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Esta é a história da Ucrânia desde a
pré-história, passando pelo surgimento do primeiro Estado eslavo oriental na região
correspondente ao atual território ucraniano. Há um breve período de
independência (1917-1921). Após a Revolução Russa,
seguiu-se a absorção da Ucrânia pela União Soviética em
1922. As atuais fronteiras foram fixadas apenas em 1954. Recuperou sua
independência em 1991, com a desintegração da URSS.
Primórdios
Território dos Povos Eslavos (Século VI)
Os primeiros casos de assentamento humano na
Ucrânia recuam à quase 6.450 AP. A Cultura Cucuteni-Trypillian doNeolítico tardio surge em torno de
4.500-3.000 a.C. As populações da Cultura Cucuteni-Trypillian durante a Idade do Cobre, residiam na porção oeste
do que hoje é a atual Ucrânia, enquanto que a Cultura Sredny Stog se
localizava mais a leste, sendo que esta foi sucedida posteriormente no início
da Idade do Bronze pela Cultura Yamna ("Kurgan") das estepes e pela Cultura Catacumba no terceiro milênio a.C.
Durante a Idade do Ferro, outros povos emergiram na
região como os Dácios, Cimérios, Citas, Sármatas e outras tribos nômades. O
Reino Cita existiu nessa região entre 750-250 a.C. Juntamente com as
colônias da Grécia Antiga fundadas
no século VI a.C. na costa nordeste do Mar Negro, as colônias de Tyras, Olbia e Hermonassa, continuaram como cidades doImpério Romano e Império Bizantino até
o século VI d.C.
No século III d.C., os Godos chegaram nas terras da Ucrânia em torno de 250-375
d.C., o qual eles chamaram de Oium,
correspondente á cultura arqueológica Chernyakhov .
Os Ostrogodos se estabeleceram na área,
mas sob a influência dosHunos a partir de
350 d.C. Ao norte do reino ostrogodo havia a Cultura
Kiev, florescendo entre os séculos II ao V, quando foram expulsos
pelos Hunos. Após eles terem ajudado a derrotar os Hunos na Batalha de Nedau em 454, os Ostrogodos foram permitidos a
se estabelecerem na Panónia.
Com o grande vácuo criado
entre o fim do governo Huno e Godo, as tribos eslavas, possivelmente emergiram a
partir daCultura
Kiev, começando a expandir sobre o atual território da Ucrânia
durante o século V e para os Balcãs no século VI.
No século VII, o território da
moderna Ucrânia era o centro do estado dos Protobúlgaros (também referido como Grande Bulgária
Antiga) com sua capital naFanagória. Ao final do século VII, a maior
parte das tribos búlgaras migraram para diversas regiões e os que ficaram no
estado foram absorvidos pelos Cazares, um povo semi-nômade da Ásia Central .
Os Cazares fundaram o Reino Cazar no
sudeste do que hoje é parte da Europa, perto do Mar Cáspio e o Cáucaso. O reino incluía o oeste do Cazaquistão, parte do leste da Ucrânia, Azerbaijão, sul da Rússia e a Crimeia. Em torno de 800 d.C., o reino
converteu ao Judaísmo.
O Principado de Kiev (800 – 1100)
Durante os séculos X e XI, o
território da Ucrânia tornou-se
o centro de um Estado poderoso e prestigioso na Europa, o Principado de Kiev,
o que estabeleceu a base das identidades nacionais ucraniana e das demais
nações eslavas orientais nos séculos subsequentes
(ex.: russos, ucranianos e bielorrussos ). A capital do
principado era Kiev, conquistada dos cazares por Askold e Dir por volta de
860. Conforme a Crônica Nestoriana, a elite do principado era formada, de
início, porvaregues provenientes da Escandinávia que foram mais tarde
assimilados à população local de modo a formar a dinastia Rurik.
Mapa do Principado de Kiev.
O Principado de Kiev era
formado por diversos domínios governados por príncipes ruríkidas aparentados.
Kiev, o mais influente de todos os domínios, era cobiçada pelos diversos
membros da dinastia, o que levava a enfrentamentos frequentemente sangrentos. A
Era Dourada do principado coincide com os reinados de Vladimir, o Grande (Volodymyr,
980-1015), que aproximou o seu Estado do cristianismo bizantino,
e seu filho Yaroslav, o Sábio (1019-1054),
que viu o principado atingir o zênite cultural e militar.
