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A Bolívia foi
palco de grandes civilizações, a mais importante das quais foi a Civilização
Tiahuanaco. Tornou-se parte do império Inca no século XV.
Quando os espanhóis chegaram no século XVI,
a Bolívia, rica em depósitos de prata, foi incorporada no
vice-reino do Pelo, e mais
tarde no de La Plata.
Simón Bolívar conhecido como libertador, nasceu em Caracas,
na Venezuela,
no ano de 1783.
A
luta pela independência começou em 1809, mas permaneceu parte
da Espanha até 1825,
quando foi libertada por Simón Bolívar, a quem o país deve o seu nome. Após uma
breve união com o Peru, a
Bolívia tornou-se totalmente independente. Nos anos seguintes, a Bolívia perdeu
parte do seu território devido a vendas e à guerra
As
cordilheiras bolivianas eram parte da cultura dos Andes muito antes da
chegada dos espanhóis.
Dados não muito conclusivos sugerem que a agricultura lá teve início em
aproximadamente 3.000 a.C. e a produção de metal, especialmente cobre, começou
1.500 anos mais tarde.
A
região dos Andes já era provavelmente habitada há vinte mil anos. No começo do
século II a.C., a civilização Tiwanaku se
desenvolveu ao sul do lago Titicaca, centrada ao redor da grande cidade de Tiwanaku,
desenvolvendo avançadas técnicas agrícolas e arquitetura, antes de desaparecer
por volta de 1.200 d.C., possivelmente por causa de uma longa seca.
Contemporâneas aos Tiwanaku, existiram também a civilização troxo, nas planícies do leste, e a
civilização Mollo, ao norte da atual cidade de La Paz.
Ambas desenvolveram técnicas agrícolas avançadas e se dissiparam no mesmo
período.
O
colapso da civilização Tiwanaka resultou no fortalecimento de sete reinos
regionais dos Aymara,
os mais fortes deles localizados ao redor do lago Titicaca. Os Aymara, um povo
beligerante que vivia em vilas fortificadas no alto de colinas, tinham uma
extraordinária habilidade em se adaptar ao clima inóspito da região, e
mantinham seus estoques de comida através de técnicas de irrigação e
congelamento e desidratação dos alimentos. Ao manter colonos nos vales
tropicais a leste dos Andes e na costa do Pacífico, eram capazes de produzir tanto
culturas tropicais quanto culturas de clima mais frio. A unidade social básica
era o ayllu,
grupo familiar que distribuía entre seus integrantes terra e trabalho.
Os
Aymara dominaram por completo o povo Uru, outro grande grupo
étnico da era pré-colombiana sempre foi pobre. A civilização Aymara, no
entanto, não conseguiu conter a expansão dos Quechua,
e terceiro maior grupo étnico da região. Após o colapso do império Tiahuanaca,
um Estado Quechua emergiu na área ao redor da atual cidade de Cuzco (Peru). No começo do século XV,
os Quechua, que ficaram conhecido como os Incas, quando adotaram o
nome de seus imperadores, eram o mais poderoso grupo nos altiplanos do norte. A
medida que os reinos Aymara no sul se tornavam mais fracos ao longo do século
XV, os Incas começaram a conquistá-los.
A
cordilheira boliviana ficou conhecida como o Kollasuyo, uma área densamente povoada com imensa riqueza
mineral e poderosa economia que constituía uma das quatro unidades
administrativas do Império Inca.
O oficial superior do Kollasuyo só
respondia ao imperador Inca, e supervisava um grupo de governadores locais, que
em troca controlavam membros da nobreza Aymara. Sob um regime genérico
chamado mita,
os Incas obrigavam os nativos do Kollasuyo a
trabalhar nas minas, na construção de projetos ou servir no exército,
compensando-os pelo seu trabalho. Apesar de seu intento de centralizar o império,
os Incas não mudaram muito o esquema de organização dos reinos Aymara, que
permaneceram relativamente autônomos. Muitos dos antigos chefes locais
mantiveram seus poderes, sob os auspícios das autoridades Incas. Eram também
livres para manter sua cultura, religião e língua. A nobreza regional, ainda
que forçada a enviar seus filhos para serem educados em Cuzco, continuavam a
reter a propriedade privada. Além disso, o sistema de envio de colonos para os
vales do leste e para a costa do Pacífico era tolerada sob o domínio Inca.
