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O Castelo de Stirling é
um dos principais símbolos da Escócia, por seu rico passado histórico e origem
vulcânica.
A Escócia foi largamente ocupada pela primeira vez ao final
da última era glacial, no Paleolítico, aproximadamente 10 mil anos atrás. A Escócia
pré-histórica entrou no Neolítico em cerca de 4.000 a.C., naIdade do Bronze em 2.000 a.C. e na Idade do Ferro por volta de 700 a.C.. A história da Escócia registrada
começa com a chegada do Império Romano no séc. I. A província romana da Britania se
estendia para o norte até a Muralha de Antonino, que
ia do Estuário do rio
Clyde ao Estuário do rio Forth. Ao
norte estava o território da Caledônia, cujo povo era chamado de "pictos",
que significa em latim, ‘os pintados’. Devido aos constantes assaltos dos
pictos, as legiões romanas foram forçadas a
recuar para a Muralha de Adriano ao
longo dos 20 anos de sua construção, abandonando aquele território no começo do
séc. III.
De acordo com a literatura do séc. IX e X, o reino
caquitico de Dál Riata foi fundado na costa oeste
da Escócia no séc. VI. No século seguinte o missionário irlandês Columba teria fundado um monastério em Iona e
introduzido o cristianismo céltico aos escotos (scoti),
até então pagãos, e com menos sucesso, aos pictos. O rei Nechtan da Pictlândia
depois decidiria expulsar a igreja columbina em favor da romana, principalmente
para restringir a influência dos escotos no seu reino e para evitar guerra com
o Reino da Nortúmbria.1 No mesmo período o povo germanico dos anglos haviam
conquistado o território previamente britônico ao
sul dos riosClyde e Forth, criando o reino anglo-saxão da Bernícia, que mais tarde viria a se tornar parte do Reino da
Nortúmbria. Para o final do séc. VIII todos esses três reinos seriam
assaltados, ocupados e até certo ponto submetidos ao controle viking. Sucessivas derrotas frente aos nórdicos forçaram os
pictos e escotos a acabarem com as hostilidades mútuas e a se unirem, no séc.
IX, e formarem o Reino da Escócia.
O Reino da Escócia foi unido sob os descendentes de
Kenneth McAlpin, o primeiro rei de uma Escócia unida. Seus descendentes,
conhecidos pelos historiadores modernos como a Casa de Alpin,
brigariam entre si ao longo de muitos processos sucessórios. O último rei da
dinastia Alpin, Malcolm II, morreu sem
deixar herdeiros diretos e o reino passou para o filho de sua
filha, Duncan I, que iniciou uma
nova linhagem real conhecida como Casa de Dunkeld ou
Canmore. O último rei Dunkeld, Alexandre III, morreu
deixando apenas uma neta ainda na infância como herdeira.
Quando Maria Joaquina II, princesa da
Noruega morreu de desinteria no intestino a caminho da Escócia,
o rei da já unificada e germânica Inglaterra Eduardo I se
aproveitou para invadir a céltica Escócia. As resultantes guerras de
independência da Escócia foram lutadas enquanto o trono escocês
se alternava nas mãos da Casa de Balliol e
da Casa de Bruce. A vitória final escocesa
sob Davi II confirmaria a
Escócia como um reino totalmente independente e soberano. Quando Davi II morreu
sem filhos, seu sobrinho Roberto II estabeleceu
a Casa de Stuart, que
governaria a Escócia inconteste. Jaime VI,
rei Stuart da Escócia, veio a herdar também o trono da Inglaterra com a morte
da rainha Isabel I, e reis e rainhas
Stuart governaram ambos reinos independentes até que o Ato de União em 1707
fundiu os dois reinos em um novo Estado, o Reino da Grã-Bretanha. A rainha Ana foi a
última monarca Stuart, governando até 1714. Desde 1714, a sucessão dos monarcas britânicos das
casas de Hanôver e Saxe-Coburgo-Gota são
baseadas na sua descendência de Jaime I e da Casa de Stuart.