No século XII ocorreu um
processo de fragmentação, apesar dos esforços em contrário durante os reinados
de Vladimir Monomakh (1113-1125) e de seu filho Mstislav (1125-1132), após a morte
daquele último, o território se desintegrou, com o surgimento de principados
separados com sede em Kiev, Chernigov, Galich e Vladimir-Volinski .
A invasão
tártara-mongol do século XIII conferiu ao principado o golpe de
misericórdia, do qual nunca se recuperaria.
A Comunidade Polaco-Lituana (1300 – 1600)
Na região correspondente ao
atual território da Ucrânia, sucedeu ao Principado de Kiev os Principados de Halych e deVolodymyr-Volynskyi, posteriormente fundidos no Estado de Halych-Volynia. Em meados do século XIV, o
Estado foi conquistado por Casimiro IV da
Polônia, enquanto que o cerne do antigo Principado de Kiev -
inclusive a cidade de Kiev - passou ao controle do Grão-Ducado da
Lituânia. O casamento do Grão-Duque Jagelão da Lituânia com a Rainha Edviges da Polônia pôs
sob controle dos soberanos lituanos a maior parte do território ucraniano (Chernigov, Novgorod-Severski, Podolia, Kiev e uma grande parte da Volínia ).
Mapa da República
das Duas Naçõescom as principais subdivisões maiores depois da Paz de Deulino em 1618.
Livônia sueca e neerlandesa
Nessa época, a parte sul da
Ucrânia (incluindo a Crimeia) era regida pelo Canato da Crimeia, enquanto que as terras
a oeste dos Cárpatos eram
dominadas pelos hungáros desde de
o Século XI.
No Século XV, o povo ucraniano se distingue dos outros
povos eslavos orientais (ex. russos e bielorrussos), que tiveram origem comum no Principado de Kiev,
eram o povo que habitava a região da fronteira (krai) com os poloneses4.
Por força da União de Lublin, de 1569, que criou a Comunidade
Polaco-Lituana, uma porção considerável do território ucraniano
passou do controle lituano para o polonês, transferido para a coroa da Polônia. Sob pressão de um processo de
"polonização",
a maior parte da elite rutena (isto é, eslava ou eslavizada, mesmo que de
origem lituana) converteu-se ao catolicismo. O povo, porém, manteve-se
fiel à Igreja Ortodoxa,
o que levou ao surgimento de tensões sociais demonstradas, por exemplo, pela União de Brest, de 1596, pela qual Sigismundo
III Vasa tentou criar uma Igreja Católica Grega Ucraniana
vinculada à Igreja Católica Romana. Os plebeus ucranianos, vendo-se sem a
proteção da nobreza rutena - cada vez mais convertida ao catolicismo romano -
voltou-se para os cossacos (fervorosamente
ortodoxos) em busca de segurança.
Os cossacos (1600 – 1800)
Os cossacos em sua origem eram servos fugitivos de origem russa ou polonesa que se estabeleceram na Ilha de Hortitsa (ou Khortytsia) no Rio Dniepre, que entravam em constantes
conflitos com as autoridade polonesas5 .
Em meados do século XVII, já
existia um quase-Estado cossaco, o Zaporozhian Sich, foi criado
pelos cossacos doDniepre e pelos camponeses rutenos
que fugiam da servidão polonesa.
A Polônia não tinha o controle efetivo daquela área, hoje no centro da Ucrânia,
que se tornou então um Estado autônomo militarizado, ocasionalmente aliado à
Comunidade. Entretanto, a servidão do campesinato pela nobreza polonesa, a ênfase da
economia agrária da Comunidade na exploração da mão-de-obra servil e, talvez a
razão mais importante, a supressão da fé ortodoxa terminaram por afastar os
cossacos e a Polônia. Assim, os cossacos voltaram-se para a Igreja Ortodoxa
Russa, o que levaria eventualmente à queda da Comunidade
Polaco-Lituana.
Em 1648, os cossacos, liderados por Bogdán Jmelnitski4 (ou Khmelnytsky), deram
início a uma grande rebelião (Insurreição de Khmelnytsky ) contra o Rei
João II Casimiro, que levou à partilha da Ucrânia entre a Polônia e
a Rússia, consolidada pelo Tratado de
Pereyaslav (1654), no qual o czar se comprometeu a proteger o leste da Ucrânia dos
poloneses .
