tipicamente espanholas, em torno de uma praça e catedral principais como
centro. Poucas cidades incas, como Cuzco, mantiveram a maioria de suas
construções nativas; enquanto outras vilas, como Huanuco Viejo, foram
abandonadas por cidades em menor altitude - mais agradáveis aos espanhóis. A
população indígena diminuiu drasticamente sob o domínio espanhol, e embora a
invasão não tenha sido uma tentativa clara de genocídio,
os resultados foram similares.
Uma vez
estabelecido o Vice-reino do Peru, as grandes quantidades de ouro e prata retirados dos Andes enriqueceram os
invasores, fazendo do Peru a principal fonte de riqueza espanhola em toda a América do
Sul.
A cidade de Lima, fundada por Pizarro
em 18 de janeiro
de 1535
como "Cidade dos Reis", se tornou a capital do vice-reinado.
Tornou-se uma poderosa cidade, com jurisdição sobre toda a América espanhola.
Todas as riquezas coloniais passavam por Lima, no seu caminho ao istmo do Panamá, e de lá para Sevilha,
Espanha. O resto da colônia era dependente de Lima, num modelo que se preserva
até hoje. Por volta do século XVIII, Lima havia se tornado uma grande
cidade - capital do império colonial - onde havia uma universidade que
abastecia uma elite aristocrática de conhecimento.
Todavia, durante
todo este período, os nativos não foram completamente dizimados. Só no século
XVIII houve 14 grandes revoltas nativistas, das quais as mais importantes foram
a de Juan Santos Atahualpa, em 1742, e a de Tupac Amaru
em 1780.
República
do Peru
Independência
do Peru
San Martín proclama la independencia del Perú, de Juan Lepiani (1914).
A independência
peruana foi resultado de um lento processo de desentendimento entre a elite local
(chamada elite criolla) e o
Império espanhol. José de San Martín, da Argentina,
proclamou a independência peruana em 28 de julho
de 1821.
“
|
...Deste momento em diante, o Peru é livre e
independente, pela vontade geral dos povos e pela Justiça da sua causa que
Deus defende. Vida longa à pátria! Vida longa à liberdade! Vida longa à
independência!"
|
”
|
A emancipação,
que como na maioria dos países, só fez mudar o domínio dos nativos da esfera
real para o controle da elite local, finalmente ocorreu em dezembro de 1824, quando o general Antonio José de Sucre derrotou as tropas
espanholas na batalha de Ayacucho. A Espanha ainda tentou
reaver suas colônias americanas, como fizeram na batalha de
Callao, mas em 1879 acabou por reconhecer a independência peruana.
Disputas territoriais
Após a
independência, o Peru e alguns de seus vizinhos se engajaram em intermitentes
disputas territoriais. O maior dos desentendimentos se deu com o Chile, resultando na guerra do Pacífico (1879-1883). Aliado à Bolívia,
e com as forças armadas em patente desvantagem em relação às forças chilenas, o
Peru acabou derrotado, perdendo a província de Arica, ao sul
do país. A perda do território e a ocupação do país pelos chilenos durante
parte do conflito deixaram marcas na sociedade peruana que permanecem até hoje.
Em 1941, devido às desavenças
na formalização da fronteira com o Equador,
houve uma troca de bens para a Guerra equatoriana-peruana,
aplacada pelo Protocolo do Rio. Os dois países voltaram a
travar luta numa breve guerra em 1981, e de novo se enfrentaram na Guerra do Cenepa, em 1995. Em 1998 os governos de ambos
os países assinaram um histórico tratado de paz que demarcou claramente seus
limites.
No fim de 1999, os governos do Peru
e do Chile implementaram o último artigo litigioso do tratado de 1929 que haviam assinado.
O
século XX
Combate de Agamos, parte da Guerra do Pacífico.
Logo depois da Guerra do Pacífico, o governo peruano iniciou
inúmeras reformas econômicas e sociais para se recuperar dos prejuízos da
guerra. [carece de
fontes]
Em 1894, Nicolás de Piérola, aliou-se ao Partido Civil
do Peru organizando guerrilhas com o intuito de ocupar Lima. Andrés Avelino Cáceres foi expulso e, em 1895, Piérola mais uma vez
se tornou o presidente do Peru. Após um breve período, no qual o exército
controlou o país, o regime civil restabeleceu-se no mesmo ano com a eleição de
Piérola. O seu segundo mandato completou-se em 1899 e distinguiu-se pela
reconstrução de um Peru devastado, dando-se início a reformas fiscais,
militares, religiosas e civis. Este período, que se estendeu até aos anos vinte
do século XX,
é chamado de "República Aristocrática", dado que a maioria dos
presidentes que governaram o país pertenciam à elite social.