Francisco Pizarro, Diego de Almagro e Hernando de Luque lideraram
a conquista espanhola do Império Inca.
Sua primeira incursão ao território aconteceu em1524, quando navegaram ao
longo da costa do Pacífico, partindo do atual Panamá,
para confirmar a lenda da existência de uma terra rica em ouro chamada Biru.
A
conquista espanhola do Império Inca não foi muito difícil, pois o Império se
encontrava enfraquecido. Após a morte do imperador Huayna Capac em 1527, seus filhos Huascar e Atahualpa travaram
uma briga pela sucessão. Embora Atahualpa tenha derrotado seu irmão, não havia
ainda consolidado plenamente seu poder quando da chegada dos espanhóis em 1532. Subestimando o
poderio espanhol, Atahualpa não tentou derrotá-los quando da sua chegada ao
litoral, pois estava convencido de que aquele que comandava o altiplano também
controlava o litoral. Pizarro forjou alianças com tribos inimigas dos Incas,
iniciando a guerra contra os Incas. Na sangrenta Batalha de Cajamarca, em 16 de novembro de
1532, Pizarro matou os 12 guardas de honra de Atahualpa e o levou cativo para o
chamadoquarto do resgate. Um ano depois, a capital
Inca, Cuzco, tombou, sendo refundada como um novo assentamento espanhol
em 1534.
A
despeito da rápida vitória espanhola, rebeliões indígenas logo começaram a
surgir, eclodindo durante todo o período colonial. Em 1537, Manco Inca,
que tinha sido feito "imperador" pelas mãos dos espanhóis, se rebelou
contra os invasores e criou um novo Estado Inca. Rebeliões continuaram a
desafiar a autoridade espanhola, mesmo depois de suprimido o novo Estado
insurreto e de degolado Túpac Amaru em
praça pública, em 1572.
Outras revoltas era geralmente organizadas pelos nativos mais velhos, sem
grandes conseqüências, com exceção da grande rebelião de Túpac Amaru II,
no século XVIII.
Durante
as duas primeiras décadas de domínio espanhol, o assentamento das cordilheiras
bolivianas -- conhecidas hoje como Alto Peru ou Charcas --
foi objeto de disputa entre as forças de Pizarro e Diego de Almagro, também
espanhol. Os dois haviam dividido o território Inca em áreas de influência,
ficando o norte sob o controle de Pizarro e o sul sob domínio de Almagro. O
conflito explodiu em 1537, tendo fim com a execução de Almagro por Pizarro
em 1538.
Três anos depois, o próprio Pizarro seria assassinado por antigos parceiros de
Almagro. O irmão de Pizarro, Gonzalo Pizarro,
assumiu o controle do Alto Peru, mas logo se viu envolvido numa rebelião contra
a coroa espanhola. Somente após a execução de Gonzalo, em 1548, a Espanha conseguir
reafirmar sua total autoridade sobre a região; e mais tardar naquele mesmo ano,
autoridades coloniais estabeleceram a cidade de La Paz,
que logo se transformou num importante centro comercial.
A
conquista das baixadas bolivianas foram atrasadas pela resistência indígena.
Somente em 1561 os
espanhóis fundaram Santa Cruz de la Sierra, mas a região do Chaco
permaneceu violenta durante todo o domínio colonial. Os índios da região, na
sua maioria Chiriguanos, realizavam ataques esporádicos às bases espanholas.
Administração espanhola
Potosí
se tornou uma imensa cidade, por algum tempo a maior do hemisfério ocidental.
Mas a prata americana passava pelas mãos do império espanhol e logo se esvaia
para as mãos dos credores do reino. Como diz Eduardo Galeano em
seu livro As veias abertas da América Latina,
"a Espanha tinha a vaca, mas os outros tomavam o leite".