Na segunda metade do Século
XVIII, o sul da Ucrânia tornou-se uma das principais fontes de trigo para o Império Russo .
Em 1783, o Canato da Crimeia foi anexado pela Rússia, que encerrou a dominação tártara na região .
Entre 1793 e 1795 ficou
definida a partilha da Polônia entre a Prússia, a Áustria e a Rússia, que ficou inicialmente com os
territórios situados à leste do Rio Dniepre , enquanto que a Aústria
ficou com a Ucrânia Ocidental (com o nome de província da Galícia).
Em 1796, a Rússia passou a
dominar também territórios a oeste do Rio Dniepre, região seria chamada de
"Nova Rússia" .
Em que pese o fato de que as
promessas de autonomia da Ucrânia conferidas pelo tratado de Pereyaslav nunca
se materializaram, os ucranianos tiveram um papel importante no seio do Império
Russo, participando das guerras contra as monarquias europeias orientais e o Império Otomano e ascendendo por
vezes aos mais altos postos da administração imperial e eclesiástica russa.
Posteriormente, o regime tzarista passou a executar uma dura política de
"russificação", proibindo o uso da língua ucraniana nas
publicações e em público.
A partilha e o advento dos soviéticos
O colapso dos Impérios Russo e
Austríaco após a Primeira Guerra
Mundial, bem como a Revolução Russa de
1917, permitiram o ressurgimento do movimento nacional ucraniano em prol
da auto-determinação em boa parte da Ucrânia.
Em fevereiro de 1917, com o
fim do czarismo, o poder começou ser disputado
entre o Governo Provisório de São Petersburgo e a Rada Central de Kiev. Em dezembro, após a tomada do poder pelos bolcheviques, o primeiro Congresso dos
Sovietes da Ucrânia proclamou o domínio sobre as regiões mais a leste da
Ucrânia, com sede em Carcóvia.
Por outro lado, a Rada se aliou às tropas austro-alemãs que invadiram o país,
na primavera de 1918 .
Até 1920, a Ucrânia foi o
campo de batalha da guerra entre o governo soviético e seus inimigos internos e
externos, com o fracasso polonês na Ofensiva de Kiev (1920), ato final da Guerra
Polaco-Soviética, em março de 1921, foi celebrada a Paz de Riga, entre a Polônia e os bolcheviques, que voltou a dividir a
Ucrânia: a porção ocidental foi incorporada à nova Segunda República Polonesa e
a parte maior, no centro e no leste, transformou-se na República Socialista
Soviética Ucraniana, posteriormente unida à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, quando esta foi
criada, em dezembro de 1922.
O ideal nacional ucraniano
sobreviveu durante os primeiros anos sob os soviéticos. A cultura e a língua
ucranianas conheceram um florescimento quando da adoção da política soviética
de nacionalidades. Seus ganhos foram postos a perder com as mudanças políticas
dos anos 1930.
A industrialização soviética
teve início da Ucrânia a partir do final dos anos 1920, o que levou a produção
industrial do país a quadruplicar nos anos 1930. O processo impôs um custo
elevado ao campesinato, demograficamente a espinha dorsal da nação ucraniana.
Para atender a necessidade de maiores suprimentos de alimentos e para financiar
a industrialização, Stálin estabeleceu
um programa de coletivização da agricultura pelo qual o Estado combinava as
terras e rebanhos dos camponeses em fazendas coletivas. O processo era
garantido pela atuação dos militares e da polícia secreta: os que resistiam
eram presos e deportados. Os camponeses viam-se obrigados a lidar com os efeitos
devastadores da coletivização sobre a produtividade agrícola e as exigências de
quotas de produção ampliadas. Tendo em vista que os integrantes das fazendas
coletivas não estavam autorizados a receber grãos até completaram as suas
impossíveis quotas de produção, a fome tornou-se generalizada. Este processo
histórico, conhecido como Holodomor, levou milhões de pessoas a
morrer de fome.
Na mesma época, os soviéticos
acusaram a elite política e cultural ucraniana de "desvios
nacionalistas", quando as políticas de nacionalidades foram revertidas no
início dos anos 1930. Duas ondas de expurgos (1929-1934 e 1936-1938) resultaram
na eliminação de quatro-quintos da elite cultural da Ucrânia.