Em meados do século XX,
Víctor Raúl Haya de la Torre, fundador do
partido da Aliança Popular Revolucionária Americana (APRA), juntamente com José Carlos Mariátegui, líder do Partido
Comunista Peruano, chefiavam as duas forças principais da política peruana. De ideologias
opostas, ambos criaram os primeiros partidos políticos na tentativa de solucionar
os problemas sociais e econômicos do país. Mariátegui faleceu jovem e Haya de
la Torre foi eleito presidente por duas vezes, evitando sempre que o exército
conquistasse o poder político.
O Presidente Bustamante y Rivero tentou
criar um governo democrático, limitando o poder do exército e da oligarquia.
Eleito com a cooperação do APRA, de imediato surgiu conflito com Haya de la
Torre. Sem o apoio do APRA, Bustamante y Rivero teve o poder de sua presidência
severamente limitado. O presidente demitiu o gabinete de Aprista e substituiu
este por um majoritariamente militar. Em 1948, o Ministro Manuel A. Odría e outros elementos direitistas
do gabinete de Bustamante y Rivero, pediram a proibição do APRA, mas dada a
recusa do Presidente, Odría pediu a sua renúncia.
No dia 29 de outubro,
num rápido golpe militar, o General Manuel Odría tornou-se
o novo Presidente. A presidência de Odría ficou conhecida como o Ochenio. Odría combateu ferozmente o
APRA, agradando momentaneamente à oligarquia e à direita, mas também seguiu um
curso populista
que bastante o favoreceu perante as mais baixas. [carece de
fontes]Uma economia próspera permitiu-lhe viciar-se em
políticas sociais caras mas agradáveis às multidões. [carece de
fontes]Porém, durante o seu regime, houve tanto a restrição
aos direitos civis, quanto excesso de corrupção.
Receava-se que a
sua ditadura duraria indefinidamente e foi uma surpresa quando Odría permitiu
novas eleições. Fernando Belaúnde Terry candidatou-se a
presidência pela Frente Nacional da Mocidade Democrática. Quando o tribunal
eleitoral recusou-se a aceitar a sua candidatura, arquivando-a, ele dirigiu um
volumoso protesto, e a notável imagem de Belaúnde caminhando com a bandeira foi
celebrizada através de revista "Caretas",
no artigo "Así Nacen Los Lideres"
("Assim Nascem os Líderes"), publicado no dia seguinte. Mas a
candidatura de Belaúnde em 1956 não teria sucesso, com o candidato da ala direitista, Manuel Prado Ugarteche, ganhando as
eleições.
Belaúnde
candidatou-se uma vez mais à presidência nas eleições nacionais de 1962, desta vez apoiado
pelo seu próprio partido, Acción
Popular. Os resultados foram bem equilibrados e ele acabou em segundo
lugar, atrás de de Víctor Raúl Haya, seguido
de Haya de la Torre (APRA), por uma diferença de 14 mil votos. Considerando que
nenhum dos candidatos conseguiu adquirir o mínimo estabelecido
constitucionalmente - de um terço dos votos - a escolha do Presidente teve de
ser feita pelo Congresso. O longo antagonismo
entre o exército e o APRA incitou Haya de la Torre a fazer um acordo com o
antes ditador, Odría, para conquistar um terço dos votos, e que resultaria em
Odria na Presidência num governo de coalizão.
Porém, alegações
de fraude
incitaram o exército peruano a depor Prado e instalar uma junta militar,
comandada por Ricardo Perez Godoy. Godoy
teve um governo de transição curto e eleições novas foram convocadas em 1963, as quais foram
ganhas por Belaúnde, por uma estreita margem de cinco por cento.
O exército teve
um papel relevante na história peruana. Golpes de
estado interromperam várias vezes o governo constitucional. O mais
recente período de governo militar (1968-1980)
começou quando Juan Velasco Alvarado
Geral depôs o presidente eleito Fernando Belaúnde Terry, do Partido de
Ação Popular (AP). Como parte do que foi chamado a "primeira fase" do
programa nacionalista do governo militar, Velasco empreendeu um programa de reforma agrária extenso e nacionalização da
indústria pesqueira, algumas companhias de petróleo,
e vários bancos
e mineradoras.
Francisco Morales Bermúdez substituiu
Velasco, em 1975,
citando a malversação econômica de Velasco e com saúde deteriorando. Morales
Bermúdez levou a revolução para uma "segunda fase mais conservadora",
enquanto temperava as medidas radicais da primeira fase e começava a tarefa de
restabelecer a economia
do país. Uma Assembléia Constitucional foi criada em 1979, comandada por Víctor
Raúl Haya de la Torre.