O
excesso de prata e ouro levados das Américas, provocou uma forte inflação na
Espanha, onde era praticamente impossível obter bens e serviços que não
pudessem ser importados. A nobreza e grande parte da população eram sustentadas
pelos metais vindos do novo mundo, e ao inves de se industrializar, preferiam
importar tudo, industrializando dessa forma outros países, principalmente
a Inglaterra.
A
longevidade do Império Espanhol na América do Sul pode ser explicada
parcialmente pela bem sucedida administração das colônias. A Espanha estava
inicialmente interessada em controlar os conquistadores de “mente
independente”, mas o seu objetivo principal logo se tornou o de manter o fluxo
de receita para a coroa e coletar os tributos e mercadorias e o trabalho das
populações indígenas. Para esse fim, a Espanha logo criou uma intrincada rede
burocrática no Novo Mundo na qual varias instituições serviam de vigias uma
sobre a outra e oficiais locais tinham uma autonomia considerável.
O
Alto Peru, inicialmente parte do Vice-reinado do Peru, juntou-se ao novo
Vice-reinado do Rio da Prata (sendo a capital Buenos Aires)
quando foi criado em 1776.
O
Vice-rei foi auxiliado pela "audiência" (assembleia),
que simultaneamente era a maior corte de apelo na jurisdição e, na ausência do
Vice-rei, também tinha poderes executivos e administrativos. A riqueza do Alto
Peru e a grande distância de Lima convenceu as autoridades em Lima a criar uma
audiência na cidade de Chuquisaca (atualmente Sucre) em 1558. Chuquisaca havia se
tornado particularmente importante sendo o centro administrativo e fornecedor
agrícola de Potosí. A jurisdição da audiência,
conhecida como Charcas, cobria inicialmente uma área de 100 léguas (1,796 km²)
envolta de Chuquisaca, mas logo incluiu Santa Cruz e territórios pertencentes
atualmente ao Paraguai e, até 1568,
todo o distrito de Cuzco. O presidente da audiência tinha autoridade jurídica, poderes
administrativos e executivos na região, mas só para assuntos rotineiros;
decisões mais importantes eram feitas em Lima. Essa situação culminou em uma
atitude competitiva e em uma reputação positiva para o Alto Peru, uma condição
reforçada pela importância econômica da região.
A
Espanha exercia seu controle de unidades administrativas menores na colônia
através de funcionário reais, como o corregedor, que representava o rei em
governos municipais que eram eleitos por seus cidadãos. Durante o início
do século XVII, havia quatro corregedores no Alto Peru.
No
final do século dezoito, a Espanha iniciou uma reforma administrativa para
aumentar a receita da coroa e para eliminar os inúmeros abusos. Criou o sistema
de intendências, dando poderes extensivos para funcionários altamente
qualificados que respondiam diretamente ao rei. Em 1784, a Espanha
estabeleceu quadro intendências distritais no Alto Peru, cobrindo as atuais
repartições administrativas de La Paz,
Cochabamba, Potosí e Chuquisaca.
A
Coroa Espanhola, inicialmente, controlou os governos locais indiretamente, mas
centralizou seus procedimentos enquanto o tempo passava. Inicialmente, Vice-reiFrancisco de Toledo assegurou os direitos
dos nobre locais e os garantiu autonomia local. Mas a coroa eventualmente
empregou funcionários espanhóis, ‘’corregedores de índios’’, para coletar
tributos e impostos dos índios. Corregedores de índios também importaram
mercadorias e forçaram os índios a comprá-las, uma prática abusiva que provou
ser uma enorme fonte de riqueza para esses funcionários mas causou um grande
ressentimento entre a população indígena.
Com
os primeiros colonizadores do Alto Peru, vieram os clérigos regulares e seculares para iniciar a conversão dos
índios para o Cristianismo. Em 1552 o primeiro bispado no Alto Peru foi
estabelecido em La Plata; em 1605.