A Segunda Guerra Mundial
Em setembro de 1939, como
resultado de cláusulas secretas do pacto
de não-agressão assinado em 1939 entre a Alemanha e a URSS,
Ucrânia Ocidental, e daInvasão da Polônia pela
Alemanha, que destruiu o poderio militar daquele país, ocorreu também a invasão
soviética da Polónia, que ampliou o território da Ucrânia .
À esquerda as fronteiras conforme o Pacto Molotov-Ribbentrop. À direita,
as fronteiras reais em 1939.
Evolução territorial da Ucrânia 1922–1954. Volínia ganha daPolônia em 1939; Transnístria perdida para a Moldávia em 1940; Transcarpátia ganha da Hungria em 1945; Ilha das Serpentes ganha da Romênia
em 1948; Crimeia ganha daRússia em (1954).
Durante a Segunda Guerra
Mundial, alguns membros do subterrâneo nacionalista ucraniano
lutaram contra nazistas e
soviéticos, indistintamente, enquanto que outros colaboravam com ambos os
lados. Em 1941, os invasores alemães e seus aliados do Eixoavançaram contra um desesperado Exército Vermelho.
No cerco de Kiev, a cidade foi designada pelos soviéticos como "Cidade
Heróica" pela feroz resistência do Exército Vermelho e da população local.
Mais de 660 000 soldados soviéticos foram capturados ali.
De início, os alemães foram
recebidos como libertadores por muitos ucranianos, especialmente na Ucrânia
Ocidental, que havia sido ocupada pelos soviéticos apenas em 1939. Entretanto,
o controle alemão sobre os territórios ocupados não se preocupou em explorar o
descontentamento ucraniano com as políticas soviéticas; ao revés, manteve as
fazendas coletivas, executaram uma política de genocídiocontra judeus e de deportação para trabalhar na Alemanha. Dessa forma, a maioria da
população nos territórios ocupados passou a opor-se aos nazistas.
As perdas totais civis durante
a guerra e a ocupação alemã na Ucrânia são estimadas em entre cinco e oito
milhões de pessoas, inclusive mais de meio milhão de judeus. Dos onze milhões
de soldados soviéticos mortos em batalha, cerca de um-quarto eram ucranianos
étnicos.
Com o término da Segunda
Guerra Mundial, as fronteiras da Ucrânia soviética foram ampliadas na direção
oeste, unindo a maior parte dos ucranianos sob uma única entidade política. A
maioria da população não-ucraniana dos territórios anexados foi deportada. Após
a guerra, a Ucrânia tornou-se membro das Nações Unidas.
Anexação da Crimeia
No final de 1953, teve início
a construção de irrigação levando a água do lago da hidrelétrica deKakhovka para
o norte da Crimeia, para facilitar a administração
dessa construção, foi sugerido que a Crimeia passasse a ser parte da RSS da Ucrânia .
Em fevereiro de 1954, Khrushchov, aproveitando também a ocasião
das comemorações dos 300 anos do Tratado de
Pereyaslav, acatou a sugestão, e a Crimeia deixou de ser parte da República Socialista Federada Soviética da Rússia,
para passar a integrar a RSS da Ucrânia .
Acidente nuclear de Chernobil
Em 26 abril de 1986, ocorreu o acidente
nuclear de Chernobil, a 130 kms. ao norte de Kiev, considerado o mais grave acidente nuclear da história,
que afetou fortemente com 600 mil habitantes. Até 1993, a causa de pelo menos
7.000 mortes era atribuídas às elevadas doses de radiação recebida, além disso 135.000
pessoas foram evacuadas. O reator foi revestido com uma camada
de concreto de vários metros de espessura, formando uma estrutura apelidada de sarcófago. A nuvem radioativa de Chernobyl
afetou a Ucrânia, a Bielorrússia, a Rússia, a Polônia e partes da Suécia e da Finlândia. Nos anos seguintes,
pesquisadores estrangeiros na área registraram um aumento de casos de câncer e
outras doenças associadas à radioatividade .
Independência
Após 1985, com a subida de Mikhail Gorbachev ao comando da URSS, teve início a Peretroika,
e nacionalistas ucranianos e comunistas fundaram o Movimento Popular Ucraniano pela Perestroika (MPUP),
que reivindicava uma maior autonomia econômica e política e venceu as eleições
legislativas de março de 1990.
Em 16 de julho de 1990, o
Soviete Supremo (Parlamento) da Ucrânia proclamou a soberania da república.