Durante o Iluminismo Escocês e
a Revolução Industrial, a
Escócia se tornou uma das potências comerciais, intelectuais e industriais da
Europa. O declínio industrial que se seguiu à Segunda Guerra Mundial foi
particularmente reto, mas em décadas recentes o país tem passado por um certo
renascimento econômico e cultural, abastecido em parte por um ressurgimento do
setor de serviços financeiros e
a renda do petróleo e gás do Mar do Norte.
Pré-História
A casa
mais antiga ainda de pé no norte europeu está em Knap of Howar, e
data de 3.500 a.C.
Humanos habitaram a Escócia pelo menos 8.500 anos
antes de as Ilhas Britânicas entrarem
no registro da História. Por vezes, durante o último período
interglacial (130.000 – 70.000 a.C.), a Europa teve um clima
mais cálido do que atualmente e os humanos primitivos podem muito bem ter
chegado à Escócia, apesar de que ainda não há evidência arqueológica alguma
disso. Depois, os glaciares cobriram as boa parte da Bretanha, e somente após a
camada de gelo se retrair a Escócia voltou a se tornar habitável, por volta de
9.000a.C..5
Acampamentos mesolíticos de caçadores-coletores formaram
os primeiros assentamentos conhecidos, um deles, emBiggar, South
Lanarkshire, foi recentemente datado por arqueólogos para cerca de 8.500 a.C.. Vários outros
sítios encontrados pela Escócia formam um quadro de um povo usuário de
embarcações altamente móvel, que faziam ferramentas a partir de ossos, pedras e
chifres de veados.
A agricultura do Neolítico trouxe assentamentos permanentes e a
maravilhosamente bem preservada casa de pedra emKnap of Howar na
ilha de Papa Westray (Órcades) que data de 3.500 a.C., 500 anos mais antiga do que a
vila de construções similares de Skara Brae na maior ilha do arquipélago (Mainland).
Os ocupantes introduziram estruturas funerárias que consistiam de câmaras
mortuárias de pedra com um moleiro em cima (chambered cairn) em torno de 3.500
a.C (O túmulo de Maeshowe é um
exemplo clássico), e a partir de cerca de 3.000 a.C. os muitos círculos de
pedra emonumentos megalíticos como
o Círculo de Brodgar nas
Órcades e o de Callanish na ilha de Lewis (Hébridas Exteriores).
Esses monumentos fazem parte de uma cultura megalítica que cobriu boa parte da
Europa e que também produziuStonehenge em Wiltshire, hoje interpretada como sendo para observações
astronômicas sofisticadas.
Os moleiros e monumentos megalíticos continuaram
pela Idade do Bronze, e castros (fortificações
em colinas) começaram a aparecer, como Eildon Hill, próximo
aMelrose na
atual Scottish Borders, que
retrocede a até 1.000 a.C. e que acomodavam centenas de residência no topo de
uma colina.
A cultura e língua celta britônica se
espalhou pela Escócia em algum ponto depois do séc. VIII a.C., possivelmente
através de contato cultural em vez de invasão em massa, e um sistema de reinos
começou a se desenvolver.
A partir de cerca de 700 a.C. a Idade do Ferro trouxe numerosos castros, brochs e
assentamentos fortificados que dão sustentação a uma visão de tribos briguentas
e pequenos reinos rivais mais tarde registrados pelos romanos, apesar de que
evidências de negligências quanto à fortificações podem sugerir que opoder simbólico
tinha tanta significância quanto e poder militar.
Consolidação do Reino (1058-1286)
A unificação do reino escocês foi a
principal realização dos descendentes de Malcolm II Canmore e
sua esposa Margaret da Escócia (posteriormente
canonizada). Essa dinastia ocupou o trono até a morte de Alexandre III em
1286. O casamento entre membros das dinastias inglesa e escocesa estreitou os
laços entre os dois reinos. Muitas instituições escocesas foram criadas segundo
o modelo inglês e várias famílias normandas da Inglaterra estabeleceram-se a partir de então na Escócia.
