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Em 1810, as jurisdições de
Nova Granada expulsaram as autoridades espanholas, exceto em Santa Marta, Riohacha e
os atuais Panamá e Equador.
O levante de Bogotá,
de 20 de julho desse
ano, é comemorado como a data de independência da Colômbia. A capital colombiana,
a essa época, contava com cerca de 50 mil moradores. A rivalidade entre os
grupos que propugnavam uma federação e
aqueles que tentavam centralizar a autoridade nos n Antes da chegada dos
espanhóis às Américas , a região onde hoje está a Colômbia , habitavam
diferentes tribos indígenas.
Culturas pré-colombianas
Os primeiros
rastros de ocupação humana da região remontam
a 10 mil anos a.C. Diversos povos ameríndios,
com níveis de desenvolvimento diferentes, ocupavam o território colombiano,
sendo que o mais avançado deles na época da conquista espanhola eram os
índios muíscas (chibchas).
No ano em que a América foi descoberta por Colombo, 1492, estima-se que a
população indígena somava 850 mil pessoas, distribuídas em diversos grupos,
muitos deles hábeis artesãos que deixaram a marca de sua existência moldada
em ouro,
como se pode ver também em Bogotá no Museu Nacional. Nenhum deles, entretanto,
deixou registros escritos, o que não permite reconstruir sua evolução com a
mesma precisão que se alcançou no estudo das grandes civilizações históricas
do Novo Mundo.
Em San Agustín, próximo à nascente do rio Magdalena,
encontraram-se vestígios de uma das mais fascinantes e menos estudadas civilizações do hemisfério
Ocidental, extinta muitos séculos antes da chegada dos europeus.
Conhece-se muito pouco sobre essas tribos; estima-se que
a cultura de San Agustín começou
a desenvolver-se no século V. Os taironas, quimbayas e calimas dominaram as artes da cerâmica e
até montaram formas de governo, estabelecendo pactos políticos entre si.
Os povos das
regiões planas e litorâneas organizavam-se socialmente como confederações de
tribos, levavam vida muito simples e foram extintos pelos colonizadores espanhóis.
Já em terras andinas havia culturas mais
desenvolvidas, entre as quais se destaca a dos chibchas, que ocupavam os pontos
mais altos da parte central da cordilheira Oriental, na parte alta do rio
Magdalena. De cultura similar à inca, eram exímios agricultores,
cultivando milho, batata e algodão.
Não chegaram a formar um império unitário,
mas apresentavam muitos traços culturais comuns. Atingiram grande densidade populacional na savana de
Bogotá. Seu centro mais importante era Bacatá, próximo à posterior
capital colombiana.
Exploração e conquista da Espanha
A primeira
expedição europeia a avistar terras da futura Colômbia foi
a do espanhol Alonso de Ojeda, que em 1499 dobrou o cabo de La Vela, na península de La Guajira. Em 1502, durante sua última
viagem ao Novo Mundo, Cristóvão Colombo explorou uma parte da
costa do Caribe pertencente ao território dos chibchas.
As primeiras colonizações europeias permanentes foram na costa caribenha,
sendo Darién,
o primeiro assentamento europeu permanente em território americano, fundado
em 1510 por conquistadores espanhóis.
Em 1509,
o reconhecimento de toda a costa sul-americana do Caribe foi
feito por Rodrigo de Bastidas, que em 1525 fundou Santa Marta. Em 1533, Pedro de Heredia fundou Cartagena, que se tornaria uma das
principais bases marítimas do império espanhol nas Américas. Entre 1536 e 1539, a colonização do
interior foi comandada por Gonzalo Jiménez de Ojeda (ou Gonzalo Jiménez de Quesada), que derrotou
os chibchas, fundou a cidade de Santa Fé de Bogotá em 1538 e deu o nome
de Nova Granada ao país, que, por suas
riquezas minerais, sofreu muitos ataques de corsários e
mais tarde de ingleses e franceses.