Restauração
democrática atual
Durante os anos oitenta,
o cultivo ilegal de coca
foi estabelecido em áreas extensas do lado oriental das andes. Movimentos insurgentes rurais, como
o Sendero
Luminoso e o Movimento Revolucionário Túpac Amaru (MRTA)
aumentaram durante este tempo.
Nas eleições de 1980, o presidente peruano
Fernando Belaúnde Terry foi eleito num
quadro de forte diluição dos votos. Uma das primeiras ações dele como tal foi a restituição
de vários jornais
aos seus respectivos donos. Deste modo, a liberdade de expressão assumiu importante
papel, mais uma vez no Peru.
Gradualmente, ele também tentou desfazer alguns dos efeitos mais radicais da reforma agrária iniciados por Velasco, e
inverteu a posição independente que a ditadura de Velasco teve com os Estados
Unidos.[carece de
fontes]
O segundo
governo de Belaúnde também foi marcado pelo apoio incondicional à Argentina
durante a Guerra das Malvinas, contra a Inglaterra
em 1982.
Belaúnde declarou que o "Peru estava pronto para apoiar a Argentina com
todos os recursos possíveis." Isto incluiu várias aeronaves
e militares
da Força aérea peruana, como também navios,
e médicos.
Belaúnde propôs um acordo de paz entre os dois países, mas o governo britânico rejeitou o
acordo e lançou um ataque a um cruzador Argentino obsoleto que transportava tropas
para o continente, longe da zona de exclusão naval designada pelos britânicos
para as ilhas Malvinas (Falkland). O ataque chocou a opinião pública sul-americana ,
pela perda da vida
de centenas de jovens recrutas. Diante do apoio do Chile à Inglaterra,
Belaúnde pediu a unidade latino-americana.
Os problemas econômicos
ocorridos no governo militar prévio, pioraram por uma ocorrência do "El Niño" em 1982-1983 que causaram
inundação difundida em algumas partes do país e estiagens em outras, e dizimou
os cardumes de peixe marinho, que é um dos recursos principais do país. Depois
de um começo promissor, a popularidade de Belaúnde diminuiu drasticamente
debaixo da tensão de inflação, sofrimento econômico, e terrorismo.
Em 1985, a Aliança
Revolucionária Popular Americana (APRA) ganhou a eleição presidencial, elegendo
Alan García
para o governo. A transferência da presidência de Belaúnde para García no dia 28 de julho
de 1985,
foi a primeira troca de governo ocorrida no Peru democrático em 40 anos.
Pela primeira
vez na história da APRA,
o partido alcançou maioria parlamentária, e Alan García começou sua
administração com esperanças por um futuro melhor. Porém, a malversação
econômica levou à hiperinflação de 1988 a 1990. O governo de García no foi marcado por picos de
hiperinflação que alcançaram 7.649% em 1990 e tiveram um total
cumulativo de 2.200.200% entre julho de 1985 e julho de 1990, desestabilizando
profundamente a economia peruana.
Devido à
inflação crônica, a moeda
corrente peruana,
o sol, foi substituído pelo Inti em 1985, e este pelo
"sol novo" em julho de 1991, que foi lançado com um valor cumulativo de um bilhão de
"sóis". Durante a administração de García, a renda per capita dos peruanos
caiu para 720 dólares (abaixo do nível de 1960) e o Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu
20%. Ao final de seu governo, as reservas nacionais estavam em um saldo
negativo de 90 milhões de dólares.
A turbulência
econômica provocou tensões sociais no Peru e em parte contribuiu
para o crescimento do movimento rebelde violento. Infelizmente, o fracasso de
sua política sócio-econômica obstruiu negociações pacíficas e fortaleceu a
solução militar
ao terrorismo crescente. O custo político se traduziu nas violações de direitos
humanos que ainda estão sendo investigadas.
Diante da crise
na economia, com a ameaça terrorista crescente do Sendero Luminoso, e alegações de corrupção oficial, os eleitores
escolheram o ainda desconhecido Alberto
Fujimori, como presidente em 1990.
Fujimori
implementou medidas drásticas que fizeram a inflação cair de 7.650% em 1990 para 139% em 1991. A oposição
enfrentou-o pelo seu esforço em diminuir a inflação, e Fujimori dissolveu o
Congresso no auto-golpe de 5 de abril de 1992. Ele então revisou a
constituição, convocando eleições congressionais. Privatizou companhias
nacionais, criou um clima de investimento pacífico e administrou de forma sã a
economia.