Por volta de 1266 a dinastia Canmore exercia o controle de toda a Escócia; mas,
na parte central das Terras Altas e nas áreas cedidas pelos nórdicos, esse
controle era ainda apenas nominal.
O contacto com a Inglaterra e com o continente
propiciou o desenvolvimento do comércio e a formação dos burgos.
Os mais antigos burgos da Escócia foramEdimburgo, Stirling, Berwick e Rexburgo, mas outros
surgiram, de modo que no século XIII já constituíam uma rede na região das
Terras Baixas.
Guerras da independência
A morte de Alexandre III em 1286 tornou imediato o
problema pendente há dois séculos sobre as relações entre a coroa escocesa e a
inglesa. Como os dois únicos herdeiros de Alexandre haviam morrido, surgiram
disputas entre descendentes mais afastados dos reis escoceses. Por influência
de Eduardo I da Inglaterra,
venceu afinal John Balliol (reinado 1292-96), que,
não resistindo às exigências do rei inglês, encontrou a oposição dos barões
escoceses, que se aliaram a Filipe IV da França.
Eduardo I invadiu a Escócia em 1296, encontrando severa resistência. Em 1306, Robert Bruce, um dos pretendentes ao trono escocês,
revoltou-se contra o domínio da Inglaterra e fez-se coroar rei em Scone. Eduardo II, filho de Eduardo I, não foi capaz de levar avante
a guerra mantida por seu pai, e, por volta de 1314, quase todos os castelos
ingleses da Escócia haviam sido conquistados pelas forças de Bruce. Mas a
Inglaterra só reconheceu o trono escocês em 1328.
Bruce faleceu em 1329, e o primeiro rei escocês a
ser ungido e coroado foi seu filho, David II (1329-71). Edward de
Balliol, filho de John de Balliol, conseguiu, após várias lutas,
apossar-se do trono, com o auxílio da Inglaterra, que recebeu em troca grande
parte do sul da Escócia. A resistência prosseguiu no norte e no oeste até que
os escoceses conseguiram reaver a maior parte de seu território. Mas a contínua
e prolongada guerra contra os ingleses desorganizou a economia e enfraqueceu a
autoridade do rei, fortalecendo os barões, que recebiam grandes concessões
territoriais para apoiar a coroa escocesa. Uma instituição política
beneficiou-se, porém, desse período conturbado: o parlamento. Necessitando
levantar dinheiro para as lutas, os reis por várias vezes reuniram assembléias
de nobres e representantes dos diversos burgos.
Fortalecimento da Monarquia
No século XV, os reis escoceses procuraram restaurar sua
autoridade. Jaime I da Escócia (1394-1437),
ao voltar da Inglaterra, onde estivera cativo durante 18 anos, neutralizou a
influência dos Stewart, duques de Albany, que haviam exercido a regência do
trono em sua ausência. Seu sucessor, Jaime II (1437-60),
destruiu, por sua vez, o poderio dos Douglas. Jaime III (1460-88)
estendeu o controle efetivo da coroa aos territórios do norte e do oeste ao
reprimir uma rebelião (1475) liderada por John MacDonald,
Conde de Ross; ganhou também as ilhas Órcades e Shetland, ainda sob controle nórdico. Jaime IV (1488-1513)
consolidou o poder real naquelas ilhas e nas Hébridas, mas faleceu na batalha de
Flodden (1513), quando auxiliava a França na luta contra
a Inglaterra.
Após um período conturbado durante a minoridade de Jaime V (1513-42),
este assumiu o poder e continuou com a política de aliança com os franceses. Henrique VIII da Inglaterra invade
então a Escócia e a armada escocesa é derrotada na batalha de
Solway Moss (1542). Jaime V morre no mês seguinte, uma semana
antes do nascimento de sua única herdeira, Maria Stuart. As disputas com a Inglaterra prosseguiram
durante a regência do conde de Arran, que entrou em acordo com os franceses
para a realização do casamento de Maria com Francisco (mais tarde Francisco II de França),
herdeiro do trono francês (1558).