Até 1539 já haviam sido fundadas todas as cidades importantes
do interior colombiano.
A região foi
inicialmente parte do vice-reinado do Peru. Bogotá,
que antes da conquista era o principal núcleo dos reinos chibchas,
transformou-se, em 1550, na audiência de Santa Fé de Bogotá, dependente do vice-reino do Peru e centro administrativo
de uma região que abrangia Nova Granada, Popayán, Antioquia, Cartagena, Santa Marta, Riohacha,
os llanos de Casanare e San Martín.
A partir
de 1564,
os presidentes da audiência de Santa Fe gozaram de poderes semelhantes aos dos
vice-reis. As populações autóctones diminuíram enormemente, exterminadas pelos
novos senhores das terras e por doenças por
eles transmitidas, como a epidemia de varíola de 1587-1589.
As culturas
indígenas se transformaram rapidamente em contato com a civilização. O catolicismo foi
imposto e predominou sobre as religiões autóctones. No século XVII,
o chibcha, língua indígena
que tivera o maior número de falantes, havia caído em desuso nas zonas mais
povoadas do país, e a miscigenação granhou forte impulso. Nas planícies do Chocó e
na costa do Caribe foram instalados escravos negros, destinados à
extração do ouro e
ao trabalho nas plantações de cana-de-açúcar.
A Igreja Católica, com a atuação de missionários franciscanos, dominicanos e jesuítas,
desempenhou importante papel na catequese e
na administração. Em 1620, a Inquisição instalou-se
em Cartagena, cidade que logo se tornaria um baluarte do império espanhol.
Vice-reino de Nova Granada
A dependência
administrativa de Lima encerrou-se
com a criação do vice-reino de Nova Granada, vigente
primeiro durante um breve período, de 1717 a 1723, e depois,
definitivamente, a partir de 1740. O vice-rei, estabelecido em Bogotá,
tinha autoridade sobre a Venezuela, o Equador e
o Panamá,
assim como a Colômbia. A superveniência do novo status político representou o
início de uma nova era. Nas décadas seguintes,
a coroa espanhola procurou fortalecer o império mediante maior centralização da
administração e desenvolvimento do comércio.
A população aumentou e começou a consolidar-se uma nova classe social com
crescente poder: a dos criollos, descendentes de espanhóis nascidos na
colônia.
De 1785 a 1810, os criollos de Nova Granada não
ofereceram resistência às reformas políticas e econômicas. Assim, no levante dos Comuneros (1781), os socorrenses
opuseram-se às reformas, mas em 1809 propuseram
medidas favoráveis ao sistema de livre
comércio e à abolição da escravatura. As reformas
educacionais desempenharam papel de relevo nessa modificação de perspectiva dos
granadinos. Como vice-rei, o arcebispoCaballero y Góngora (1782-1788) concentrou-se
principalmente na educação,
modernizando os currículos e criando uma escola de minas. Nova Granada
permaneceu como vice-reinado da Espanha até a batalha de Bocayá (1819), durante as guerras de
independência da América do Sul espanhola, quando, junto com a
Venezuela, recebeu de Simón Bolívar o nome de Estados Unidos da Colômbia.
Independência
Os excessos
fiscais do governo espanhol provocaram, a partir de 1780, movimentos
insurrecionais, que, devido às incertezas quanto ao destino do império após
a invasão da Espanha pela França em 1808, se transformaram em
verdadeiras rebeliões armadas em 1810.
Inspirada
na Revolução Francesa e no movimento de independência das colônias norte-americanas,
a população de Nova Granada se uniu à corrente
revolucionária para obter a independência. O movimento de maior importância foi
a Revolução dos Comuneros (1781).
Em 1810, as jurisdições de
Nova Granada expulsaram as autoridades espanholas, exceto em Santa Marta, Riohacha e
os atuais Panamá e Equador.