La Paz e Santa Cruz também se tornaram bispados. Em 1623 os Jesuítas estabeleceram aUniversidade Real
Maior e Pontifícia de São Francisco Xavier de Chuquisaca, a primeira
universidade do Alto Peru.
Reações
indígenas ao controle colonial e as conversões ao Cristianismo variaram. Muitos
índios se adaptaram aos modos espanhóis, quebrando com suas tradições e ativamente
tentando entrar na economia de mercado. Eles também fizeram uso das cortes para
proteger seus interesses, especialmente contra novas determinações de taxas e
tributos. Outros, entretanto, agarraram-se aos seus costumes o máximo possível,
e alguns se rebelaram contra os líderes brancos. Rebeliões locais, em sua
maioria desorganizadas, ocorreram através do domínio colonial. Mais de 100
revoltas ocorreram no século XVIII na
Bolívia e no Peru.
Embora
a Religião inca oficial tenha
desaparecido rapidamente, os índios continuaram exercendo religiões locais
sobre a proteção dos governantes locais. Mas com a influencia cristã nos índios
aumentando, um novo catolicismo popular se desenvolveu, incorporando símbolos
das religiões indígenas. Considerando que as rebeliões iniciais foram
anticristãs, as revoltas no final do século XVI eram baseadas em simbolismo
cristão messiânico que era Católico Romano e antiespanhol. A Igreja foi
tolerante com religiões indígenas. Em 1582, por exemplo, o bispo
de La Plata permitiu aos índios a construção de um santuário para Virgem negra de Copacabana nas
margens do Lago Titicaca (Copacabana tem sido um tradicional centro
religioso Aymara desde aquela época).
A
Conquista e o domínio espanhol foram experiências traumáticas para as
populações indígenas. Facilmente suscetíveis a doenças europeias, a população
nativa caiu rapidamente. A situação dos índios piorou no século dezoito quando
a Espanha exigiu pagamentos de tributos cada vez mais altos e aumentou as
obrigações da ‘’mita’’ na tentativa de melhorar a produção mineradora.
Essas
profundas mudanças sociais e econômicas e a quebra da cultura nativa
contribuíram no aumento do vicio de álcool entre os índios. Antes dos espanhóis
chegarem, os Incas só consumiam álcool durante cerimônias religiosas. O uso
pelos índios da folha de coca aumentaram,
e, de acordo com um cronista, no final do século XVI “só em Potosí, o comércio
de coca totaliza meio milhão de pesos por ano, consumindo 95.000 cestas.”
O
aumento do descontentamento dos Índios com o governo colonial rebentou com a
grande revolta de Túpac Amaru II.
Nascido com o nome de José Gabriel Condorcanqui, este educado Americano nativo,
fluente no Espanhol, adoptou o nome do seu antepassado Túpac Amaru.
Durante os 1770s, tornou amargurado com o tratamento duro que os corregedores
dos índios lhes submetia. Em Novembro de 1780, Túpac Amaru II e os seus
seguidores capturaram e executaram alguns desses corregedores particularmente
cruéis. Apesar de Túpac Amaru II insistir que o seu movimento era reformista e
não procurava a queda da governação espanhola, as suas exigências incluíam a
criação de uma região autónoma. O descontentamento rapidamente
tornou-se uma revolta de grande escala. A ela juntaram-se aproximadamente
60,000 Índios dos Andes peruanos
e bolivianos. Depois de algumas vitórias, que incluíram vencer um Exército Espanhol de 1,200 soldados, Túpac
Amaru II foi capturado e morto em Maio de 1781; não obstante, a
revolta continuou, principalmente no Norte do Peru. Aí, um apoiante de
Túpac Amaru II, o chefe índio Tomás Catari, levou a cabo uma revolta em Potosí
durante os primeiros meses de 1780. Catari foi morto pelos espanhóis um mês
antes da morte de Túpac Amaru II. Outra grande revolta foi a levada adiante
por Julián Apaza, um sacristão que adoptou os nomes dos dois
mártires rebeldes e autodenominando-se Túpac Catari (também escrito Katari).