Em 24 de agosto de 1991 foi
aprovada a Declaração de Independência e foi convocado um plebiscito para
ratificá-la, que ocorreu em dezembro de 1991, no qual 90% dos votos foram
favoráveis à ratificação, no mesmo dia, Leonid Kravchuk (ex-primeiro-secretário
do Partido Comunista da Ucrânia) foi eleito
presidente com 60% dos votos.
Distribuição de votos das eleições presidenciais da Ucrânia de
1º/12/1991).
Leonid Kravchuk 19.643.481 (61,59%) (azul)
Viacheslav Chornovil 7.420.727 (23.27%) (laranja)
Leonid Kravchuk 19.643.481 (61,59%) (azul)
Viacheslav Chornovil 7.420.727 (23.27%) (laranja)
Em 8 de dezembro de 1991, os
presidentes da Ucrânia, da Federação Russa e da Bielorrúsia declararam o fim da
URSS e estabeleceram a Comunidade de Estados Independentes (CEI).
No início de 1992, o governo
ucraniano anunciou a liberação de preços, criou uma nova moeda e criou
incentivos para o investimento estrangeiro.
Em 5 de maio de 1992, a Crimeia declarou a independência, mas
cedeu às pressões de Kiev e cancelou a
declaração em troca da concessão de autonomia econômica.
Em junho de 1992, a Rússia
cancelou o decreto de 1954, que cedeu a Crimeia para a Ucrânia e exigiu a sua
devolução.
Em junho de 1993, a Rada
Suprema decidiu que pertenceria à Ucrânia todo o arsenal nuclear da extinta
URSS estacionado naquele país e, desse modo, a Ucrânia tornou-se a terceira
potência nuclear do mundo. Nessa época de crise econômica, Leonid Kutchma renunciaou ao cargo de
primeiro-ministro
Em setembro de 1993, a Ucrânia
cedeu à Rússia parte da Frota do Mar Negro correspondente
à Ucrânia, como pagamento de dívidas pelo fornecimento de petróleo e gás. Além
disso, foi firmado um convênio de cooperação para desmontar poderosos mísseis
intercontinentais que a Ucrânia queria manter como garantia contra possíveis
projetos expansionistas russos. A oposição denunciou o acordo em Kiev.
Em 26 de junho (1º turno) e 10
de julho de 1994 (2º turno) ocorreram as primeiras eleições presidenciais na
era pós soviética, na qual ex-primeiro-ministro Leonid Kutchma derrotou o então
presidente Leonid Kravchuk com
52 % dos votos e confirmou a sua intenção de reforçar os laços com a
Rússia e ingressar na união econômica da CEI.
Distribuição de votos no 2º turno das eleições presidenciais da Ucrânia
(10/07/1994).
Leonid Kuchma 14.016.850 (52.3%) (azul)
Leonid Kravchuk 12.111.603 (45.2%) (laranja)
Leonid Kuchma 14.016.850 (52.3%) (azul)
Leonid Kravchuk 12.111.603 (45.2%) (laranja)
Distribuição de votos no 2º turno das eleições presidenciais da Ucrânia
(14/11/1999).
Leonid Kuchma 15.870.722 (57.7%) (azul)
Petro Symonenko 10.665.420 (38.8%) (vermelho)
Leonid Kuchma 15.870.722 (57.7%) (azul)
Petro Symonenko 10.665.420 (38.8%) (vermelho)
Em 1997, Pavlo Lazarenko renunciou ao cargo de primeiro ministro,
em meio a denúncias de corrupção, e foi substituído por Valery Pustovoytenko.
Nas eleições parlamentares de
março de 1998, o Partido Comunista da Ucrânia ganhou
113 assentos (24,7%), estabelecendo-se, de fato, uma maioria parlamentar para a
esquerda e centro-esquerda.
Em 14 de dezembro de 1999,
Kuchma foi reeleito no segundo turno das eleições presidenciais, com 56% dos
votos e com a promessa de continuar as reformas de mercado e com a aproximação
com o ocidente, e para isso designou Viktor Yushchenko, então chefe do Banco
Nacional da Ucrânia, como primeiro-ministro.
Em fevereiro de 2000,
Yushchenko promete reestruturar a dívida por meio de uma política fiscal
austera e um decidido programa de privatizações.