O levante de Bogotá,
de 20 de julho desse
ano, é comemorado como a data de independência da Colômbia. A capital
colombiana, a essa época, contava com cerca de 50 mil moradores. A rivalidade
entre os grupos que propugnavam uma federação e
aqueles que tentavam centralizar a autoridade nos novos governos provocou uma
série de guerras civis, que facilitou a reconquista,
pela Espanha, das Províncias
Unidas de Nova Granada, entre 1814 e 1816.
As execuções
e castigos praticados pelos espanhóis favoreceram a unidade dos setores
libertários. Um grupo de patriotas refugiado em Casanare,
chefiado por Francisco de Paula Santander, iniciou a
luta armada, com apoio de Simón Bolívar. Em 1819, realizou-se o Congresso de Angostura (hoje Cidade de Bolívar,
na Venezuela),
com delegados de Casanare e algumas províncias venezuelanas, no qual foi
proclamada a criação da República da Grã-Colômbia, formada pelo
que anteriormente fora o vice-reinado de Nova Granada[1].
No mesmo ano Bolívar invadiu Nova Granada e derrotou os espanhóis na Batalha de Boyacá,
em 7 de agosto.
Seguiram-se as batalhas de Carabobo (Venezuela),
em 1821,
e de Pichincha (Equador),
em 1822,
também vencidas por Bolívar.
O Congresso de Cúcuta,
em 1821,
aprovou uma Constituição na qual se estabelecia uma
forma republicana de governo e que elegeu Simón Bolívar como o primeiro presidente.
Em 1822,
sob a liderança de Bolivar, Nova Granada, Panamá, Venezuela e Equador foram
unidos como a República da
Grande Colômbia, que fracassaria em 1830. Libertado o
território colombiano, Bolívar concentrou sua ação no Peru, deixando Santander
como vice-presidente da Grande Colômbia. Em 1826, com a expulsão
definitiva dos espanhóis do continente, Bolívar regressou a Bogotá, onde suas
ideias centralizadoras se chocaram com o federalismo de
Santander. Bolívar tornou-se ditador,
mas sucessivos atentados e revoltas, além do descontentamento de grande parte
de seus antigos partidários, obrigaram-no a renunciar em 1830. Em poucos meses,
o que havia sido o vice-reino de Nova Granada fragmentou-se em três Estados
independentes: Venezuela, Equador e República de Nova Granada, depois Colômbia,
na qual estava incluído o território do Panamá. A história política do país
foi, desde então, basicamente um registro de conflitos, muitas vezes violentos,
entre elementos liberais e conservadores para
determinar a política de governo.
Em 1832, foi promulgada
por Francisco Santander a Constituição
de Nova Granada, garantindo os direitos
civis e a separação entre Igreja e Estado, sendo emendada
em 1858 para
permitir a confederação de nove estados dentro de uma
república central, agora conhecida como Confederação Granadina.
A partir da
guerra civil de 1840-1842 e de
hostilidades entre os partidos Liberal e Conservador, instituiu-se
uma federação em que o governo central teve poderes muito reduzidos. A
Constituição de 1858 restaurou
um governo nacional forte. A rejeição da Carta pelos liberais levou à chamada
"anarquia organizada".
Depois da
vitória dos liberais na guerra civil, na presidência de T.C. Mosquera (1861-1864), os bens do clero foram
confiscados e adotou-se uma Constituição Federal (1863), na qual se
estabelecia a união dos Estados soberanos nos Estados Unidos da Colômbia.
Entre 1880 e 1894, os conservadores
prevaleceram e retiveram o poder. Um segmento do Partido Liberal, encabeçado
por Rafael Núñez, passou então a defender uma
reforma constitucional e aliou-se aos conservadores. Em 1886, proclamou-se uma
nova Constituição, de caráter centralizador, que aboliu a soberania dos Estados
e estabeleceu o sistema presidencial na então denominada República da Colômbia. A Carta haveria de
manter-se, com modificações, durante todo o século seguinte. O presidente Núñez
devolveu à Igreja Católica os privilégios cuja
supressão causara uma guerra civil na década anterior (concordata de 1883). Com
sua morte, novas discórdias civis ocorreram entre 1884 e 1895.