O movimento em prol da reforma protestante na
Escócia recebeu o apoio de Elizabeth I da Inglaterra,
que sentia seu trono ameaçado pelas pretensões de Maria Stuart, católica e
agora esposa de Francisco II. Quand Maria Stuart regressou à Escócia (1561),
viúva (Francisco II morreu em 1560), encontrou um ambiente de hostilidade à
França e ao catolicismo. O curto período de seu reinado (1561-1568) foi cheio
de incidentes: disputas com o reformista John Knox; assassinato de seu segundo marido Lord Darnley (1567);
seu terceiro matrimônio com um dos suspeitos do crime, James Hepburn, conde de Bothwell; sua
abdicação em favor do filho, Jaime, e aprisionamento no Castelo de Lochleven, de
onde fugiu um ano depois; derrota final em Langside e fuga
para a Inglaterra (1568), onde ficou presa até ser executada em 1587.
Ambicionando suceder a Elizabeth no trono da Inglaterra, Jaime VI, filho de Maria
Stuart, evitou desagradar à soberana inglesa, mesmo após a execução de sua mãe.
Reforma protestante
A história da Escócia encontra-se a partir do século XVI sob o signo da Reforma Protestante. A
face da Escócia irá mudar completamente pela mão de Calvinistascomo John Knox. Apesar das perseguições que lhe foram movidas, John
Knox é a figura carismática que está na base da Kirk,
a igreja presbiteriana escocesa. Na linha do Calvinismo, a igreja presbiteriana pretende erradicar a
influência da igreja católica na Escócia. Recusa a veneração de santos, relíquias e de figuras ornamentais. Acabou com
determinadas formas de divertimento colectivo tais como o carnaval ou as celebrações de Maio. É imposta uma
estricta proibição do trabalho ao domingo, quase tão rigorosa como a dos judeus ortodoxos no Shabbat - pessoas podiam ser presas por depenar uma
galinha ao domingo. Os jogos de cartas foram banidos. A igreja presbiteriana
escocesa professa o comportamento purista (ou puritano) de todos segundo a
moral cristã e seus valores. Fornicação é punida severamente, mesmo com o
exílio. Adultério é punido com a morte.
O paradoxo da história da Escócia é que este
fundamentalismo religioso dos séculos XVI e XVII, que instauraram aquilo que
foi quase uma teocracia, é também o fundamento para o desenvolvimento do iluminismo escocês, a tolerância religiosa, o capitalismo, numa palavra, a modernidade.
Este paradoxo fica bem patente nos acontecimentos
do ano de 1696, que se pode dizer que foi um ano de transição entre o
predomínio do fundamentalismo religioso para o sistema de social que
consideramos hoje moderno.
1696 - Ano de transição
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Em 1696 foi condenado à morte o estudante de Teologia de 18 anos Thomas Aikenhead. Seu "crime": uma piada contada aos
seus colegas de estudos. Estava tão frio que ele preferia o calor do inferno.
Foi denunciado e encarcerado. Veio-se a descobrir que este livre pensador já
tinha expresso algumas ideias pouco ortodoxas e desfavoráveis ao cristianismo.
·
Em 1696, o Parlamento Escocês aprovou o "Act for setting
schools". Cada paróquia escocesa deverá ter pelo menos uma
escola e empregar um professor. Todos os escoceses deverão aprender a ler (um
luxo reservado aos nobres, na altura). O objectivo: que todos os escoceses
possam ler as escrituras sagradas. Já em 1560, John Knox defendera na sua obra "Livro de
disciplina", a instauração de um sistema de educação nacional.