Este cercou La Paz durante mais de 100 dias. Espanha apenas conseguiu acabar
com as revoltas em1783 e
depois procedeu a execução de milhares de índios.
Nos
finais de século XVIII, começou a crescer um descontentamento dentro dos
crioulos (descendentes puros de Espanhóis nascidos no Novo Mundo). Os Crioulos
começaram a assumir papéis activos na economia, especialmente nas produções
mineira e agrícola, e assim começaram a ressentir-se das barreiras comerciais
impostas pelas políticas mercantilistas da coroa Espanhola. Para somar a isto,
os crioulos detestavam que os altos cargos administrativos estivessem reservados
para os peninsulares (pessoas nascidas em Espanha mas a viver no Novo Mundo).
O Iluminismo,
com sua ênfase na razão,
questionando a autoridade e a tradição, e tendências individualistas, também
contribuiu para o descontentamento criollo. AInquisição não
conseguiu manter os escritos de Nicolau Maquiavel, Benjamin Franklin, Thomas Paine, Jean-Jacques Rousseau, John Locke,
e outros fora da América Espanhola; suas ideias eram frequentemente discutidas
pelos criollos,
especialmente aqueles que estudaram na universidade de Chuquisaca. Inicialmente
os criollos do Alto
Peru foram influenciados pela Revolução francesa, mas eles eventualmente a
rejeitaram como muito violenta. Embora o Alto Peru fosse essencialmente leal a
Espanha, os ideais do Iluminismo e de independência da Espanha continuaram a
ser discutidos por grupos radicais dispersos.
Luta pela independência
Como
a autoridade real enfraqueceu durante as Guerras Napoleônicas, o sentimento contra o
domínio colonial cresceu. A independência foi proclamada em 1809, mas dezesseis anos
de luta se seguiram antes do estabelecimento da república, nomeada em homenagem
a Simón Bolívar, em 6 de agosto de 1825.
A
invasão da Península Ibérica em 1807-08 pelas forças
de Napoleão provou ser critica para a luta de independência da América do Sul.
A derrubada da dinastiaBourbon e a colocação de José Bonaparte no
trono espanhol testaram à lealdade das elites locais do Alto Peru, que
rapidamente foram confrontados por autoridades conflitantes. A maioria
permaneceu fiel à Espanha. Tomando uma atitude de "esperar para ver",
eles apoiaram a Junta Central na Espanha, um governo no nome do abdicado Fernando VII.
Alguns liberais avidamente viram com bons olhos as reformas no domino colonial
propostas por José Bonaparte. Outros apoiaram as alegações de Carlota, irmã de
Fernando, que governou o Brasil com
seu marido, João VI de Portugal. Finalmente, um número de
criollos radicais queriam a independência do Alto Peru.
Esse
conflito de autoridades resultou em uma luta local de poder no Alto Peru entre
1808 e 1810 e constituiu a primeira fase dos esforços para alcançar a
independência. Em 1808 o presidente da audiência, Ramón García León
de Pizarro, ordenou afiliação com a Junta Central. Os juízes
conservadores da audiência eram influenciados, entretanto, pela filosofia
autocrática real e se recusaram a reconhecer a autoridade da junta porque eles
a viram como uma consequência da rebelião popular. Em 25 de maio de 1809, as
tensões cresceram quando criollos radicais, também se recusando a reconhecer a
autoridade da junta por que eles queriam independência, levaram para as ruas.
Essa revolta uma das primeiras na América latina, foi logo dispersa pelas
autoridades.
Em
16 de julho de 1809, Pedro Domingo Murillo liderou outra
revolta de criollos e mestiços em La Paz e proclamou como um estado
independente do Alto Peru no nome de Fernando VII. A lealdade à Fernando foi um
pretexto usado para legitimar o movimento de independência. Em novembro de
1809, Cochabamba, Oruro, ePotosí se
juntaram a Murillo. Embora a revolta tenha sido derrubada pelas forças reais
que foram mandadas a La Paz pelo Vice-rei do Peru e para Chuquisaca pelo
Vice-rei do Rio da Prata, o Alto Peru nunca mais foi totalmente controlado pela
Espanha.