Tropas colombianas na Guerra dos Mil Dias (1899-1902).
Anos depois,
o país se debateria na mais sangrenta das guerras civis colombianas: Guerra dos Mil Dias (1899-1903), encorajada
pelos EUA,
que deixou o país exaurido. Em 1903, o Senado se negou a ratificar o tratado de Hay-Herrán, que
estabelecia o arrendamento aos Estados
Unidos de uma faixa de território do istmo do Panamá (ou centro-americano) para construírem o Canal do Panamá. Os Estados Unidos organizaram
uma rebelião no Panamá, que, depois da intervenção de tropas norte-americanas,
culminou com sua independência.
Ciclo do café
Presidente Rafael Reyes.
O mandato do
general Rafael Reyes na presidência da república (1904-1909) marcou o princípio
de uma lenta recuperação econômica, baseada no café e
no petróleo.
Em 1914,
a Colômbia reconheceu oficialmente a independência do Panamá e recebeu
uma indenização no valor de 25 milhões
de dólares dos Estados
Unidos. O aumento do comércio exterior, com a exportação de
café e o início da exploração de jazidas,
conduziu a um processo de industrialização e prosperidade que seria
interrompido pela crise mundial de 1929. Os preços do café, do
petróleo e da banana,
os principais produtos de exportação, caíram vertiginosamente, o que levou
a economia do país ao colapso.
O Partido
Conservador, no poder desde o final do século XIX,
perdeu em 1930 a
presidência da república para o Partido Liberal, que se manteve no governo
até 1946.
Nas eleições realizadas nesse ano, os liberais se dividiram e
lançaram dois candidatos, propiciando a vitória ao conservador Mariano Ospina Pérez. Em 1948, a Colômbia firmou
união econômica com a Venezuela e o Equador.
Apesar de vitoriosos na eleição, os conservadores só obteriam o controle
do Congresso ao
impor, em 1949,
o estado de sítio, que durou até 1958.
A violência estourou
novamente em 1948 e passou da área urbana para a rural. Em 9 de abril,
o político e advogado colombiano Jorge Eliécer Gaitán, líder dos trabalhadores
e popular candidato derrotado às eleições presidenciais, foi assassinado em
pleno centro de Bogotá. Este acontecimento, que passou para a história do país
com o nome de "bogotazo",
foi o mote para a maior rebelião da história da Colômbia, que duraria uma
década e que fez 250.000 mortes, precipitando um governo militar entre 1953 e 1958.
General Gustavo Rojas Pinilla.
Em meio a
uma verdadeira guerra civil, o candidato conservador Laureano Gómez ganhou
as eleições e tomou posse em 1950. Em 1953, o Partido Conservador propôs uma nova Constituição que
previa a imposição de um regime totalitário ao estilo do espanhol Francisco
Franco. Os liberais e os conservadores moderados se opuseram a esse
projeto, e uma junta militar derrubou o governo.
Nomeou-se o general Gustavo Rojas Pinilla como presidente
provisório; em 1954,
a Convenção Constitucional o elegeu para mais um período de quatro anos e ele
governou por meio de decretos. Embora louvado como paladino da justiça, Rojas
Pinilla foi ainda mais arbitrário que seu antecessor. Numa tentativa de
restauração do poder civil, liberais e conservadores constituíram uma Frente
Nacional, alternando-se no poder, enquanto se expandia uma guerrilha de
inspiração castrista.
Posse do Presidente Lleras Camargo.
Um
novo golpe de Estado derrotou Rojas Pinilla
em 1957 e
um plebiscito incorporou
os acordos da Frente Nacional à Constituição,
para repartir os cargos de governo e alternar os dois partidos hegemônicos na
presidência. Uma democracia semi-representativa foi restaurada e chegou-se a um
grau de estabilidade política; a economia colombiana recuperou-se dos
contratempos do início dos anos 70,
com a diversificação da produção e o aumento dos investimentos estrangeiros.