O resultado é surpreendente. No espaço de uma
geração, a educação tinha-se tornado gratuita. Algo de pouco comum senão
inédito no século XVIII. Nos finais do século XVIII a Escócia tinha-se tornado
no país com a menor taxa de analfabetismo do mundo. Visitantes ingleses
admiravam-se com o facto de neste país, que nem sequer era muito rico, até os
pobres eram ensinados a ler.
É neste período que intelectuais escoceses de
renome internacional como David Hume ou Adam Smith ou inventores como James Watt surgem na linha da frente do progresso
científico mundial.
A Escócia tinha-se tornado a primeira nação
europeia alfabetizada. Isso significava que estava criada uma audiência não
apenas para a Bíblia mas para outros livros também.
À medida que no século XVIII a censura afrouxava, verificou-se uma autêntica
explosão de produção literária. Mesmo as pessoas de posses mais modestas tinham
agora a sua própria colecção de livros. Aqueles que não os podiam comprar
tinham agora a possibilidade de os emprestar nas bibliotecas públicas
escocesas, que por volta de 1750 existiam em virtualmente todas as cidades, de
qualquer tamanho.
Por exemplo: em Innerpeffray, uma
povoação perto de Crieff em Perthshire. Os registros da livraria pública desta pequena
povoação entre os anos de 1747 e 1800dão
conta das pessoas que tomaram livros emprestados para sua casa. A lista inclui
o padeiro local, o ferreiro, lavradores, pedreiros, alfaiates e empregadas
domésticas. Entre os livros emprestados contavam-se muitos livros religiosos
mas mais de metade eram livros de temas seculares. Encontramos nesta lista
obras de John Locke, o naturalista do iluminismo francês Georges-Louis
Leclerc, conde de Buffon e o historiador escocês William
Robertson.
União das duas coroas
Jaime VI, filho de Maria Stuart, ascendeu ao trono
inglês, como Jaime I, em 1603. Carlos I (1625-49), tentando uniformizar o governo e o
culto religioso da Escócia com a Igreja da Inglaterra,
provocou distúrbios. A convocação nacional, protestando contra as inovações
eclesiásticas, foi assinada em 1638 e, no mesmo ano, uma assembléia-geral
aboliu o episcopado. Em agosto de 1642 irrompeu a luta entre Carlos I e seus
oponentes ingleses. Ambas as partes procuravam obter o apoio dos escoceses, que
resolveram ajudar a oposição parlamentar inglesa, em troca de um acordo pela
unidade religiosa com base no presbiterianismo. Os realistas foram derrotados na Inglaterra
e na Escócia, e Carlos I rendeu-se aos escoceses em 1646. Não chegando a um
acordo com o rei, os escoceses devolveram-no à Inglaterra. O exército inglês,
sob a direção de Oliver Cromwell,
tornara-se a maior força política do reino, preferindo a independência
religiosa ao presbiterianismo. Convencionais conservadores conseguiram obter do
rei um compromisso de estabelecimento do presbiterianismo nos dois reinos por
três anos, e foram à luta em defesa do rei, sendo esmagados em Preston em 1648. No ano seguinte, Carlos I foi executado
(1649). Em 1651 toda a Escócia estava em poder de Cromwell, que adotou uma
política justa em relação à religião conquistada, mas não ganhou a simpatia dos
escoceses, descontentes com os pesados impostos.
Restauração e revolução
Embora descontentes com a união
cromwelliana, os escoceses não tomaram a iniciativa na restauração
do poder de Carlos II (1660-85). Este, ao
contrário do que esperavam os presbiterianos, reinstalou o episcopado e
reprimiu a oposição religiosa, iniciando-se um período de agitaçao popular e
repressão, que se tornou mais aguda quando subiu ao trono o católico Jaime VII (1685-88).
A Escócia apoiou a revolução de 1688, mas só agiu abertamente contra o clero
episcopal quando soube que o rei havia fugido e Guilherme de Orange (Guilherme
III da Grã-Bretanha) assumira o poder. A revolução estimulou nos escoceses o
desejo de progredir.