Em abril de 2000 foi abolida a pena de morte, numa medida de convergência
com as diretrizes do Conselho Europeu.
Em abril de 2001, o parlamento
substituiu o primeiro-ministro Yushchenko por Anatoly Kinakh.
Em novembro de 2004, a
Comissão Eleitoral Central da Ucrânia declarou que o candidato pró- russo Víktor Yanukóvytch teria
vencido as eleições presidenciais por 49,6% dos votos, mas maioria dos
observadores internacionais denunciou irregularidades no processo eleitoral.
Em decorrência de protestos em
massa de partidários de Yushchenko (Revolução Laranja),
em 3 de dezembro daquele ano, a Suprema Corte declarou inválidos os resultados
do segundo turno e determinou uma nova votação em 26 de dezembro de 2004, que
foi vencida por Viktor Yushchenko.
Distribuição de votos no 2º turno das eleições presidenciais da Ucrânia
(26/12/2004).
Viktor Yushchenko 15.115.712 (51,99%) (laranja)
Viktor Yanukovych 12.481.266 (44.20%) (azul)
Viktor Yushchenko 15.115.712 (51,99%) (laranja)
Viktor Yanukovych 12.481.266 (44.20%) (azul)
Em setembro de 2005, a
primeira-ministra Yulia Timoshenko foi
substituída por Yurii Yekhanurov.
Em janeiro de 2006, a Rússia
cortou o fornecimento de gás à Ucrânia, que se recusava a aceitar um aumento de
preço de 460%. Para as autoridades ucranianas, o aumento seria uma retaliação
por tentativas para se tornar mais independente de Moscou e desenvolver laços
mais estreitos com a Europa.
Em março de 2006 foram
realizadas eleições parlamentares, nas quais o Partido das Regiões,
liderado porVíktor Yanukóvytch conquistou
186 assentos de um total de 450. Em segundo lugar ficou o "Bloco
Timoshenko", com 129 assentos, enquanto que o Nossa Ucrânia, liderado por Yushchenko, obteve apenas 81
assentos. Em agosto, Víktor Yanukóvytch foi nomeado como primeiro-ministro, à
frente de uma coalizão pró-Rússia .
Imigração ucraniana no Brasil
O Brasil abriga hoje a maior comunidade ucraniana da América Latina, contando com mais de 1
milhão pessoas,1 entre ucranianos e
descendentes, 80% deles vivendo no estado do Paraná.
·
Imigração
Os ucranianos formaram o
segundo maior contingente eslavo a imigrar
para o Brasil, perdendo apenas para os poloneses. A imigração de ucranianos para
o Brasil começou efetivamente nos anos de 1895-96. Em apenas dois anos, cerca
de 15 mil ucranianos desembarcaram no Brasil. A grande maioria foi encaminhada
para o Paraná, onde tornaram-se pequenos agricultores.
Até a década de 1920, aproximadamente 50 mil
ucranianos imigraram para o Brasil, a maior parte proveniente da Galícia.
O número de imigrantes, de fato, deve ter sido ligeiramente maior, tendo em
vista que parte da Ucrânia estava
dominada pelo Império Austro-Húngaro e
pela Polônia, e muitos imigrantes possuíampassaporte austríaco ou polonês.
Descendentes de ucranianos na cerimônia de bênção dos alimentos na
véspera da Páscoa de 2006 em Curitiba.
Durante a década de 1960
muitos re-imigraram para os Estados Unidos e principalmente o Canadá onde a
comunidade ucraniana era bem maior e obtinha muitos mais benefícios do governo
canadense para se estabelecer em fazendas.
A comunidade ucraniana-brasileira hoje
Residindo em sua imensa
maioria no Paraná e, em menor
medida, em Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo, os descendentes de ucranianos
ainda preservam seus costumes em diversos municípios brasileiros, com destaque
para Prudentópolis, Mallet, Irati e a região metropolitana de Curitiba.
Língua
A língua ucraniana ainda
é falada pelas gerações mais antigas, todavia a maioria dos jovens atualmente
fala apenas o português.
Religião
As igrejas Cristãs Católicas e
Ortodoxas são ainda os meios que preservam o idioma ucraniano em suas liturgias
e através de seminários e algumas escolas. Não existem mais igrejas
protestantes que realizam cultos em idioma ucraniano no Brasil, com o passar
dos anos desapareceram ou se integraram a comunidade brasileira.
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