Durante
os sete anos seguintes, o Alto peru se tornou no campo de batalha das forças da
Independente República da Argentina e das forças monárquicas do Peru. Embora os
monarquistas tenham repelido quatro invasões argentinas, guerrilheiros
controlaram a maior parte do campo, onde formaram 6 maiores republiquetas, ou zonas
de insurreição. Nessas zonas, o patriotismo local eventualmente se desenvolvia
em luta pela independência.
Tratado de Petrópolis[editar | editar código-fonte]
O
território do Acre,
na atualidade incorporado ao território brasileiro,
pertencia à Bolívia. Em função do extrativismo da borracha,
trabalhadores brasileiros adentraram no Acre em busca das seringueiras e foram
povoando o mesmo, o que gerou conflitos fronteiriços entre a Bolívia e o Brasil
(veja ciclo da borracha).
Para
resolver a Questão do Acre (que é como ficaram
conhecidos estes conflitos) preocupava, o governo da Bolívia lavrou com o
governo brasileiro o Tratado de Petrópolis, assinado em 17 de novembro de 1903. Segundo o mesmo, a
posse das terras e florestas do Acre passava definitivamente para o domínio do
Brasil em troca de terras de Mato Grosso,
do pagamento de 2 milhões de libras esterlinas e do compromisso de construir
uma ferrovia que superasse o trecho
encachoeirado do rio Madeira e que possibilitasse o acesso das mercadorias
bolivianos (sendo a borracha o principal), aos portos brasileiros do Atlântico
(inicialmente Belém doPará,
na foz do rio Amazonas).
Século XXI
Entre
janeiro e abril de 2000, uma série de protestos antiprivatização ocorreram em
Cochabamba, por causa da privatização do sistema de forncecimento de água municipal.
O governo boliviano declarou lei marcial,
prendendo líderes do protesto e fechando várias estações de rádio, mas depois de contínuos distúrbios e da
pressão civil, o governo finalmente abriu mão da privatização em 10 de abril. A
deterioração do sistema político está ocasionando a “morte” das forças
políticas tradicionais, incluindo os partidos ADN (do ex-presidente Hugo
Banzer), MIR (do ex-presidente Jaime Paz Zamora) e MNR (dos ex-presidentes
Victor Paz Estenssoro and Gonzalo Sánchez de Losada). Essa morte levou ao
surgimento de uma confederação dispersa de movimentos sociais nativos (MAS)
tendo Evo Morales como líder. Nas eleições de dezembro de 2005 Evo Morales e o
MAS obtiveram uma vitória esmagadora atingindo 54% dos votos do eleitorado.
Ligações externas
·
Bolivianos são os habitantes nativos da Bolívia.
As etnias indígenas mais relevantes são a dos quíchuas e dos aimarás.
Os descendentes de espanhóis e mestiços compõem o resto da população
boliviana.
·
O Brasil abriga o maior contingente de
bolivianos que estão fora de seu país. Há cerca de 400.000 bolivianos vivendo
no Brasil e mais 200.000 com ancestrais da Bolívia.[1] As cidades brasileiras que concentram
o maior número de imigrantes bolivianos são São Paulo, (250.000), Brasília (120.000), Rio de Janeiro (100.000), Belo Horizonte (30.000), Cuiabá, Porto Alegre, Taguatinga, Ceilândia, Guarulhos e São Gonçalo.
- Na Bolívia,
são falados o espanhol, quechua, aimara, guaraní e uma variedade de línguas indígenas de menor uso.
Durante o Censo de 2001, 47% da população declarou falar alguma língua
indígena, enquanto 36% a tinha comolíngua materna. Mais de trinta e três por
cento (33,2%) da população era bilíngue, em contraste com os 11,6% de
monolingues indígenas e os 49,8% de hispanofalantes monolingües.