União dos parlamentos
Durante o reinado da rainha Ana (1702-14)
a união entre a Escócia e a Inglaterra tornou-se mais estreita com a fusão dos
dois parlamentos (1707), pela qual ficava também assegurado o direito de livre
comércio em toda a Grã-Bretanha e seus domínios. Mas um foco de rebelião
continuou nas Terras Altas e quatro tentativas foram em favor dos Stuarts. O parlamento não representava realmente o povo, mas
uma minoria de nobres e senhores de terras. Os membros do partido dos whigs, estimulados pela Revolução Francesa,
iniciaram um movimento pela reforma do parlamento, sendo reprimidos. O
administrador da Escócia era o despótico Henry Dundas, do
partido dos tories.
Durante esse episódio, a economia do país passava por transformação radical. A
agricultura foi modernizada, o comércio tomou impulso e a industrialização teve
início com a instalação de manufaturas e a abertura de minas de carvão no
oeste.
O fracasso da colonização escocesa e suas consequências
Nos finais do século XVII, num ímpeto de afirmação
nacionalista, os escoceses vão enveredar por um caminho ruinoso na tentativa de
estabelecer um império comercial paralelo ao concorrente inglês concorrendo a
sós com todas as outras nações mercantis (França, Espanha, Portugal,
Holanda...). Claramente, para os escoceses, o modelo de desenvolvimento era o
reino da Inglaterra, uma potência mundial. Em 1694 tinha sido fundado o Banco da Escócia,
seguindo a mesma estructura que o recentemente fundado Banco de Inglaterra.
Em 1695, o parlamento escocês iria decidir
enveradar por um novo plano que copiava o modelo inglês, desta vez num
empreendimento que se demonstraria ruinoso: o estabelecimento de uma companhia
de comércio marítimo e a colonização do Ultramar com capitais exclusivamente
escoceses, concorrendo com os Ingleses e com as demais nações comerciais. Este
elefante branco da economia escocesa ficou conhecido pelo nome da companhia Darien com as desastrosas expedições ao Istmo
do Panamá, que resultaram na perda de cerca de 2.000 vidas e a ruina de muitos
escoceses.
O Tratado de União de 1707
(Artigo principal: Tratado de União de 1707)
Com a ruina da companhia Darien tinha-se tornado
claro que a Escócia não estava em situação de poder financiar e empreender o
comércio internacional sem o apoio de terceiros. No princípio do século XVIII o
desenvolvimento económico passava pelo comércio com o novo mundo. Os ingleses
viram aqui uma oportunidade de propor a união política da Escócia e da
Inglaterra, uma medida impopular na Escócia. Mas uma medida com vantagens para
os dois lados. Por um lado, os ingleses asseguravam o controlo político da
Escócia. Em contrapartida ofereciam aos escoceses o direito ao comércio nas
zonas da sua influência.
Em 1707 foi ratificado pelo parlamento escocês o
tratado que o abolia. A Escócia e a Inglaterra uniram-se politicamente. Foram
concedidos 45 lugares no parlamento inglês (Westminster) a deputados escoceses.
A Escócia manteve a sua religião presbiteriana inatacada e o seu sistema legal
independente da Inglaterra.
Período de reformas
Nos reinados de Jorge VI (1820-30) e da rainha Vitória (1837-1901)
efetuaram-se várias reformas de caráter liberal (aumento do número de eleitores
e de cadeiras, voto secreto etc.) no parlamento e na administração. Durante
esse período, os liberais (whigs)
ganharam todas as eleições gerais realizadas na Escócia.
A economia da região passava por profunda
transformação, principalmente no setor da indústria metalúrgica, que
se tornou a base da economia escocesa. A população das cidades cresceu
extraordinariamente: 60% dos habitantes passaram a viver em 11% da área total.
Século XX
O período da I Guerra Mundial foi de intensa atividade industrial, mas
de privações para a Escócia que, no entanto, não sofreu diretamente grandes
danos como a Inglaterra bombardeada duramente. O mais importante fato político
dos anos.
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