A administração de Fujimori estava obstinada em
combater os vários grupos insurgentes, principalmente o Sendero Luminoso, o que levou a uma campanha terrorista
na zona rural ao longo dos anos oitenta. Ele rechaçou os insurgentes e
conseguiu suprimi-los em grande parte antes do fim dos anos noventa,
mas sua luta foi ofuscada por atrocidades cometidas tanto pela força de
segurança peruana e os insurgentes: os massacres de Barrios Contraltos e La
Cantuta que o governo impôs aos grupos paramilitares, e os bombardeios de
Tarata feitos pelas organizações Frecuencia
Latina e Lustrando Caminho.
Esses exemplos chegaram a ser vistos como símbolos das violações de direitos
humanos subseqüentemente cometidas durante os últimos anos de violência. Com a
captura de Abimael Guzmán (conhecido como "Presidente
Gonzalo") em setembro de 1992, o Lustrando Caminho
recebeu um severo golpe que praticamente destruiu a organização.
Em Dezembro de
1996, um grupo de rebeldes pertencentes ao MRTA assumiu a embaixada japonesa em
Lima, tendo 72 reféns. Comandos militares invadiram a embaixada em Maio de
1997, o que resultou na morte de todos os quinze sequestradores, além de um
refém e dois militares. Mais tarde, porém, surgiria a denúncia de que o chefe
de segurança de Fujimori, Vladimiro Montesinos, teria ordenado a morte de pelo
menos oito dos rebeldes após a sua rendição.
A decisão de
Fujimori de tentar um terceiro governo, questionável do ponto de vista
constitucional, e sua vitória obtida em junho de 2000 trouxeram um tumulto
político e econômico. Semanas depois de assumir o cargo, um escândalo de
suborno o forçou a convocar novas eleições nas quais ele não concorreria. O
escândalo envolveu Vladimiro Montesinos que apareceu em uma gravação de
televisão subornando um político para mudar de lados. Montesinos emergiu
posteriormente como o centro uma vasta teia de atividades ilegais, inclusive
desfalques, tráfico de drogas e violações de direitos humanos cometidas durante
a guerra contra o Sendero Luminoso.
Após a renúncia,
Fujimori exilou-se no Japão, enquanto tentava se livrar das acusações de violações
de direitos humanos e corrupção lançadas pelas novas autoridades peruanas. O
chefe de inteligência dele Vladimiro Montesinos, fugiu do Peru logo depois da
renúncia. Autoridades venezuelanas o prenderam em Caracas
em junho de 2001
e o deportaram para o Peru, onde ele está preso por corrupção e violações de
direitos humanos durante a administração de Fujimori.
Um governo
provisório presidido por Valentín Paniagua assumiu a responsabilidade de
realizar de novas eleições presidenciais e parlamentares. As eleições foram
realizadas em abril de 2001;
e contaram com a presença de observadores que as consideraram livres e justas.
Alejandro Toledo (que liderou a oposição à Fujimori) derrotou o ex-presidente
Alan García.
O novo governo
eleito assumiu o poder em 28 de julho de 2001. A administração de
Toledo conseguiu recuperar algum grau de democracia ao Peru após o
autoritarismo e a corrupção que tanto atormentaram os governos Fujimori e
García. Inocentes julgados injustamente por tribunais militares durante a
guerra contra o terrorismo (1980-2000) foram autorizados a receber novos julgamentos
em tribunais civis.
O presidente
Toledo foi forçado a fazer várias mudanças de seu gabinete, principalmente em
resposta a escândalos pessoais. O governo de coalizão de Toledo era minoria no
Congresso e teve que negociar de forma específica com os demais partidos para
formar maiorias nas propostas legislativas. A popularidade de Toledo nas
votações caiu ao longo do último ano, devido em parte a escândalos familiares e
em parte ao descontentamento entre trabalhadores com sua parcela de benefícios
do sucesso macroeconômico do Peru. Depois que as greves
dos professores e produtores agrícolas levaram a bloqueios de estrada de âmbito
nacional em maio de 2003,
Toledo declarou estado de emergência e suspendeu algumas liberdades civis,
dando poder aos militares para restabelecer a ordem em 12 regiões. O estado de
emergência foi reduzido desde então às poucas áreas de operação do Lustrando Caminho.
Em 28 de agosto
de 2003,
a Comissão da Verdade e da Reconciliação (CVR), encarregada de estudar as
raízes da violência do período 1980-2000, apresentou seu relatório formal ao
Presidente.
Em 9 de julho
de 2006,
o ex-presidente Alan García venceu as eleições presidenciais do
Peru.
O novo governo
eleito, presidido por Ollanta Humala, assumiu o poder em 28 de julho
de 2011.