- No altiplano e nas
regiões subandinas, os idiomas falados são o aimara e o quechua sureño, além
do chipaya. Na região
oriental dos Llanos, há uma maior diversidade de línguas indígenas
(cerca de 33) , embora faladas em menor proporção dentro das localidades
étnicas e algumas em via de extinção. Entre estas línguas se encontram
o chiriguano(o boliviano oriental) e o sambá (o boliviano ocidental).
Assim, a Bolívia é o país com o maior número de línguas oficiais no mundo.
- Idiomas Oficiais da Bolívia
Conforme
a Constituição Política do Estado, vigente desde 7 de fevereiro de 2009, data
em que foi publicada pelaGaceta
Oficial (órgão oficial do Estado destinado a registrar as leis e
normas do Poder Executivo), o país reconhece como idiomas oficiais do Estado,
além do castelhano, todos os idiomas das nações e povos indígenas, como reza o
seu Artigo quinto:
Artigo 5.
I. São idiomas oficiais do Estado o castelhano e todos os idiomas das nações e povos indígenas originários campesinos, que são o aymara, araona, baure, bésiro, canichana, cavineño, cayubaba, chácobo, chimán, ese ejja, guaraní, guarasuawe, guarayu, itonama, leco, machajuyai-kallawaya, machineri, maropa, mojeño-trinitario, mojeño-ignaciano, moré, mosetén, movima, pacawara, puquina, quechua, sirionó, tacana, tapiete, toromona, uruchipaya, weenhayek, yaminawa, yuki, yuracaré e zamuco. II. O Governo plurinacional e os governos departamentais devem utilizar ao menos dois idiomas oficiais. Um deles deve ser o castelhano, e o outro se decidirá tomando em conta o uso, a conveniência, as circunstâncias, as necessidades e preferências da população em sua totalidade ou do território em questão. Os demais governos autônomos devem utilizar os idiomas próprios de seu território, e um deles deve ser o castelhano.
—Constituição Política do Estado – Bolívia
|
- Lista de línguas
- Mapa de localização dos Pueblos Originarios da
Bolívia
- São, portanto, idiomas
oficiais do Estado Boliviano:
Grupo
|
População
|
|
81 (90)
|
||
771
|
||
13 (630)
|
||
3 (583)
|
||
1180 (5058)
|
||
2 (800)
|
||
550 (770)
|
||
4000 (5900)
|
||
5855 (47000)
|
||
33670
|
||
225 (584)
|
||
5900
|
||
10 (5000)
|
||
50 (80)
|
||
140
|
||
10 (4118)
|
||
76 (200)
|
||
750
|
||
1450
|
||
18
|
||
400
|
||
1180 (1736)
|
||
25-200
|
||
137
|
||
125
|
||
2675
|
||
70
|
||
1800
|
||
1000
|
||
Língua mixta
|
||
2400000
|
||
2 (500)
|
- Os números sem parênteses
são os falantes da língua indígena e os números com parênteses referem-se
à população total do grupo étnico.
- Carnaval de Oruro
- É o maior evento cultural periódico da Bolívia.
Foi declarada uma Patrimônio Oral e Imaterial da
Humanidade em 2001 pela UNESCO.]
- Celebrado em Oruro, a capital folclórica
da Bolívia, o carnaval marca
o festival Ito,
dos Urus.
Sua cerimônia segue os costumes andinos tradicionais,
baseados na invocação de Pacha Mama e
do Tio Supay, sincretizados,
respectivamente, nas figuras da Virgem Maria e
o Demônio.
A cerimônia Ito nativa,
foi interrompida em meados doséculo XVII,
pelos espanhóis (então
comandantes das terras do Alto Peru),
o que não impediu os Urus de
continuar observando o seu festival,
mascarado sob a forma de comemoração
cristã. Eles comemoram em nome da Virgem Maria que
misteriosamente apareceu em uma das minas de prata mais ricas de oruro.E é
por isso que se chama carnaval de oruro.Sao mais de 28000 dancarinos
vestidos com diversas fantasias,percorrem mais de 4 quilometros ate
chegaram a uma igreja chamada Sanctuaria del Socavon,onde a festa termina.
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