A agricultura é
a principal fonte de renda da Colômbia, mas estima-se que o comércio de drogas ilegais fornece 80% da
cocaína no mercado mundial.
Nos anos
seguintes, a impossibilidade de romper esse esquema de alternância no poder
levou muitas lideranças da oposição a aderir aos grupos guerrilheiros,
que operavam no país desde o período conhecido como La Violencia (1948-1958) e adquiriram
definição ideológica de esquerda nos anos 1960,
sob a influência da Revolução Cubana[1].
Apesar da
coalizão liberal-conservadora, o governo caía em períodos de semiparalisia. No
ano de 1958,
o presidente Alberto Lleras Camargo instituiu
a reforma agrária. Em 1960, a Colômbia passou a
fazer parte da ALALC (Associação Latino-Americana de Livre
Comércio). Em 1962 assumiu a presidência Guillermo León Valencia. O general Rojas
Pinilla foi preso em 1963 sob a acusação de conspirar contra o regime. A crise
econômica levou o Congresso a conceder poderes extraordinários a Valencia. A
situação continuou a agravar-se no plano político, culminando com a
reimplantação do estado de sítio em 1965, após distúrbios
estudantis[1].
Em 1966 começou a gestão
de Carlos Lleras Restrepo, talvez a mais
bem-sucedida da história colombiana. A economia recuperou-se com base num
planejamento correto e em reformas políticas essenciais. Ao final de seu
governo, a economia apresentava um crescimento anual de 6,9%. Na eleição
de 1970, Misael Pastrana Borrero sagrou-se
vencedor, derrotando o ex-ditador Rojas Pinilla. Na eleição de 1974, a presidência passou
para Alfonso López Michelsen, também liberal,
cujo governo enfrentou problemas econômicos. Ainda assim, em 1978 os liberais
venceram por maioria o Congresso e a presidência, com Julio Turbay Ayala, mas
mantiveram o acordo com a Frente Nacional. Manifestações de descontentamento
popular e a violência dos movimentos guerrilheiros de esquerda aliaram-se
contra o Presidente eleito. O agravamento da situação provocou a adoção
do estado de emergência[1].
Durante
a década de 80, a Colômbia obteve crescimento
econômico e um bom desempenho na administração da dívida
externa, mas o comércio das drogas dominou cada vez mais
os assuntos internos e as relações com os EUA.
Em 1982, o candidato
conservador Belisario Betancur Cuartas ganhou as
eleições presidenciais de 1982. Neste mesmo ano, foram anistiados os
presos políticos da guerrilha de esquerda. A campanha de pacificação nacional
do presidente Belisário Betancur foi obstada pelo poder dos traficantes de
tóxicos, o chamado cartel de Medellín, que em 1970 se implantara no
país como poder paralelo. O ministro da justiça da Colômbia foi
assassinado em 1984 por
ter dado início à campanha antidroga. Mesmo assim, o presidente em exercício
deu um grande impulso a esta campanha que levou ao desaparecimento do seu
ministro; entretanto, durante o ano de 1985, as guerrilhas
recuperaram a força e a luta contra o narcotráfico foi
perdendo o ímpeto. Em 1985, o país foi abalado por duas tragédias: a invasão
do Palácio da Justiça por sediciosos, com a
morte de mais de 90 pessoas entre sequestradores e
sequestrados, e a erupção do Nevado del
Ruiz, que levou à morte cerca de 25.000 pessoas[1].
Em 1986 foi o fim da
Frente Nacional. O Partido Liberal venceu as eleições e o presidente Virgílio Barco Vargas declarou
uma gigantesca ofensiva contra os traficantes de cocaína do cartel de Medellín, após os assassinatos de um
ministro do Supremo Tribunal e do principal candidato à eleição de 1990, Luis Carlos Galán
Sarmiento[1].
Depois de
uma campanha em que foram assassinados os três candidatos presidenciais, César Gaviria Trujillo, do Partido
Liberal, foi eleito presidente em 1990. Gaviria apoiou a
Assembleia Constitucional, que elaborou uma nova Carta, a qual entrou em vigor
em 1991.
Seguiu-se um acordo com alguns grupos guerrilheiros (principalmente o
conhecido M-19)
para desmobilização, a fim de fazerem parte do processo político, enquanto
vários traficantes de drogas foram presos. Em julho de 1991, foi descoberto um
grande campo petrolífero[1]
Morte de Pablo Escobar.
Uma campanha
bombista foi levada a cabo pelos barões da droga em retaliação pelo confisco de propriedades e extradição para
os Estados Unidos de membros dos cartéis. O
presidente norte-americano George Bush foi
um dos aliados antidroga na Colômbia, no ano de 1990. Vários cabecilhas
ligados ao tráfico de estupefacientes renderam-se às autoridades e foram
presos. Esta onda de prisões, incluiu o líder da cocaína de
Medellín, Pablo Escobar, que conseguiu evadir-se da prisão,
em julho de 1992,
mas foi morto em um tiroteio quando era caçado por soldados e policiais em 1993. O estado de emergência foi
declarado um ano depois com
o intuito de controlar a situação[1].
Em 1994, Ernesto Samper Pizano, do Partido Liberal,
foi eleito presidente da república. Apesar de alguns êxitos parciais na luta
contra o narcotráfico, desta vez buscando desmantelar o cartel de
Cali, Samper foi acusado de ter usado dinheiro fornecido
por traficantes no financiamento de sua campanha eleitoral. A acusação não foi
adiante por falta de provas, mas fez com que o governo dos Estados
Unidos negasse a certificação de país aliado na luta contra
as drogas à
Colômbia e proibisse a entrada de Samper em território norte-americano. Também
não tiveram sucesso suas tentativas de iniciar negociações de paz com os
movimentos guerrilheiros, que durante o seu governo intensificaram suas ações e
ampliaram o controle sobre regiões do interior.
Em junho
de 1998,
foi eleito presidente o conservador Andrés Pastrana, que fez sua campanha
prometendo uma profunda reforma das instituições do Estado. Assim que foi
empossado, Pastrana conseguiu que os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (FARC) aceitassem sentar à mesa de negociações para discutir a
pacificação do país. Para isso, foi necessário aceitar algumas condições, como
reconhecer o controle das FARC sobre vários municípios,
o que provocou resistências e protestos no seio das forças
armadas regulares. Assim mesmo, Pastrana foi adiante e se
deixou fotografar no meio da floresta com
o veterano líder das FARC, Manuel Marulanda Vélez, conhecido como
"Tirofijo"
por sua lendária pontaria[1].
Em janeiro
de 1999,
um terremoto de
seis graus na escala Richter sacudiu a região
centro-oeste, onde se encontram os departamentos de Quindío e Risaralda.
O sismo provocou a morte de pelo menos 875 pessoas e ferimentos em mais de 3
mil, deixando cerca de 400 mil desabrigados. Além das perdas humanas, o
terremoto afetou a principal região produtora de café do
país. O presidente Pastrana decretou estado de emergência militar para conter
saques e violências nas cidades de Armênia e Pereira.
Em 2002, assumiu a
presidência Álvaro Uribe. Depois da reforma constitucional,
que permite a reeleição presidencial consecutiva, Uribe apresentou sua
candidatura para um segundo mandato. Em dezembro de 2003 o governo
endureceu sua posição diante da guerrilha (Estatuto Antiterrorista) e
para isso obteve apoio dos demais governos latino-americanos. Em 2004 houve a prisão
de um membro do estado-maior das Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (FARC), iniciando-se um processo de paz com os paramilitares.
Em 2005 instaurou-se
uma crise política com a Venezuela.
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